quinta-feira, 29 de setembro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Banda Sonora: Tenuousness, de Andrew Bird

«Tenuousness», de Andrew Bird - Banda Sonora de «Amor, Estúpido e Louco», de Glenn Ficarra e John Requa

domingo, 25 de setembro de 2011

Belle du jour: Marion Cotillard

Marion Cotillard, em «Meia Noite em Paris», de Woody Allen

sábado, 24 de setembro de 2011

Maus como as cobras: Mephistopheles

Mephistopheles (Michel Simon), em «O Preço da Juventude», de René Clair

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Frase(s) que marcam um filme: Rubber - Pneu, de Quentin Dupieux (2010))

Lieutenant Chad: In the Steven Spielberg movie E.T., why is the alien brown? No reason. In Love Story, why do the two characters fall madly in love with each other? No reason. In Oliver Stone's JFK, why is the President suddenly assassinated by some stranger? No reason. In the excellent Chain Saw Massacre by Tobe Hooper, why don't we ever see the characters go to the bathroom or wash their hands like people do in real life? Absolutely no reason. Worse, in The Pianist by Polanski, how come this guy has to hide and live like a bum when he plays the piano so well? Once again the answer is, no reason. I could go on for hours with more examples. The list is endless. You probably never gave it a thought, but all great films, without exception, contain an important element of no reason. And you know why? Because life itself is filled with no reason. Why can't we see the air all around us? No reason. Why are we always thinking? No reason. Why do some people love sausages and other people hate sausages? No fucking reason.
Cop Xavier: Come on! Don't waste your time explaining that garbage. Let's go!
Lieutenant Chad: Just a minute, let me finish. Ladies, gentlemen, the film you are about to see today is an homage to the "no reason" - that most powerful element of style.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Em Cartaz: Semana 22/09/2011

Amor, Estúpido e Louco, de Glenn Ficarra e John Requa
Killer Elite - O Confronto, de Gary McKendry
O Caçador de Trolls, de Andre Øvredal
Post Mortem, de Pablo Larraín
A Morte de Carlos Gardel, de Solveig Nordlund
Os Olhos de Julia, de Guillem Morales
Uivo, de Rob Epstein e Jeffrey Friedman

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um filme, vários posters: Vidas Privadas, de Todd Field (2006)

Alemanha

Canadá

EUA

França

México

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quando o Cinema inspira videoclips: Black Mirror, de Arcade Fire



Música: «Black Mirror»
Artista: Arcade Fire
Álbum: «Neon Bible»
Ano: 2007
Realizador: Olivier Groulx e Tracy Maurice
Inspiração: Cinema Mudo

Para quem quiser, há uma versão interactiva deste vídeo, que permite interagir com os elementos da música. Esta excelente experiência, algo que a banda canadiana nos tem vindo a habituar a cada novo álbum lançado, foi feita por Vincent Morisset e pode ser vista aqui.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Banda Sonora: Glory Box, de John Martyn

«Glory Box», de John Martyn - Banda Sonora de «Colombiana», de Olivier Megaton

domingo, 18 de setembro de 2011

A Última Sessão fora de portas: Os 10 Filmes da Minha Vida

A minha mais recente participação em iniciativas promovidas por outros bloggers já está on-line. Desta vez o convite partiu do blogue «Keyzer Soze's Place», do Sam (que nada tem a ver com a rubrica com o mesmo nome da edição portuguesa da revista Total Film), que pediu a vários autores de blogues de Cinema e não só que apresentassem a lista dos 10 filmes da nossa vida. Como todas as listas, seja de que tema for, esta é um pouco subjectiva e reflecte um conjunto de obras que me marcaram por uma ou outra razão específica e poderão muito bem mudar numa outra altura da minha vida. Por enquanto, aquela dezena de títulos é a que mais me diz enquanto cinéfilo. Podem consultá-la aqui e quem não conhecer o blogue do Sam, aconselho-o vivamente.

