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Depois de uma experiência bastante agradável no Cine-Estúdio 222, pelo menos para quem teve oportunidade de assistir aos excelentes ciclos que por lá passaram no início deste século, a associação Zero em Comportamento resolveu avançar para um festival de cinema independente. Nascia assim o IndieLisboa, cuja primeira edição teve lugar entre 24 de Setembro e 2 de Outubro. Organizada um pouco à pressa, a estreia do festival passou apenas pelo Cinema São Jorge. Nesse ano apenas tivemos direito a duas secções (Observatório e Competição) e um herói independente, nem mais, nem menos do que o 'Pai' dos festivais de cinema independente: Sundance.
Foi nesta edição que travei conhecimento com um dos meus realizadores favoritos (Johnnie To) e com obras de outras latitudes, como o uruguaio Whisky, de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, que mais tarde se iria tornar num daqueles casos surreais que aparentemente só acontecem na distribuição de filmes em Portugal: teve estreia comercial em 2010, seis anos depois de ter sido lançado e com uma passagem pelo IndieLisboa. Outro dos grandes destaques nesta primeira edição foi o filme «The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara», uma grande lição de História que me permitiu conhecer um excelente realizador na área do documentário: Errol Morris.
«Breaking News», de Johnnie To - foi com este filme que travei conhecimento com a obra de Johnnie To, realizador que passou a ser presença frequente no IndieLisboa nas edições seguintes do festival e chegou a ser Herói Independente. Esta magnífica sequência inicial é assombrosa e ainda hoje, quando a revejo, não deixa de me surpreender. Incrivelmente, apesar da enorme quantidade de obras que realizou, é um cineasta que nunca teve direito a estreia comercial em Portugal, apesar de alguns dos seus filmes terem sido comprados.
«Whisky», de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll - Uma obra simples, através da qual comecei a olhar com outros olhos o Cinema que se faz na América Latina.
«The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara», de Errol Morris - São raros os documentários que me captam a atenção. Este é um deles. Realizado por Errol Morris, nome grande dentro do género, dá voz a uma das personalidades norte-americanas mais fascinantes do século XX, Robert S. McNamara, para nos dar uma enorme lição de História que nos ajuda a compreender alguns acontecimentos marcantes dos EUA no século passado. Uma daquelas obras obrigatórias para quem quer conhecer aquele período. Se procurarem, encontram-no inteiro no YouTube. E vale bem a pena
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