sábado, 31 de março de 2012

Títulos de filmes que não lembram a ninguém #1

«Com a Maldade na Alma», título português de «Hush...Hush, Sweet Charlotte», de Robert Aldrich

quinta-feira, 29 de março de 2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Banda Sonora: New York, New York, de Liza Minnelli

«New York, New York», de Liza Minnelli - Banda Sonora de «New York, New York», de Martin Scorsese

quinta-feira, 22 de março de 2012

Em Cartaz: Semana 22/03/2012

Swans, de Hugo Vieira da Silva e Heidi Wilm
Coriolano, de Ralph Fiennes
Amor ao Acaso, de Bart Freundlich
Lorax, de Chris Renaud e Kyle Balda
Os Jogos da Fome, de Gary Ross
Um Amor de Juventude, de Mia Hansen-Løve

quarta-feira, 21 de março de 2012

Zelig, de Woody Allen (1983)

Quem é (ou foi) Leonard Zelig? É esta a pergunta que Woody Allen nos faz em «Zelig». Protagonizado pelo próprio cineasta, como é habitual na maior parte das suas obras, este é um falso documentário sobre uma figura bastante peculiar: um estranho homem que tem a capacidade de se transformar consoante as pessoas com quem está. Ou seja, se Leonard estiver ao lado de um grupo de índios, transforma-se aos poucos em índio, se estiver num grupo de pessoas gordas, sucede o mesmo. No fundo é apenas uma forma de Zelig se adaptar ao ambiente onde se encontra.

O filme de Woody Allen tenta descobrir um pouco mais sobre esta personagem misteriosa, aparentemente descoberta por Scott Fitzgerald, um dos primeiros a encontrá-lo numa festa de alta sociedade nos idos anos 1920, através de filmagens de arquivo que traçam a sua história. E esta inclui não só a sua história familiar como uma investigação científica desenvolvida pela psiquiatra Eudora Nesbitt Fletcher (Mia Farrow), que tenta descobrir porque razão Zelig tem o problema que tem.

Não sendo o primeiro falso documentário realizador por Allen, território que já tinha sido abordado pelo realizador no início da carreira em «O Inimigo Público», esta não é contudo uma das melhores obras do nova-iorquino, apesar de conter alguns bons achados humorísticos, sobretudo nas poucas cenas em que há diálogos, como é o caso das sessões entre Zelig e Eudora, ou na recriação de um suposto filme sobre a vida de Leonard Zelig. «Zelig» apenas falha na parte narrada, que apesar de contar bem a história da personagem peca por ser demasiado abreviada e em partes parece que o argumento está um pouco desequilibrado. O que acaba por prejudicar a obra de um cineasta cujos filmes vivem sobretudo do argumento.

Nota: 3/5

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Banda Sonora: DVNO, de Justice featuring Mehdi Faveris-Essadi

«DVNO», de Justice featuring Mehdi Faveris-Essadi - Banda Sonora de «Hitman - Agente 47», de Xavier Gens

domingo, 18 de março de 2012

Viagem Alucinante, de Gaspar Noé (2009)

Há precisamente 10 anos um realizador apresentou um filme no Festival de Cannes que fez chocar as audiências e os relatos de pessoas a abandonar as sessões repetiram-se um pouco por todo o lado, tal era a violência da história retratada e a forma como foi apresentada, sem grandes rodeios. O realizador chamava-se Gaspar Noé e o filme «Irreversível». Foi preciso esperar sete anos e quatro curtas para o cineasta francês voltar a realizar uma longa-metragem, que chega às salas portuguesas com um atraso de três anos, depois de muito se ter falado nele e já poucos acreditarem na sua estreia neste canto da Europa. Mais um dos milagres da distribuição lusa.

O resultado final é «Viagem Alucinante», uma enorme trip passada em Tóquio onde a personagem principal, o traficante de droga e toxicodependente Oscar (Nathaniel Brown), vive e acaba por morrer com um tiro. A viagem de Oscar surge quando o jovem morre e o seu espírito sai do corpo e começa a deambular pelos céus da capital japonesa para acompanhar as restantes personagens, nomeadamente a sua irmã mais nova Linda (Paz de la Huerta), com quem tem uma ligação bastante peculiar. Pelo meio deste percurso, com base numa teoria budista da reencarnação, Oscar recupera os principais momentos do seu passado e procura um novo corpo para prosseguir a sua vida terrena.