Belle du jour: Diane Keaton

Diane Keaton, em «Nem Guerra, Nem Paz», de Woody Allen

sábado, 17 de setembro de 2011

Maus como as cobras: Connor Rooney e Harlen Maguire

Connor Rooney (Daniel Craig), em «Caminho Para Perdição», de Sam Mendes

Harlen Maguire (Jude Law), em «Caminho Para Perdição», de Sam Mendes

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Um filme, vários posters: A Estrada, de John Hillcoat (2009)

Alemanha

Austrália

Brasil

Colômbia

Coreia do Sul

EUA

EUA

EUA

EUA

EUA

EUA

Reino Unido

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Quando o Cinema inspira videoclips: Otherside, de Red Hot Chili Peppers



Música: «Otherside»
Artista: Red Hot Chili Peppers
Álbum: «Californication»
Ano: 1999
Realizador: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Inspiração: Expressionismo Alemão

A propósito deste excelente videoclip, realizado pela dupla que criou o também extraordinário «Little Miss Sunshine», recomendo-vos que acompanhem o ciclo deste mês do blogue «Tertúlia de Cinema» dedicado ao género que inspirou este vídeo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Última Sessão fora de portas: Planos

A convite de João Palhares, do blogue Cine Resort, fui convidado a participar numa iniciativa onde nos pede para escrevermos sobre um plano que nos diga algo. A minha escolha incidiu sobre o plano sequência inicial de «A Sede do Mal», de Orson Welles, e o respectivo texto pode ser lido aqui. Aproveito para vos convidar a conhecerem o blogue do João Palhares, caso ainda não conheçam, e a darem uma espreitadela nos textos dos outros bloggers que já participaram na iniciativa. A lista encontra-se na barra lateral esquerda.

Banda Sonora: 500 Miles, de The Proclaimers

«500 Miles», de The Proclaimers - Banda Sonora de «Burke and Hare», de John Landis

domingo, 11 de setembro de 2011

MOTELx: Burke and Hare, de John Landis (2010)

Se John Carpenter esteve 10 anos sem realizar, um outro John, de seu apelido Landis e também com alguns bons momentos cinematográficos realizados na década de 1980, também esteve uma boa temporada afastado da cadeira de realizador. Pelo menos para cinema, pois tal como Carpenter, também Landis filmou dois episódios para a série «Masters of Horror». Além destas duas aventuras John Landis esteve entretido com outros projectos para TV e um documentário. O seu regresso ocorreu no ano passado com a comédia negra «Burke and Hare», um dos últimos filmes a ser projectado na edição deste ano do MOTELx.

Protagonizado por William Burke (Simon Pegg) e William Hare (Andy Serkis, que desta vez interpreta uma personagem de carne e osso), o filme aborda um episódio real ocorrido na Escócia do século XIX, quando esta dupla de fura vidas descobre que consegue ganhar dinheiro a vender cadáveres para os docentes da Universidade de Medicina de Edimburgo dissecarem nas suas aulas. Os problemas começam a surgir quando as mortes naturais escasseiam na cidade escocesa e Burke e Hare têm de arranjar um 'produto' que é cada vez mais procurado.

Através de um humor negro, bastante ao estilo britânico, John Landis conta as desventuras destes pobres diabos à medida que o negócio prospera até que as autoridades começam a desconfiar. A premissa para «Burke and Hare» e o elenco reunido, muitos deles conhecidos de quem está habituado a produções britânicas para TV e mesmo para Cinema, mereciam melhor resultado. O filme consegue arrancar algumas boas gargalhadas e está exagerado q.b. para que tal aconteça, mas a forma como Landis conta esta história peca pela falta de fluidez, tornando o filme quase um amontoado de cenas mal ligadas ou ligadas um pouco à pressa. Ao contrário de Carpenter, este era também um regresso aguardado, mas o resultado final acaba por desiludir.

