segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vencedores dos Óscares

E a noite/madrugada mais aguardada pela maioria dos fãs de cinema, quanto mais não seja pela simples curiosidade, lá passou. Sem grandes surpresas «O Discurso do Rei», de Tom Hooper, foi o grande vencedor da noite, com quatro estatuetas: Melhor Filme, Melhor Actor Principal, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original. «A Origem», de Christopher Nolan, levou para casa o mesmo número de prémios, mas em categorias técnicas. Por fim, a não atribuição do Óscar para Melhor Documentário a «Exit Through the Gift Shop» veio demonstrar aquilo que já todos sabemos: a Academia não tem sentido de humor.

Ficam a lista dos vencedores deste ano (vencedores a negrito):

Melhor Filme

«O Cisne Negro», de Darren Aronofsky
«The Fighter», de David O. Russell
«A Origem», de Christopher Nolan
«O Discurso do Rei», de Tom Hooper
«A Rede Social», de David Fincher
«Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
«Toy Story 3», de Lee Unkrich
«127 Horas», de Danny Boyle
«Indomável», de Joel Coen e Ethan Coen
«Winter's Bone», de Debra Granik

Melhor Realizador

Darren Aronofsky, por «O Cisne Negro»
David Fincher, por «A Rede Social»
Tom Hooper, por «O Discurso do Rei»
Joel Coen e Ethan Coen, por «Indomável»
David O. Russell, por «The Fighter»

Melhor Actor Principal

Javier Bardem, por «Biutiful»
Jesse Eisenberg, por «A Rede Social»
Colin Firth, por «O Discurso do Rei»
James Franco, por «127 Horas»
Jeff Bridges, por «Indomável»

Melhor Actriz Principal

Nicole Kidman, por «Rabbit Hole»
Jennifer Lawrence, por «Winter’s Bone»
Natalie Portman, por «O Cisne Negro»
Michelle Williams, por «Blue Valentine - Só Tu e Eu»
Annette Bening, por «Os Miúdos Estão Bem»

Melhor Actor Secundário

Christian Bale, por «The Fighter»
Jeremy Renner, por «A Cidade»
Geoffrey Rush, por «O Discurso do Rei»
John Hawkes, por «Winter's Bone»
Mark Ruffalo, por «Os Miúdos Estão Bem»

Melhor Actriz Secundária

Amy Adams, por «The Fighter»
Helena Bonham Carter, por «O Discurso do Rei»
Melissa Leo, por «The Fighter»
Hailee Steinfeld, por «Indomável»
Jacki Weaver, por «Animal Kingdom»

Melhor Argumento Original

Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, por «Os Miúdos Estão Bem»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David Seidler, por «O Discurso do Rei»
Mike Leigh, por «Um Ano Mais»
Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson, por «The Fighter»

Melhor Argumento Adaptado

Danny Boyle e Simon Beaufoy, por «127 Horas»
Aaron Sorkin, por «A Rede Social»
Michael Arndt, por «Toy Story 3»
Joel Coen e Ethan Coen, por «Indomável»
Debra Granik e Anne Rosellini, por «Winter's Bone»

Melhor Longa-metragem de Animação

«Como Treinares o Teu Dragão», de Dean DeBlois e Chris Sanders
«O Mágico», de Sylvain Chomet
«Toy Story 3», de Lee Unkrich

Melhor Filme Estrangeiro

«Biutiful», de Alejandro González Iñárritu (México)
«In a Better World», de Susanne Bier (Dinamarca)
«Canino», de Giorgos Lanthimos (Grécia)
«Incendies», de Denis Villeneuve (Canadá)
«Fora da Lei», de Rachid Bouchareb (Argélia)

Melhor Banda Sonora Original

Alexandre Desplat, por «O Discurso do Rei»
A.R. Rahman, por «127 Horas»
Trent Reznor e Atticus Ross, por «A Rede Social»
Hans Zimmer, por «A Origem»
John Powell, por «Como Treinares o Teu Dragão»

Melhor Canção Original

«Coming Home» («Country Strong»)
«I See the Light» («Entrelaçados»)
«If I Rise» («127 Horas»)
«We Belong Together» («Toy Story 3»)

