Abriram ontem as portas de mais uma edição do MOTELx, a quinta do já mítico Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, e a julgar pelas enormes filas que estavam à frente da escadaria do Cinema São Jorge no primeiro dia do evento, tudo leva a crer que esta edição será um sucesso. Pelo menos de público. Não sendo eu um fã a sério do género, apenas simpatizante, se assim se pode dizer, tive oportunidade de assistir a uma das duas sessões de curtas metragens internacionais, que passou numa secção do festival com o excelente nome de «Curtas ao Almoço». E não dei o tempo por mal empregue, pois das quatro propostas apresentadas, apenas a primeira desiludiu. Todas as outras recomendam-se.
A abrir a sessão coube a curta «Picnic» (Espanha, 2010), realizada por Gerardo Herrero Pereda. Bem filmado e com uma bela fotografia, esta é a história de uma família que regressa a uma floresta onde em tempos um dos membros foi feliz. Mas houve uma guerra e o sítio nunca mais foi o mesmo. Num dia a mãe, que tem um bebé ao colo pisa uma mina e não sabe o que fazer. O que esta curta tem de belo a nível de fotografia, tem de fraco na história, que acaba por ser um pouco previsível. O que vale é que era mesmo curta e o tempo passou. Nota: 3/5
Da floresta, a sessão partiu para a cidade. Em «Polonaise» (Holanda, 2011), de Jasper Masthoff e Gonzalo Fernandez, Mohammed tem um daqueles dias em que mais valia não sair da cama. Acorda com um pesadelo, roubam-lhe a bicicleta, é confundido com um ladrão, é despedido e acaba perseguido por uma multidão prestes a matá-lo por considerar que o jovem é responsável por todos os males do mundo. Mas no final acaba por se vingar da sociedade que sempre o maltratou, num bem conseguido twist final que metem zombies à mistura. Nota: 4/5
A terceira curta foi sem sombra de dúvidas a melhor da sessão. «The United Monsters Talent Agency» (EUA, 2010), é uma homenagem ao cinema de terror clássico, realizada por Greg Nicotero, especialista em maquilhagem e efeitos especiais e actor nas horas vagas. Em jeito de documentário, semelhante aos pequenos noticiários que precediam as sessões de cinema no início do século XX, esta curta apresenta uma agência de talentos que trabalha com os principais monstros do cinema de terror, do Drácula aos zombies, passando pelo Tubarão e o Monstro da Lagoa Negra. Estão todos por lá. A curta é hilariante e um pequeno doce para os amantes do género, que têm de ter atenção a alguns cameos que por lá passam. Eli Roth, o grande homenageado da edição deste ano do MOTELx, também por lá anda. Nota: 5/5
Para finalizar a sessão, depois de um pequeno momento de descontracção, uma curta mais forte quando comparada com as restantes três. Trata-se de «Ninjas» (Brasil, 2010), realizada por Dennison Ramalho. Nesta curta acompanhamos um polícia de São Paulo atormentado pelo fantasma de uma criança que matou numa perseguição pelas ruas de uma favela, julgando ser um criminoso. Quando um dos seus chefes descobre a razão dos problemas de Jalton, que nem a igreja ou Jesus Cristo conseguem resolver, promete ajudá-lo numa saída com um esquadrão da morte. Mas será que Jalton se vai salvar? Dos quatro este é o filme que consegue deixar-nos com um aperto no estômago, utilizando o horror para abordar temas como os cultos evangélicos, a criminalidade e a força das autoridades no Brasil. Nota: 4/5
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