Nota: 3/5

Site do filme no IMDB

O Nascimento de Uma Nação, de David W. Griffith (1915)

Épico é a palavra indicada para descrever «O Nascimento de Uma Nação», muito provavelmente o primeiro grande filme da História do Cinema. Em quase todos os aspectos pois se não fosse a segunda metade e as ideias que aí se defendem, seria bem melhor. Realizado em 1915 por David W. Griffith e com cerca de três horas de duração, o filme não é, como o título poderá indicar, a História dos EUA, mas o retrato do período em que os EUA se tornaram o país que hoje é: uma federação de estados unida depois de uma Guerra Civil que deixou marcas bastante profundas no país.

Este período mais negro da História dos EUA é contado por Griffith através de duas famílias, uma do Norte e outra do Sul, que estão ligadas por laços de amor e amizade. «O Nascimento de Uma Nação» é um grande e muito bom filme, sobretudo na primeira metade, quando aborda a guerra. A forma como foram recriadas algumas batalhas é assombrosa se nos lembrarmos que estamos a falar de um filme feito em 1915. E além da história que nos é contada, baseada no romance «The Clansman», de Thomas E. Dixon, Griffith recriou alguns episódios verdadeiros que ocorreram na época retratada com a ajuda de relatos da altura.

O problema de «O Nascimento de Uma Nação» é a segunda metade. Depois do fim do conflito, que deu vitória ao Norte e marcou o princípio do fim da escravatura, o filme passa a centrar-se no Sul. E aqui começa a ganhar contornos racistas. De início os recém libertados negros, que conquistam o poder, são retratados bastante negativamente e a solução para 'libertar' o Sul desta 'anarquia' (termo utilizado no filme) é o Ku Klux Klan, um grupo supremacista branco ainda hoje existente nos EUA.

É este o grande problema desta obra-prima do Cinema, que já na altura da estreia provocou polémica e levou David W. Griffith a esgrimir argumentos com os críticos, escudando-se com a liberdade de expressão. Isso é visível numa mensagem que o realizador resolveu colocar num entre-título antes do filme começar. Uma mancha que, contudo, não tira o mérito artístico a «O Nascimento de Uma Nação». Não fosse precisamente esta segunda metade e as ideias propagadas e eu daria uma nota superior. Mas não consigo gostar mais de um filme com tais argumentos, apesar de recomendar a sua visualização, pois é de facto um grande filme e pode ser visto completo no link abaixo.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

Belle du jour: Simone Valère

Simone Valère, em «O Preço da Juventude», de René Clair

sábado, 10 de setembro de 2011

Uma Mulher Sob Influência, de John Cassavetes (1974)

Como actor John Cassavetes nunca foi além da mediania, mas como realizador a sua marca ficou para sempre na história do Cinema, apesar de apenas ter realizado 12 filmes e alguns episódios de séries televisivas. Dez destes filmes contaram com a presença de Gena Rowlands, sua esposa, no elenco. E é esse o caso de «Uma Mulher Sob Influência», filme realizado em 1974 e uma obra-prima de John Cassavetes que apesar de não ser bastante acessível acabou por ser reconhecida pela Academia com duas nomeações aos Óscares: Melhor Realizador e Melhor Actriz Principal.

E neste caso Gena Rowlands toma completamente conta do filme, interpretando uma dona de casa com problemas mentais que não aguenta a sua vida e acaba por ser internada. Mesmo quando não está presente em cena, a sua presença paira como um fantasma. Basta ver a falta que ela faz quando vemos as dificuldades do seu marido Nick (Peter Falk) para cuidar dos três filhos do casal, durante o período de internamento da esposa. Mas se Peter Falk também está à altura, é a interpretação da esposa de Cassavetes que vale por todo o filme e é uma das melhores que tenho visto recentemente. Rowlands consegue alternar entre cenas calmas e a histeria completa como se fosse mesmo alguém que sofre de problemas mentais e a realidade dela vale mais do que a dos outros. Quase que poderíamos dizer que a sua interpretação é uma experiência da actriz a quem o realizador deu liberdade total e este limita-se apenas a segui-la com a câmara.