Melhor Direcção Artística

«Alice no País das Maravilhas», por Robert Stromberg e Karen O'Hara
«Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1», por Stuart Craig e Stephenie McMillan
«A Origem», por Guy Hendrix Dyas, Larry Dias e Doug Mowat
«O Discurso do Rei», por Eve Stewart e Judy Farr
«Indomável», por Jess Gonchor e Nancy Haigh

Melhor Fotografia

«O Cisne Negro», por Matthew Libatique
«A Origem», por Wally Pfister
«O Discurso do Rei», por Danny Cohen
«A Rede Social», por Jeff Cronenweth
«Indomável», por Roger Deakins

Melhor Guarda-Roupa

«Alice no País das Maravilhas», por Colleen Atwood
«Eu Sou o Amor», por Antonella Cannarozzi
«O Discurso do Rei», por Jenny Beavan
«A Tempestade», por Sandy Powell
«Indomável», por Mary Zophres

Melhor Montagem

«O Cisne Negro», por Andrew Weisblum
«The Fighter», por Pamela Martin
«O Discurso do Rei», por Tariq Anwar
«127 Horas», por Jon Harris
«A Rede Social», por Angus Wall e Kirk Baxter

Melhor Caracterização

«Barney's Version», por Adrien Morot
«The Way Back», por Edouard F. Henriques, Gregory Funk e Yolanda Toussieng
«O Lobisomem», por Rick Baker e Dave Elsey

Melhor Som

«A Origem», por Richard King
«Toy Story 3», por Tom Myers e Michael Silvers
«Tron: O Legado», por Gwendolyn Yates Whittle e Addison Teague
«Indomável», por Skip Lievsay e Craig Berkey
«Imparável», por Mark P. Stoeckinger

Melhores Efeitos Sonoros

«A Origem», por Lora Hirschberg, Gary A. Rizzo e Ed Novick
«O Discurso do Rei», por Paul Hamblin, Martin Jensen e John Midgley
«Salt», Jeffrey J. Haboush, Greg P. Russell, Scott Millan e William Sarokin
«A Rede Social», por Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick e Mark Weingarten
«Indomável», por Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff e Peter F. Kurland

Melhores Efeitos Visuais

«Alice no País das Maravilhas», por Ken Ralston, David Schaub, Carey Villegas e Sean Phillips
«Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1», por Tim Burke, John Richardson, Christian Manz e Nicolas Aithadi
«Hereafter - Outra Vida», Michael Owens, Bryan Grill, Stephan Trojanski e Joe Farrell
«A Origem», por Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley e Peter Bebb
«Homem de Ferro 2», por Janek Sirrs, Ben Snow, Ged Wright e Daniel Sudick

Melhor Documentário

«Exit through the Gift Shop», por Banksy e Jaimie D'Cruz
«Gasland», por Josh Fox e Trish Adlesic
«Inside Job - A Verdade da Crise», por Charles Ferguson e Audrey Marrs
«Restrepo», por Tim Hetherington e Sebastian Junger
«Waste Land», por Lucy Walker e Angus Aynsley

Melhor Documentário de Curta-Metragem

«Killing in the Name», Jed Rothstein
«Poster Girl», Sara Nesson e Mitchell W. Block
«Strangers No More», por Karen Goodman e Kirk Simon
«Sun Come Up», por Jennifer Redfearn e Tim Metzger
«The Warriors of Qiugang», por Ruby Yang e Thomas Lennon

Melhor Curta-Metragem de Animação

«Day & Night», por Teddy Newton
«The Gruffalo», por Jakob Schuh e Max Lang
«Let's Pollute», por Geefwee Boedoe
«The Lost Thing», por Shaun Tan e Andrew Ruhemann
«Madagascar, carnet de voyage (Madagascar, a Journey Diary)», por Bastien Dubois

Melhor Curta-Metragem de Imagem Real

«The Confession», por Tanel Toom
«The Crush», por Michael Creagh
«God of Love», por Luke Matheny
«Na Wewe», por Ivan Goldschmidt
«Wish 143», por Ian Barnes e Samantha Waite

Banda Sonora: Don't Box Me In, de Stewart Copeland e Stan Ridgway

«Don't Box Me In», de Stewart Copeland e Stan Ridgway - Banda Sonora de «Juventude Inquieta», de Francis Ford Coppola

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Blue Valentine - Só Tu e Eu, Derek Cianfrance (2010)

«Blue Valentine» é a segunda longa-metragem de Derek Cianfrance, que apesar de se ter estreado na cadeira de realizador em 1998, esteve até ao ano passado ligado a curtas e documentários. Esta é a história de um casal na casa dos 30 anos à beira da ruptura, com uma filha pequena para criar. Protagonizado por Ryan Gosling e Michelle Williams, ambos estão muito bem e não se percebe como é que apenas ela está nomeada aos Óscares, o filme retrata o fim da relação e, recorrendo a flashbacks, a forma como o casal se conheceu e como nasceu o amor entre os dois.