Não sendo tão violento como «Irreversível», apesar de uma ou outra cena poder provocar algum aperto no estômago dos mais sensíveis, «Viagem Alucinante» vinca o estilo de filmar que Gaspar Noé tinha proposto no seu filme mais conhecido e que lhe deu nome e fama, sobretudo numa certa forma de utilizar movimentos de câmara bastante bruscos. Outra das características deste filme é o facto de a câmara mostrar apenas e só o que Oscar vê, o que faz de «Viagem Alucinante» uma experiência da qual não é possível sair do ponto de vista da personagem principal.

E, tal como «Irreversível», ver este filme em sala é uma verdadeira experiência, sobretudo graças aos efeitos e luzes que atravessam o ecrã ao longo do filme. Peca contudo pela história, que não é nada de especial e apenas parece que lá está para ajudar Noé a mostrar um certo virtuosismo no manejo da câmara, o que até certo ponto acaba por enjoar, pois a mistura de luzes psicadélicas e movimentos bruscos não é de todo a melhor combinação para duas horas e meia de filme sem parar. É este o grande ponto fraco de «Viagem Alucinante», filme que irá de certo dividir opiniões mas não deixa de ser uma experiência curiosa.

Nota: 3/5

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sexta-feira, 16 de março de 2012

Vergonha, de Steve McQueen (2011)

Quem viu «Fome», a obra de estreia de Steve McQueen realizada em 2008, sabe que este cineasta oriundo do universo das artes plásticas não filma como a maioria dos realizadores actuais. Naquele caso Steve McQueen conseguiu transformar a história da greve de fome de um grupo de prisioneiros do IRA numa daquelas experiência que quem vê em sala dificilmente esquece, tal é o murro no estômago que nos é dado. «Vergonha» é mais uma dessas experiências, apesar de o resultado final ser um bocado inferior.

Tal como em «Fome» o realizador volta a trabalhar com Michael Fassbender, cimentando o que já tinha sido uma dupla de sucesso no filme anterior. Neste caso o filme retrata a história de Brandon Sullivan (Michael Fassbender), um homem bem sucedido que vive em Nova Iorque mas tem problemas por ser viciado em sexo. Algo que acaba por influenciar tudo o que o rodeia, sobretudo quando a sua irmã Sissy Sullivan (Carey Mulligan) resolve aparecer de surpresa para passar uns dias em sua casa.

«Vergonha» é um filme sobre a forma como alguém vive com os seus vícios, reconhecendo os seus problemas, mas sabendo que ao mesmo tempo não consegue fazer nada para fugir deles, por mais que tente. Esses problemas acabam por tornar Brandon cada vez mais centrado em si e afastado dos outros. E é isso que nos mostra também McQueen, ao tornar «Vergonha», tal como «Fome», em mais uma boa experiência cinematográfica que não se vê de ânimo leve e nos leva a questionar vários aspectos da natureza humana. Algo que o realizador consegue com a ajuda de uma banda sonora de excepção e de uma fotografia bastante sóbria, que apenas ganha tons mais pesados em algumas das sequências de sexo finais, quando pensamos que Brandon se apercebe verdadeiramente dos seus problemas. Mas o final é demasiado ambíguo para sabermos se realmente a personagem conseguiu ou não ultrapassar o problema. Mais um ponto favorável nesta segunda obra de McQueen.

Nota: 4/5

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quinta-feira, 15 de março de 2012

Em Cartaz: Semana 15/03/2012

O Outro Mundo, de Gilles Marchand
A Presa, de Joe Carnahan
Amor e Outras Cenas, de David Wain
Viagem Alucinante, de Gaspar Noé
John Carter, de Andrew Stanton

terça-feira, 13 de março de 2012

A Mulher de Negro, de James Watkins (2012)

A saga de Harry Potter já lá vai e Daniel Radcliffe começa agora a libertar-se da série que lhe trouxe fama. Num dos seus primeiros filmes pós-Harry Potter o actor continua ligado ao universo do fantástico, mas mais no género do terror, algo um pouco diferente da série criada por JK Rowling, dirigida para um público mais juvenil. Em «A Mulher de Negro» Radcliffe interpreta o papel de Arthur Kipps, um advogado viúvo em dificuldades financeiras que parte para uma aldeia inglesa isolada onde tem de tratar da venda da mansão de uma estranha mulher entretanto falecida. Apesar dos avisos da população para se afastar da mansão Arthur acaba por ir mesmo à mansão e apercebe-se aos poucos que as superstições locais se calhar até têm alguma razão de ser.