Esta experiência é, como referi no início do texto, pouco acessível para os padrões de Hollywood, mas «Uma Mulher Sob Influência» não deixa de ser por isso um excelente filme por isso. Mesmo que o argumento pareça simples, a complexidade das personagens fazem deste filme uma grande obra sobre a loucura, retratada de uma forma crua e normal, sem cair no facilitismo da coitadinha e do drama familiar de fazer chorar as pedras da calçada. As duas magistrais interpretações principais, de Gena Rowlands e Peter Falk, fazem o resto.

Nota: 5/5

Site do filme no IMDB

Maus como as cobras: Robert Manners (Lipstick Killer)

Robert Manners (John Drew Barrymore), também conhecido como Lipstick Killer, em «Cidade nas Trevas», de Fritz Lang

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Hospício, de John Carpenter (2010)

Dez anos depois de «Fantasmas de Marte» chega às salas de Cinema um novo filme de John Carpenter. Sem contar com os dois telefilmes realizados para a série «Masters of Horror» («Cigarrette Burns» e «Pro-Life»), este longo interregno marca o regresso de um dos grandes mestres do cinema norte-americano. E que regresso! Apesar de chegar às salas com um ano de atraso, «O Hospício» é também o regresso de John Carpenter aos seus bons tempos de grande Cinema de terror, mostrando a muitos que não é preciso sangue a rodos nem cenas que chocam para fazer um bom filme dentro do género.

Em «O Hospício» Carpenter conta-nos a história de Kristen (Amber Heard), uma jovem que nos idos anos 1960 está a ser procurada pelas autoridades e é encontrada depois de incendiar uma casa. Depois de apanhada pela polícia Kristen é enviada para um hospital psiquiátrico e remetida para uma ala onde se encontram também internadas outras quatro raparigas. Estas escondem um segredo relativamente a uma anterior paciente e a pouco e pouco as cinco jovens começam a ser perseguidas e mortas por uma estranha criatura à solta no hospital.

Com este filme John Carpenter consegue juntar o melhor de dois tipos de filmes de terror: o terror mais visual e forte, que encontramos sobretudo nas cenas da morte das raparigas, e um terror psicológico, fruto da situação em que se encontra Kristen, um hospício onde os médicos recorrem a métodos pouco ortodoxos para curar os pacientes. Sem nunca cair no facilitismo de abusar no sangue nas cenas de tortura mais visual, algo que é muito comum nos filmes de terror actuais, Carpenter alterna com mestria entre os dois ambientes, com uma banda sonora que nos remete para os filmes mais clássicos do género e com algumas sequências que nos fazem dar saltos na cadeira. E o resultado é um dos melhores filmes deste pobre ano cinematográfico, quando se fala em estreias. Talvez pudesse acabar um pouco mais cedo (não vou revelar como para não estragar a surpresa), mas o twist final também não ficou mal. Bem-vindo de volta, Senhor Carpenter, já sentíamos a sua falta.

Nota:4/5

Site oficial do filme

Masters of Horror: Imprint, de Takashi Miike (2006)

Nas duas temporadas de «Masters of Horror» foi escolhido um convidado japonês para filmar um episódio. Na primeira série o escolhido foi Takashi Miike e o filme que realizou, «A Maldição», acabou por causar alguma polémica devido à violência excessiva. Esta polémica levou mesmo a que o episódio não chegasse a passar na televisão nos EUA quando a série estreou e «A Maldição» apenas foi vista pelo público em geral quando foi lançada a edição em DVD da primeira temporada de «Masters of Horror». Não foi o que aconteceu por cá, pois o canal MOV resolveu passá-lo à mesma.

Mas será que há razões para tanto alarido? Talvez. «A Maldição» é de facto o episódio mais violento da série, mas não vai tão longe como o clássico «Ichi, The Killer», do mesmo Takashi Miike, esse sim um filme ultra-violento. A contribuição do japonês para a série é uma história passada no Japão do século XIX, quando um jornalista americano, interpretado por Billy Drago, chega a uma pequena cidade à procura de uma antiga amante, a quem tinha prometido regressar para a levar para os EUA. Só que ao chegar à cidadezinha descobre que Komomo (Michié) tinha sido vendida a um bordel. É neste bordel que o jornalista encontra uma prostituta com a cara desfigurada que lhe conta o destino de Komomo.