O filme é uma bela história dramática com duas personagens bastante fortes, cada uma com as suas características bastante vincadas, que chegaram a um ponto das suas vidas em que não sabem como ultrapassar as dificuldades de uma relação. Ele ainda tenta salvar o casamento, mas ela parece não estar para aí virada. Como referi atrás a interpretação dos dois está muito boa, pois parece que conseguiram transmitir uma boa química para o ecrã, como se aquilo que vemos fosse mesmo um casal a sério.

Mas «Blue Valentine» acaba por não conseguir descolar de um filme banal, sobretudo na maioria das cenas do passado (tirando a cena da dança na rua, que é das cenas de amor mais belas que vi nos últimos tempos). E é precisamente aqui que está uma das falhas do filme. Apesar de Ryan Gosling estar bem caracterizado quando representa a personagem mais nova, Michelle Williams continua praticamente igual, independentemente de ser nova ou mais velha. Parece que só se lembraram de rejuvenescer o actor. Ponto positivo para a banda sonora, assinada pela banda norte-americana Grizzly Bear.

Nota: 3/5

Site oficial do filme

Belle du jour: Michelle Williams

Michelle Williams em «Blue Valentine - Só Tu e Eu», de Derek Cianfrance

sábado, 26 de fevereiro de 2011

127 Horas, de Danny Boyle (2010)

Por estes dias já toda a gente ouviu falar de «127 Horas». Não só por ser um dos nomeados para os Óscares ou porque é o filme mais recente de Danny Boyle, mas devido a uma determinada cena demasiado forte. Não a vou relatar (apesar de se calhar já toda a gente ter ouvido falar nela) para não estragar o efeito surpresa aos que não sabem do que se trata. Posso apenas referir que não é agradável e mesmo os que já sabem do que se trata podem estar preparados para sentir algum desconforto.

As 127 horas do título do filme dizem respeito ao período em que Aron Ralston (James Franco) passou preso num buraco no meio das montanhas do Utah. O problema aqui não foi apenas o facto de ter ficado preso num buraco, mas o facto de ter ficado com a mão presa por uma pedra de tamanho considerável. O que vemos ao longo de cerca de uma hora e meia são as tentativas de Aron para se desenvencilhar do sarilho em que se meteu, pois ninguém sabia para onde ele tinha ido. Basicamente é um filme com pouca acção, em que a personagem principal se limita a tentar sair da situação em que se meteu. Pelo meio vai analisando a vida e os erros que foi cometendo ao longo da vida.

Baseado numa história verídica o que salva o filme é a prestação de James Franco, com os seus monólogos perante uma câmara que conseguiu levar. Alguns destes momentos são surreais, mas espelham bem o desespero da personagem. Quando à realização, uma vez mais Danny Boyle recorre a uma estética que remete para os videoclips, tal como já acontecia no anterior «Quem Quer Ser Bilionário?», com a montagem bastante rápida, por vezes dividida em vários ecrãs. A banda sonora, com algumas músicas mais electrónicas também se presta a essa montagem. Um filme deste justifica a nomeação para os Óscares? Na minha opinião não, tal como nunca pensei ver o anterior filme de Boyle ganhar as estatuetas que ganhou. Mas da maneira como os prémios da Academia estão, já não consigo fazer prognósticos. Para mim, só não vi o «Toy Story 3», este é o mais fraco dos 9. Mas em suma, quem gosta de Boyle vai continuar a gostar, quem não gosta, não vai passar a gostar com este filme.