Nesta sua segunda longa-metragem James Watkins leva-nos ao típico filme da casa assombrada e o resultado é bastante bom, com bons sustos que nos fazem saltar da cadeira sem terem de nos chocar necessariamente com cenas gore. Que, aliás, praticamente não existem, pois «A Mulher de Negro» é daqueles filmes de terror que joga bastante bem com a poder da sugestão, o que faz dele uma boa surpresa no campo do cinema de terror da actualidade. O filme apenas peca um pouco por um final mais fraquinho, mas que ao mesmo tempo não desilude.

O que também não desilude é a interpretação de Daniel Raddcliffe, que apesar de não ser nada de extraordinária, mostra que o jovem actor tem muito para dar à Sétima Arte se conseguir libertar-se do passado enquanto Harry Potter. E a primeira grande prova de ferro foi passada com distinção.

Nota: 4/5

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segunda-feira, 12 de março de 2012

Banda Sonora: Love is the Drug, de Roxy Music

«Love Is The Drug», de Roxy Music - Banda Sonora de «Casino», de Martin Scorsese

sábado, 10 de março de 2012

Caçadores de Vampiras Lésbicas, de Phil Claydon (2009)

Apesar do que o título pode aparentar, este não é um filme para adultos. «Caçadores de Vampiras Lésbicas» é a segunda e bastante sofrível longa-metragem de Phil Claydon, muito provavelmente um daqueles filmes que os razzies adoram distinguir e que nós pensamos no final: porque raio é que eu estive a perder tempo com isto. Tudo começa com uma lenda britânica em torno de Carmilla, a rainha das vampiras lésbicas que antes de ser morta às mãos de Wolfgang MacLaren lança uma maldição sobre a localidade de Cragwich e os descendentes do barão. O último descendente da linhagem MacLaren é Jimmy (Mathew Horne), um jovem dos dias de hoje que acaba de ser deixado mais uma vez pela namorada e resolve partir numa caminhada com o seu melhor amigo Fletch (James Corden), um palhaço que foi despedido por bater numa criança. O local escolhido é precisamente Cragwich, onde vão travar conhecimento com um grupo de estudantes alemãs e com as célebres vampiras lésbicas do título.

Com um título daqueles só poderíamos esperar duas coisas. Ou Phil Claydon quis fazer um filme de terror ou uma paródia a esse género. O resultado final parece ser uma paródia ao género de terror mas acaba por não ser uma coisa nem outra, pois falha a todos os níveis e mais algum. E acaba também por ser um dos piores filmes vistos nos últimos tempos aqui por estes lados. Um argumento sem ponta por onde se lhe pegue, interpretações de bradar aos céus, enfim, um rol de coisas que poderiam colocar «Os Caçadores de Vampiras Lésbicas» num manual sobre como não fazer um filme. E esperar que Phil Claydon tão depressa não volte a tentar realizar um filme.

Nota: 1/5

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sexta-feira, 9 de março de 2012

Declaração de Guerra, de Valérie Donzelli (2011)

Romeo (Jérémie Elkaïm) conhece Julliete (Valérie Donzelli) numa festa. Uma troca de olhares e apaixonam-se perdidamente. Assim que ela diz o seu nome ele graceja com o facto e diz que sabe que aquela história não vai acabar da melhor forma. E de repente acabámos de assistir a uma das mais belas cenas que tive a oportunidade de ver numa estreia recente. Mas esta não é uma história de amor destinada a ser uma tragédia, como acontece na peça de William Shakespeare. Meses depois nasce o pequeno Adam que começa a sofrer alguns problemas de saúde e cujo diagnóstico não é o melhor: um tumor raro no cérebro. É esta doença que vai marcar a vida do casal para sempre.