A história é simples e não desiludirá os fãs do realizador, ávidos de sangue e cenas que chegam a roçar o sádico, como é o caso de uma sequência de tortura que nos deixa com um nó no estômago. Bem filmada e contada de forma a que todos os pedaços do puzzle cheguem na altura certa, o filme de Takashi Miike fecha com chave de ouro esta excelente série de terror, que ainda teve uma outra temporada. Se a conseguir visualizar, fica prometido para uma outra altura a análise a essa segunda temporada. Entretanto, espero que tenham gostado de acompanhar a série comigo.

Nota: 4/5

Site da série

Site do episódio no IMDB

Frase(s) que marcam um filme: As Bonecas da Califórnia, de Robert Aldrich (1981)

Harry Sears: Nobody hungry? I'm buyin'. Hey, I'm not kiddin' around. I'm really buyin'.
Iris: Real food? Or that junk garbage we have every night?
Harry Sears: No, no... Five blocks up the road there's a new Fatburger. It's fantastic.
Molly: For once, can't we eat in a place with a table cloth?
Harry Sears: It's OK with me but those frills cost money.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MOTELx 2011: Curtas Internacionais II

Abriram ontem as portas de mais uma edição do MOTELx, a quinta do já mítico Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, e a julgar pelas enormes filas que estavam à frente da escadaria do Cinema São Jorge no primeiro dia do evento, tudo leva a crer que esta edição será um sucesso. Pelo menos de público. Não sendo eu um fã a sério do género, apenas simpatizante, se assim se pode dizer, tive oportunidade de assistir a uma das duas sessões de curtas metragens internacionais, que passou numa secção do festival com o excelente nome de «Curtas ao Almoço». E não dei o tempo por mal empregue, pois das quatro propostas apresentadas, apenas a primeira desiludiu. Todas as outras recomendam-se.

A abrir a sessão coube a curta «Picnic» (Espanha, 2010), realizada por Gerardo Herrero Pereda. Bem filmado e com uma bela fotografia, esta é a história de uma família que regressa a uma floresta onde em tempos um dos membros foi feliz. Mas houve uma guerra e o sítio nunca mais foi o mesmo. Num dia a mãe, que tem um bebé ao colo pisa uma mina e não sabe o que fazer. O que esta curta tem de belo a nível de fotografia, tem de fraco na história, que acaba por ser um pouco previsível. O que vale é que era mesmo curta e o tempo passou. Nota: 3/5

Da floresta, a sessão partiu para a cidade. Em «Polonaise» (Holanda, 2011), de Jasper Masthoff e Gonzalo Fernandez, Mohammed tem um daqueles dias em que mais valia não sair da cama. Acorda com um pesadelo, roubam-lhe a bicicleta, é confundido com um ladrão, é despedido e acaba perseguido por uma multidão prestes a matá-lo por considerar que o jovem é responsável por todos os males do mundo. Mas no final acaba por se vingar da sociedade que sempre o maltratou, num bem conseguido twist final que metem zombies à mistura. Nota: 4/5

A terceira curta foi sem sombra de dúvidas a melhor da sessão. «The United Monsters Talent Agency» (EUA, 2010), é uma homenagem ao cinema de terror clássico, realizada por Greg Nicotero, especialista em maquilhagem e efeitos especiais e actor nas horas vagas. Em jeito de documentário, semelhante aos pequenos noticiários que precediam as sessões de cinema no início do século XX, esta curta apresenta uma agência de talentos que trabalha com os principais monstros do cinema de terror, do Drácula aos zombies, passando pelo Tubarão e o Monstro da Lagoa Negra. Estão todos por lá. A curta é hilariante e um pequeno doce para os amantes do género, que têm de ter atenção a alguns cameos que por lá passam. Eli Roth, o grande homenageado da edição deste ano do MOTELx, também por lá anda. Nota: 5/5