Nota: 3/5

Site oficial do filme

Amistad, de Steven Spielberg (1997)

A já longa carreira de Steven Spielberg sempre oscilou entre filmes mais familiares, homenagens a géneros que sempre o atraíram e filmes históricos. «Amistad» enquadra-se neste último campo. Filmado entre «O Mundo Perdido: Jurassic Park» e «O Resgate do Soldado Ryan», conta um episódio da História norte-americana relacionado com a escravatura. No final dos anos 1830 os escravos que estão a ser transportados no navio negreiro espanhol Amistad conseguem libertar-se e depois de um sangrento motim conseguem tomar conta do navio. Para bem ou para o mal, acabam por ir parar aos EUA, numa altura em que o tema da escravatura dividia o país em dois, facto que levou mais tarde à Guerra Civil entre os estados do Norte, contra a escravatura, e os do Sul, a favor da escravatura. É no centro deste furacão ideológico que o grupo de escravos acaba.

«Amistad» não é um dos melhores filmes de Spielberg. É demasiado longo o que acaba por se tornar um pouco chato em certas partes. É um bom filme de época bem feito, com alguns pozinhos de filme de tribunal, mas nas cenas em que podia ser mais forte, não passa no teste. Sobretudo naqueles discursos que podiam ser mais empolgantes. Um dos problemas, na minha opinião, prende-se com a escolha do actor principal (Matthew McConaughey), que nunca consegue estar à altura do papel que lhe coube: o advogado de defesa dos escravos. O mesmo acontece com os papéis secundários, que nunca são muito explorados. Mas por um lado, ainda bem, pois se o fossem o filme duraria bem mais do que as 2 horas e tal que já dura.

Ainda assim, no campo dos secundários, há que realçar a prestação de Anthony Hopkins, que lhe valeria uma nomeação para Melhor Actor Secundário nos Óscares desse ano, e de Djimon Hounsou, que teve neste filme uma das suas primeiras grandes interpretações. Destaque ainda para a excelente banda sonora de John Williams, que apesar de não ser das melhores e mais conhecidas do compositor, está muito bem conseguida, pois consegue como poucas adaptar-se ao filme.

Nota: 3/5

Site do filme no IMDB

A Última Sessão fora de portas: mais duas novas iniciativas

Como a blogosfera cinéfila tem provado, há cada vez mais iniciativas de partilha entre os vários blogues. Depois de em Janeiro ter participado na escolha de cinco obras-primas incontestáveis no blogue Cine Road e na iniciativa Tipografados Malditos, do blogue A Gente Não Vê, nos últimos dias participei em mais duas iniciativas em dois blogues que também recomendo a visita.

A primeira iniciativa está a ser organizada pelo blogue Os Filmes da Gema e chama-se My Movie Tracks. O objectivo desta vez é escolher 10 músicas de outros tantos filmes que nos façam de imediato lembrar um determinado filme. As minhas escolhas podem ser consultadas aqui. Também esta semana foi publicada a minha proposta na rubrica O Produtor Sou Eu! do blogue Blockbusters. Nesta iniciativa pretende-se apresentar uma proposta de blockbuster, com o elenco realizador, género, cenas, etc. A minha proposta é um western com contornos sobrenaturais e pode ser consultada neste link.

Entretanto, tal como tinha referido no anterior post dedicado às iniciativas onde participo, já arrancou a Tertúlia Cinematográfica. Esta iniciativa nasceu no Facebook e destina-se a debater em conjunto três filmes por mês, escolhidos por três bloggers depois de determinado um tema específico. No primeiro mês o tema foi o Cinema Noir e Março vai ser dedicado ao Terror Italiano. Todos estão convidados a participar e comentar. No fundo, só precisam de ver filmes.

Com quem gostaria de beber um copo: Natalie Portman ou Scarlett Johansson?

Para terminar o mês dedicado às actrizes nesta rubrica, nada melhor do que juntar duas das mulheres mais belas que apareceram no cinema nos últimos anos: Natalie Portman e Scarlett Johansson.

