Por norma fujo de filmes com animais que falam. Mas é impossível resistir a Arthur, uma das personagens de «Assim é o Amor», a segunda longa metragem de Mike Mills. Arthur não é propriamente um cão que fala, mas os seus pensamentos vão surgindo ao longo do filme, como se fossem respostas a Oliver (Ewan McGregor), o protagonista do filme que perdeu o pai recentemente e começa uma nova relação com Anna (Mélanie Laurent), uma actriz francesa que conhece numa festa. E se da primeira vez que vemos as legendas sem que ninguém fale parece estranho, as 'falas' de Arthur tornam-se um dos pontos originais deste belo filme.
«Assim é o Amor» é o retrato deste início de relação e ao mesmo tempo um retrato da vida de Oliver e dos laços que teve com os seus pais. A mãe (Mary Page Keller), uma mulher meio neurótica, e o pai(Christopher Plummer), um curador de museu gay que saiu do armário após a morte da esposa para descobrir pouco tempo depois que tem um cancro terminal. A vida de Oliver e a sua relação com os pais vai sendo contada em paralelo com a relação de Oliver e Anna e aos poucos começamos a aperceber-nos que a forma como Oliver cresceu num contexto complexo acabou por influenciar a sua forma de ver o mundo.
Recorrendo a um tom de comédia dramática, Mike Mills faz de «Assim é o Amor» um filme tão belo como simples, sobre as relações humanas e o amor entre pessoas de universos completamente diferentes. Ajudado por um excelente elenco banda sonora, o realizador norte-americano, autor de «Chupa No Dedo», apresenta uma das surpresas bastante recomendáveis deste ano cinematográfico.
Nota: 4/5
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