Para finalizar a sessão, depois de um pequeno momento de descontracção, uma curta mais forte quando comparada com as restantes três. Trata-se de «Ninjas» (Brasil, 2010), realizada por Dennison Ramalho. Nesta curta acompanhamos um polícia de São Paulo atormentado pelo fantasma de uma criança que matou numa perseguição pelas ruas de uma favela, julgando ser um criminoso. Quando um dos seus chefes descobre a razão dos problemas de Jalton, que nem a igreja ou Jesus Cristo conseguem resolver, promete ajudá-lo numa saída com um esquadrão da morte. Mas será que Jalton se vai salvar? Dos quatro este é o filme que consegue deixar-nos com um aperto no estômago, utilizando o horror para abordar temas como os cultos evangélicos, a criminalidade e a força das autoridades no Brasil. Nota: 4/5

Masters of Horror: Haeckel's Tale, de John McNaughton

Prestes a chegar ao fim da primeira temporada, a série «Masters of Horror» convidou John McNaughton, realizador do filme de culto «Henry: A Sombra de Um Assassino», que nos leva a uma viagem no passado para contar uma história de zombies. «A História de Haeckel» que dá o nome ao título do episódio é contada em flashback por uma necromante, quando recebe em sua casa no meio da floresta um jovem viúvo que lhe vem pedir para trazer a sua esposa de volta do mundo dos mortos. Para desincentivar o viúvo, a necromante conta a lenda de Ernst Haeckel, um estudante de Medicina que não acreditava em magia negra, mas que acabou convencido da pior maneira.

A par do último episódio da primeira temporada de «Masters of Horror», assinado pelo japonês Takashi Miike, o filme de John McNaughton é o único cuja acção decorre numa época passada. Mas se o período em que decorre a acção de «A História de Haeckel» até está bem reconstituído, o mesmo não se pode dizer da história, que é das mais fracas da série. Um dos problemas é o facto de parecer que uma hora não foi suficiente para explorar bem a história, que não é de todo muito original, e se determinadas cenas estão bastante alongadas, outras podiam estar mais desenvolvidas e não estão. O elenco também não é dos melhores e isso acaba por influenciar negativamente o resultado final.

Nota: 2/5

Site da série

Site do episódio no IMDB

Em Cartaz: Semana 08/09/2011

Colombiana, de Olivier Megaton
O Guarda do Zoo, de Frank Coraci
Noite de Medo, de Craig Gillespie
O Hospício, de John Carpenter
Cisne, de Teresa Villaverde
Rubber - Pneu, de Quentin Dupieux
A Nossa Vida, de Daniele Luchetti

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Masters of Horror: Pick Me Up, de Larry Cohen (2006)

Depois do praticamente estreante Lucky McKee, a série «Masters of Horror» prosseguiu com o veterano Larry Cohen, que já anda nestas andanças desde o início dos anos 1980. O episódio «A Boleia» foi contudo o seu último trabalho até agora, na cadeira de realizador e marca o regresso da série ao tema dos serial killers, já abordado no primeiro filme, «Incidente Numa Estrada de Montanha», de Don Coscarelli. Desta vez não temos um, mas dois assassinos rivais que se encontram para um duelo final depois de terem feito novas vítimas num autocarro que se avariou numa estrada no meio de nenhures. O percurso dos dois rivais acaba precisamente nesta encruzilhada, quando finalmente se encontram para tentar matar a última vítima sobrevivente do incidente.

Uma vez mais, este é um episódio bem conseguido da série, que ao longo dos últimos dias não tem parado de me surpreender. É tanta a variedade de propostas apresentadas por este conjunto de mestres do Cinema de Terror, género que confesso não ser grande fã, algumas das quais com boa qualidade, que começo a pensar dar uma segunda oportunidade a este género. Neste caso, além de uma boa história, com personagens muito bem construídas (os dois serial killers complementam-se na perfeição, apesar de serem completamente opostos: um é novo, o outro é velho, um dá boleias no seu camião vermelho, o outro prefere andar à boleia para encontrar vítimas), o filme tem um excelente twist, bem irónico, sem recorrer a imagens muito gráficas ou sangue a rodos, tirando uma cena em que uma das vítimas é torturada. Mas é mais uma boa proposta de «Masters of Horror» para descobrir, assinada por um veterano que também deu cartas na escrita de argumentos: é dele o argumento de «Cabine Telefónica», de Joel Schumacher, por exemplo.