Comecemos pela mais velha. Natalie Portman, nascida em 1981 começou a dar nas vistas logo na estreia (não contando com um curta-metragem anterior), ao participar no filme de culto «Léon, o Profissional», de Luc Besson. Aos 13 anos provou de imediato que era uma actriz criança bastante dotada. Felizmente não se perdeu, como muitos outros. Apesar de ter entrado sempre em filmes de grandes cineastas (Tim Burton, Michael Mann, Woody Allen) é em 1999 que volta a ter algum protagonismo, quando interpreta o papel de Amidala/Padme no primeiro episódio da série «Guerra das Estrelas: Ameaça Fantasma». A sua presença no grande ecrã tem sido uma constante e quase sempre em grandes interpretações. Conta com duas nomeações para os Óscares. A primeira recebida em 2005 para Melhor Actriz Secundária, pela sua participação em «Perto Demais», de Mike Nicholls. A segunda foi atribuída na edição deste ano, que vai ter lugar amanhã, e vem coroar a sua participação em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky. Com ou sem cabelo, é uma das mais belas actrizes dos EUA e já experimentou estar por detrás das câmaras em duas ocasiões: na curta «Eve» e no segmento «Natalie Portman» do filme colectivo «New York, I Love You».

Do outro lado, mais uma das maiores belezas de Hollywood. Ao contrário de Natalie Portman, Scarlett Johansson ainda não caiu nas graças da Academia, mas não deixa de ser uma grande actriz. Curiosamente chegou ao grande ecrã no mesmo ano que a sua colega de profissão, ao participar no filme «North, o Puto Maravilha», de Rob Reiner. Mas foi apenas em 1997 que surge com algum destaque, quando entra no filme «O Encantador de Cavalos», de Robert Redford. No início da primeira década deste século começa a entrar em filmes um pouco mais alternativos que lhe dão um certo estatuto. Começou por uma breve e ousada participação em «O Barbeiro», dos irmãos Coen. Nesse mesmo ano entra no filme de culto «Ghost World - Mundo Fantasma», de Terry Zwigoff, ao lado de Thora Birch (actriz meio desaparecida que deu nas vistas em «Beleza Americana», de Sam Mendes). Desde então protagonizou filmes como «O Amor é um Lugar Estranho», de Sofia Coppola, ou «A Rapariga com Brinco de Pérola», de Peter Webber. Na segunda metade da década tornou-se uma das musas de Woody Allen, ao participar em três filmes do cineasta nova-iorquino. Tal como Portman, filmou uma curta-metragem: «These Vagabund Shoes».

Apesar de serem actrizes da mesma geração, apenas entraram juntas num filme: «Duas Irmãs, Um Rei», de Justin Chadwick.

Apresentações feitas, chega o momento da verdade. Com qual destas duas senhoras gostariam de tomar um copo? E porquê? E já agora, que copo acham que as senhoras gostariam de beber.

A minha resposta: esta dupla é das mais difíceis de escolher. Mas, como tem mesmo de ser, a escolher uma delas para beber um copo teria de optar por Natalie Portman, por ser uma das melhores actrizes da actualidade (não descurando a Scarlett) e porque a acompanho praticamente desde «A Ameaça Fantasma», filme onde 'me apaixonei' por ela. A pergunta era quando é que se lança a sério na realização. Para beber, uma garrafa de vinho branco.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Biblioteca Cinematográfica: Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago

O Livro: Três anos antes de ganhar o Prémio Nobel da Literatura, o único para um escritor de língua portuguesa, José Saramago publicou «Ensaio Sobre a Cegueira», uma obra bastante negra sobre a Humanidade. Tudo começa quando um homem perde a visão. De repente todo o mundo vai sucumbindo a uma estranha epidemia de cegueira e as pessoas só vêem em branco. A narrativa segue a mulher de um médico, a única que não foi afectada, e mostra-nos a sobrevivência de uma espécie que perdeu um dos seus sentidos mais importantes. Com descrições bastante fortes e em alguns casos arrepiantes, «Ensaio Sobre a Cegueira» é um dos retratos mais negros da socieade, escrito por um dos melhores escritores portugueses de sempre, que tinha uma forma de escrever bastante peculiar, que gerou ódios e paixões.

O Filme: Apesar das dúvidas do escritor, que nunca gostava muito de dar autorização às adaptações dos seus livros, «Ensaio da Cegueira» acabou por chegar ao Cinema em 2008. Filmado pelo brasileiro Fernando Meirelles e escrito por Don McKellar, a versão cinematográfica teve direito a abertura do Festival de Cannes e reuniu um elenco de certa forma original, com actores originários de diversos países: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Julianne Moore, Danny Glover (EUA), Sandra Oh (Canadá), Gael García Bernal (México) e Alice Braga (Brasil). As próprias filmagens passaram por diversos países do globo, pois uma das condições impostas para a adaptação ir em frente era que o cenário fosse uma cidade irreconhecível. Daí, o filme ter sido filmado no Brasil, Canadá e Uruguai.