E é esta a história de «Declaração de Guerra», filme que retrata a vida daquele casal baseado na experiência dos dois actores principais, que em tempos formaram um casal e também tiveram de lutar contra uma doença semelhante que afectou o seu filho. Além de serem os protagonistas, os dois acumulam a posição de realizador (ela) e de argumentistas (ambos), tarefas que executam bastante bem, pois este filme é uma agradável surpresa, que apesar de um certo sufoco que nos leva a entrar nesta guerra ao lado do casal nunca deixa de mostrar uma certa esperança. E é uma daquelas provas de ferro de como nos conseguimos adaptar a certas situações que o destino nos coloca no caminho.

Um dos grandes destaques de «Declaração de Guerra» é o facto de não ser um daqueles grandes dramalhões sobre um acontecimento tão trágico como a forma como um casal lida com a doença do filho, potencialmente fatal, e que bem poderia ter sido um desses filmes. «Declaração de Guerra» é um filme simples que não segue por vias demasiado complicadas para mostrar a montanha russa de emoções que o casal tem de enfrentar. E a juntar a duas grandes interpretações, não podia deixar passar em claro a excelente banda sonora que encaixa na perfeição à realização de Valérie Donzelli.

Nota: 4/5

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quinta-feira, 8 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

A Invenção de Hugo, de Martin Scorsese (2011)

Martin Scorsese fez um filme para um público mais jovem. E em 3D. Ditas desta forma, assim simples, as duas frases anteriores poderiam parecer mentira há alguns anos. Mas hoje, neste ano da graça de 2012, não são. Martin Scorsese, o realizador de «Taxi Driver», «Tudo Bons Rapazes» ou o mais recente «The Departed - Entre Inimigos», conseguiu a proeza de juntar num só filme aquelas duas características que lhe desconhecíamos, criando uma obra singular no seu percurso, que só não é de todo estranha aos seus fãs devido à homenagem que faz aos primórdios do Cinema e a um dos grandes nomes dos primeiros anos da Sétima Arte, que levou a magia a entrar directamente no grande ecrã: George Mélies.

Baseado num livro de Brian Selznick, «A Invenção de Hugo» narra as aventuras de Hugo Cabret (Asa Butterfield), uma criança órfã que vive numa estação de comboios de Paris nos anos 1930, onde trata da manutenção dos relógios, métier que lhe foi ensinado pelo tio alcoólico. Durante as suas divagações diárias trava conhecimento com o dono de uma loja de brinquedos, a quem rouba peças para reconstruir um autómato que o pai de Hugo tinha encontrado antes de morrer. É durante esta tentativa de reconstrução do autómato que Hugo conhece Isabelle (Chloë Grace Moretz), filha do dono do loja, que mais tarde as duas crianças descobrem ser George Mélies (Ben Kingsley).

Este filme não podia ser mais diferente das obras anteriores de Martin Scorsese. Aqui não há gangsters nem mafiosos (o mais próximo que temos disso é um Sacha Baron Cohen a fazer de guarda da estação, mau como as cobras, mas mesmo assim, longe de ser um grande vilão), apenas uma história simples que nos leva a conhecer um pouco mais a magia da Sétima Arte, com a ajuda de um dos pioneiros dos efeitos especiais. E a descoberta do Cinema pelos dois jovens protagonistas é das mais belas sequências de «A Invenção de Hugo». Talvez seja precisamente devido à presença de Mélies (e alguns dos seus filmes e a sua filmagem são recriados no filme de Scorsese) que este filme tenha sido feito em 3D, actualmente a técnica que mais aproximará a Sétima Arte da magia. Não tive oportunidade de ver esta versão, mas diz quem viu que está bastante bem conseguida e Scorsese já admitiu ter ficado fascinado com as potencialidades da tecnologia.

Apesar de alguns bons momentos, o grande defeito de «A Invenção de Hugo» é que não parece ser um filme realizado por Martin Scorsese, mas antes por Steven Spielberg. Que por acaso até tem um filme novo nas salas por estes dias e recentemente lançou uma adaptação de Tintim em 3D. O fascínio da descoberta do Cinema está lá, mas aparentemente falta ali um rasgo de génio do realizador nova-iorquino. O que não significa que «A Invenção de Hugo» não deixa de ser um belo filme, apesar de ser uma 'carta fora do baralho' no conjunto da obra de Martin Scorsese.

Nota: 3/5

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segunda-feira, 5 de março de 2012

Banda Sonora: Rectangle, de Jacno

«Rectangle», de Jacno - Banda Sonora de «Declaração de Guerra», de Valérie Donzelli

quinta-feira, 1 de março de 2012