Nota: 4/5

Site da série

Site do episódio no IMDB

Um filme, vários posters: Saw, de James Wan (2004)

Chile

EUA

EUA

EUA

EUA

EUA


Israel

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Masters of Horror: Sick Girl, de Lucky McKee (2006)

Quando realizou o episódio «A Rapariga Doente» para a primeira temporada da série «Masters of Horror», Lucky McKee não era ainda um mestre do terror propriamente dito, pois apenas tinha uma longa metragem no currículo: «May», de 2002. Mesmo assim, assina um bom episódio da série. Começa por ser um filme calmo sobre uma investigadora especializada em insectos, com uma grande colecção de espécimes como animais de estimação, que recebe em casa uma estranha encomenda com um novo insecto. Ao mesmo tempo a Dra. Ida Teeter (Angela Bettis) começa uma relação amorosa com Misty Falls (Erin Brown, actriz e realizadora que por vezes também surge creditada como Misty Mundae), a tímida filha de um antigo professor de Ida, que aparece no laboratório para fazer desenhos.

A história arranca a sério quando o tal novo insecto desaparece e a namorada de Ida começa a ter comportamentos estranhos. Com um tom bastante irónico e com um humor um pouco ácido, que se nota sobretudo nos comentários do colega da cientista, «A Rapariga Doente» é mais uma das boas surpresas da série. Mesmo tendo sido realizado por um 'novato', se assim se pode dizer da então curta carreira de Lucky McKee, o filme está bem feito e aproveita todos os elementos do género para contar uma boa história.

Tem alguns pormenores um pouco mais fortes, mas acaba por ter outros elementos tão leves que quase não parece um filme de terror puro e duro. Até porque tem um final relativamente feliz. Destaque ainda para uma excelente banda sonora, bem diferente daquilo que seria de esperar dum filme de terror, mas que neste caso até resulta.

Nota: 4/5

Site da série

Site do episódio no IMDB

Encontro Inesquecível, de Blake Edwards (1987)

«Encontro Inesquecível» é um dos primeiros papéis de relevo da carreira de Bruce Willis no Cinema, actor que na altura era mais conhecido pela sua personagem na série de TV «Modelo e Detective», onde ganhou popularidade ao lado de Cybill Shepherd. Nesta comédia de Blake Edwards o seu papel é o de Walter Davis, o empregado de uma grande multinacional que tem de levar companhia para um jantar da empresa onde estará presente Yakamoto, o patrão japonês. Como os colegas não apreciam a sua actual companheira, Walter pede ajuda ao irmão para arranjar um par e esse par é Nadia Gates (Kim Basinger, já com alguns filmes na carreira, incluindo o célebre «Nove Semanas e Meia»).

Mas se o encontro começa bem, quando Walter conhece uma bela mulher, tudo muda quando resolve oferecer-lhe um copo de champanhe. E como Nadia não se dá bem com o álcool, a noite nunca mais será a mesma para Walter, que entra numa espiral de peripécias que apenas termina no genérico final. Longe dos principais filmes de Blake Edwards, como alguns episódios da série «Pantera Cor de Rosa», «Boneca de Luxo» ou «A Festa», «Encontro Inesquecível» é uma comédia com alguns bons achados, sobretudo quando entra em cena o juiz Harold Bedford (William Daniels). Mas falha porque o duo principal não tem grande química. Se Bruce Willis até se comporta bem, numa altura em que a sua carreira na Sétima Arte estava a dar os seus primeiros, Kim Basinger parece um pouco à toa.