O resultado foi um bom filme, tendo em conta que filmar uma história deste tipo seria muito complicado à partida. Como é que seria possível filmar a cegueira. Não sendo tão bom como o original, um dos melhores livros de Saramago, Meirelles esteve à altura da missão e recebeu o aval do escritor, recentemente falecido.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Indomável, de Ethan e Joel Coen (2010)

Foi uma experiência curiosa a que tive este fim de semana. Na sexta-feira vi o «Sangue Por Sangue» e ontem o «Indomável», o primeiro e o último filme dos irmãos Coen. Os dois são bons filmes, mas não sei porquê acho que o último, por muito bom que seja, nunca há-de chegar aos calcanhares do primeiro. O problema de «Indomável» é que é um dos filmes dos Coen em piloto automático. Algo que de vez em quando a dupla se lembra de fazer, quiçá para justificar o amor que a Academia tem por eles.

«Indomável» é um remake de «A Velha Raposa», um western de 1969 realizado por Henry Hathaway e que deu a John Wayne o seu único Óscar. A história é a de Mattie Ross (Hailee Steinfeld), uma rapariga de 14 anos que quer vingar a morte do pai, que foi vítima do fora da lei Tom Chaney (Josh Brolin). Para a ajudar conta com uma dupla de agentes da lei, cada um com o seu estilo próprio: o marshall Rooster Cogburn (Jeff Bridges, em mais uma interpretação de luxo), que conhecemos num julgamento onde se pretende saber se matou ou não três pessoas, e LaBoeuf (Matt Damon), um ranger do Texas demasiado limpinho para alguém que passa a vida no meio do pó.

Tal como referi atrás, nada podia falhar neste filme: um bom elenco, com boas interpretações, uma boa história, contada de forma perfeita, uma dupla de realizadores que sabe o que faz, mas...não nos faz lembrar os bons velhos Coen. Tirando duas excepções (o médico e o fora da lei que fala através de sons de animais) não temos aquelas personagens estranhas que habitam o universo dos Coen. Mesmo os diálogos, podiam ser bem melhores, quando comparado com o que fizeram na estreia em «Sangue Por Sangue» ou noutros filmes anteriores. No fundo «Indomável» é um filme perfeito para os Óscares. Não gostei nem deixei de gostar, mas vindo destes irmãos, esperamos sempre mais. Talvez o problema tenha sido o facto de ter visto «Sangue Por Sangue» há dias.

Nota: 4/5

Site oficial do filme

Banda Sonora: It's the Same Old Song, de The Four Tops

«It's the Same Old Song», de The Four Tops - Banda Sonora de «Sangue Por Sangue», de Joel Coen

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Christine, O Carro Assassino, de John Carpenter (1983)

Se há cineasta que passou os anos 1980 imaculado tem de ser John Carpenter. Em 1983, quando filma «Christine» já tem no currículo oito filmes, dois dos quais filmados para televisão. E quase todos grandes filmes de culto, se pensarmos em obras como «O Assalto à 13ª Esquadra», «Halloween - O Regresso do Mal» ou «O Nevoeiro». E tal como este último, «Christine, O Carro Assassino» é baseado num conto de Stephen King, talvez o escritor que mais vezes foi adaptado ao cinema.

A Christine que dá nome ao filme não é uma mulher, mas um carro, como nos indica o título em português. Mas podia ser um carro normal, não fosse o facto de ter vida própria e proteger o seu dono contra todos os que lhe querem mal. Em simultâneo, ao sentir ciúmes dos amigos e da namorada do seu dono, o carro também reage. Neste caso, o dono é Arnie Cunningham (Keith Gordon), um nerd vítima de bullying na escola que se apaixona, literalmente, por Christine quando vê o carro completamente destruído e à venda. Apesar dos avisos de que não deveria comprar o carro, a partir do momento em que Arnie recupera o automóvel a sua vida altera-se. E aquela personagem frágil acaba por formar com o carro uma dupla inseparável para o bem e para o mal.

Com este filme John Carpenter fez mais um grande clássico do cinema de terror dos anos 1980, sem cair nos facilitismos das séries da época, em que um personagem chega para matar todos os que lhe aparecem à frente. Aqui falo de filmes como o já citado «Halloween», «Sexta Feira 13» ou «Pesadelo em Elm Street», com as suas infindáveis sequelas. Aqui o mal está representado num simples carro, que ganha vida para proteger quem gosta dele. Quem não gosta, está em apuros. Além de ser um bom filme de terror, Carpenter consegue filmar como os clássicos que tanto aprecia. Para quem gosta de bom rock and roll, a banda sonora está excelente, apesar de as músicas aparecerem mais nas cenas de suspense, quando o rádio de Christine começa a tocar sozinho. E é pena não haver mais carros, pois os fãs das quatro rodas poderiam deliciar-se ainda mais.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

Exército Vermelho Unido, de Koji Wakamatsu (2007)

«Exército Vermelho Unido» foi o outro filme de Koji Wakamatsu que estreou por cá. Tal como «O Bom Soldado» também é um filme histórico, mas passado num outro período. Mais concretamente no final da década de 1960 e início da década seguinte. O filme relata um episódio pouco conhecido, penso eu, mas com alguns pontos de contacto com episódios semelhantes ocorridos na mesma altura noutras áreas do globo.

«Exército Vermelho Unido» começa por ser um documentário sobre as manifestações estudantis contra o aumento das propinas e os acordos entre o Governo do Japão e os EUA, que permitiam ao exército norte-americano utilizar bases em território nipónico. Estas, por sua vez, eram utilizadas para apoiar as tropas no Vietname. É neste barril de pólvora que começam a emergir facções mais radicais que defendem a violência e a revolução armada para levar ao comunismo.

Koji Wakamatsu faz um excelente retrato deste período atribulado da história do Japão recorrendo na primeira parte a imagens de arquivo, onde um narrador vai explicando o que se passou nas manifestações e apresenta as figuras chave do movimento. Numa segunda parte, já depois das manifestações, o realizador passa a ficcionar o que se passou quando estes jovens, na sua maioria com idades na casa dos 20 anos, partem para as montanhas. Nesta altura já as várias facções se tinham reunida numa só e estão nas montanhas para preparar a guerra generalizada. Só que como as utopias, já se sabe, as coisas nunca correm bem. E quando os líderes da revolução vêem que as suas tropas não estão à altura começam a incentivá-las torturando os mais fracos.

Apesar dos elementos mais documentais, este é um filme que pode bem ser visto como complemento de «O Complexo Baader Meinhof», do alemão Uli Edel, que estreou um ano depois, pois retrata o mesmo período e os mesmos problemas, mas numa região diferente. E para quem não conhecia, não deixa de ser uma boa oportunidade para aprofundar um tema que marcou o século passado. O filme só peca por ser demasiado longo: mais de três horas é puxado. Mas compensa para quem gosta.

Nota: 4/5

Site oficial do filme

Belle du jour: Emily Blunt

Emily Blunt em «O Lobisomem», de Joe Johston
(proposta do blogger pseudo-autor)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Bom Soldado, de Koji Wakamatsu (2010)

Aos 74 anos o realizador japonês Koji Wakamatsu estreia finalmente em Portugal. Este é mais um daqueles casos em que um cineasta conhecido lá fora passa completamente despercebido por cá. Mesmo que tenha mais de uma centena da filmes no currículo. E quando estreia, dão-nos logo com dose dupla. Só numa sala e um dos filmes (para mim o melhor dos dois) só teve direito a uma sessão por dia, é certo, mas sempre são duas estreias. Eu próprio não conhecia e pelo que tenho lido, trata-se de um realizador bastante peculiar, que mistura algum sexo e violência nos seus filmes.

Para já falarei de «O Bom Soldado», o último filme apresentado por Koji Wakamatsu e o que teve mais destaque. Tendo como cenário a II Grande Guerra, este filme narra a história de uma mulher que vê o seu marido regressar do conflito sem braços e sem pernas. De início Shigeko Kurokawa (Shinobu Terajima) fica de rastos, por ver o estado em que ficou o marido, mas acaba por se habituar e começa a cuidar dele, pois na aldeia era considerado um herói. Não nos podemos esquecer de como os japoneses vêem as questões da honra e na altura servir o exército do imperador era uma obrigação moral e ninguém queria ficar de fora. Essa imagem é bastante patente ao longo do filme, quando o soldado, mesmo completamente inválido (ou quase), é tratado como Deus da Guerra. E Wakamatsu reforça essa ideia da propaganda em várias cenas, nomeadamente quando se fala nas medalhas atribuídas ao soldado ou quando vemos os aldeões a treinarem porque as forças civis eram a última linha de defesa, ouvimos na rádio.