O argumento, assinado por Dale Launer, também é bastante limitado e não ajuda muito a encher o filme. Em certas alturas é tão previsível que já quase sabemos o que virá a seguir. Curiosamente, segundo o IMDB, o argumento original foi tão alterado que o seu autor não terá gostado do resultado final. Se calhar foi por isso que o filme se perdeu. «Encontro Inesquecível» vale sobretudo como curiosidade, para ver mais um filme de Edwards e como Bruce Willis se comportava no início da carreira.

Nota: 3/5

Site do filme no IMDB

Quando o Cinema inspira videoclips: Walk, de Foo Fighters



Música: «Walk»
Artista: Foo Fighters
Álbum: «Wasting Light»
Ano: 2011
Realizador: Sam Jones
Inspiração: «Um Dia de Raiva», de Joel Schumacher

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Masters of Horror: The Fair Haired Child, de William Malone (2005)

Depois de um breve interregno, fruto da falta de tempo e não só, a primeira temporada da série «Masters of Horror» está de volta ao «A Última Sessão». Devido a um pequeno problema um dos episódios da série, o oitavo («Cigarrette Burns», de John Carpenter), não foi visionado, por isso tive de saltar por cima. Mas fica prometido uma crítica sobre este episódio, que era um dos que mais vontade tinha de ver.

«A Criança Loira» é o nono filme de «Masters of Horror». Realizado por William Malone, esta é a história de uma adolescente, vítima de bullying, que é raptada a caminho de casa. Depois de um tempo adormecida a jovem Tara (Lindsay Pulsipher) acorda no que aparenta ser um quarto de hospital, longe de casa. Cedo se apercebe que o sítio onde se encontra não um hospital católico, mas sim a mansão de um estranho casal que mais tarde a aprisiona na cave. Aqui Tara trava conhecimento com um rapaz prestes a suicidar-se, que acaba por salvar. Mas aos poucos, uma vez mais, a jovem apercebe-se que nada é o que parece e corre perigo de vida.

Este é mais um episódio que faz jus ao nome da série. William Malone, realizador de «A Casa do Passado» e «Medo.com», brinda os fãs do cinema de terror com uma boa história e alguns bons sustos. O final acaba por ser um bocado previsível, mas a forma como a história se desenrola e os efeitos especiais utilizados para criar o monstro são suficientes para colocar «A Criança Loira» entre os melhores episódios desta primeira temporada.

Nota: 4/5

Site da série

Site do episódio no IMDB

Assim é o Amor, de Mike Mills (2010)

Por norma fujo de filmes com animais que falam. Mas é impossível resistir a Arthur, uma das personagens de «Assim é o Amor», a segunda longa metragem de Mike Mills. Arthur não é propriamente um cão que fala, mas os seus pensamentos vão surgindo ao longo do filme, como se fossem respostas a Oliver (Ewan McGregor), o protagonista do filme que perdeu o pai recentemente e começa uma nova relação com Anna (Mélanie Laurent), uma actriz francesa que conhece numa festa. E se da primeira vez que vemos as legendas sem que ninguém fale parece estranho, as 'falas' de Arthur tornam-se um dos pontos originais deste belo filme.

«Assim é o Amor» é o retrato deste início de relação e ao mesmo tempo um retrato da vida de Oliver e dos laços que teve com os seus pais. A mãe (Mary Page Keller), uma mulher meio neurótica, e o pai(Christopher Plummer), um curador de museu gay que saiu do armário após a morte da esposa para descobrir pouco tempo depois que tem um cancro terminal. A vida de Oliver e a sua relação com os pais vai sendo contada em paralelo com a relação de Oliver e Anna e aos poucos começamos a aperceber-nos que a forma como Oliver cresceu num contexto complexo acabou por influenciar a sua forma de ver o mundo.

Recorrendo a um tom de comédia dramática, Mike Mills faz de «Assim é o Amor» um filme tão belo como simples, sobre as relações humanas e o amor entre pessoas de universos completamente diferentes. Ajudado por um excelente elenco banda sonora, o realizador norte-americano, autor de «Chupa No Dedo», apresenta uma das surpresas bastante recomendáveis deste ano cinematográfico.

Nota: 4/5

Site oficial do filme