Mas o soldado não é aquilo que esperamos. Se aparentemente é um ser frágil, aos poucos começa a dominar a mulher obrigando-a a ter sexo. Ela vai acedendo mas apercebendo-se de que o marido afinal não mudou assim tanto, deixa de lhe fazer certas vontades. A partir daqui «O Bom Soldado» começa a assumir um forte pendor psicológico que se arrasta até ao fim do filme. Apesar de ser um bom filme, «O Bom Soldado» é um filme de certa forma desconfortável que nos deixa dá alguns murros no estômago. O grande destaque é Shigeko Kurokawa, que tem uma excelente interpretação, fruto de uma personagem bastante complexa, que tem de se submeter a inúmeras pressões para sobreviver.

Nota: 3/5

Site oficial do filme

Com quem gostaria de beber um copo: Kim Basinger ou Michelle Pfeiffer?

Mais uma semana, mais duas convidadas. Para hoje as actrizes disponíveis são duas estrelas loiras que começaram a dar nas vistas nos anos 1980: Kim Basinger e Michelle Pfeiffer.

A primeira estreou-se em 1981, ao entrar no filme «Uma Mulher Ambiciosa», de David Greene, participando dois anos mais tarde em «Nunca Mais Digas Nunca», filme não oficial da série James Bond realizado pelo recentemente falecido Irvin Kershner. Durante essa década entrou ainda em filmes de Robert Altman, Barry Levinson, Adrian Lyne (no célebre «Nove Semanas e Meia») e Blake Edwards, entre outros. No final da década participa no primeiro «Batman» de Tim Burton. Continuou presente no grande ecrã durante grande parte da primeira metade da década de 1990 e em 1997 tem uma das suas melhores interpretações, que lhe valeu o seu único Óscar até hoje: Lynn Bracken, em «LA Confidential», de Curtis Hanson. Desde então a sua carreira tem sido de certa forma irregular.

Do outro lado temos Michelle Pfeiffer, outra actriz que chegou ao Cinema nos anos 1980, tendo participado em filmes icónicos como «Scarface - A Força do Poder», de Brian de Palma, «A Mulher Falcão», de Richard Donner, «Viúva...Mas Não Muito», de Jonathan Demme, ou «Os fabulosos Irmãos Baker», de Steve Kloves. Tal como Kim Basinger, também Pfeiffer entra num dos filmes da saga de Batman realizados por Tim Burton, interpretando o papel de Catwoman. Durante a década de 1990 e até ao início dos anos 2000 a sua presença no grande ecrã foi também regular e surge em filmes como «A Idade da Inocência», de Martin Scorcese, «Lobo», de Mike Nichols, ou «Mentes Perigosas», de John N. Smith. Enre 2003 e 2007 esteve afastada das telas, mas desde então têm sido vários os filmes onde dá um ar de sua graça. Um dos últimos papéis de relevo data de 2009, quando entrou em «Chéri», de Stephen Frears, onde mostrou que a beleza não tem idade. Ao longo da sua carreira foi nomeada para três Óscares («Contra Tudo», «Os Fabulosos Irmãos Baker» e «Ligações Perigosas») e saiu da cerimónia sempre de mãos a abanar.

Apresentações feitas, chega o momento da verdade. Com qual destas duas senhoras gostariam de tomar um copo? E porquê? E já agora, que copo acham que as senhoras gostariam de beber.

A minha resposta: Michelle Pfeiffer, por ser uma das actrizes que sobreviveu, e bem, aos anos 1980, continuando hoje a ser um símbolo de beleza em Hollywood. A pergunta que gostava de fazer era qual o papel que mais gostou de desempenhar ou gostaria de ter interpretado. Para beber, um copo de vinho tinto.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Frase(s) que marcam um filme: O Touro Enraivecido. de Martin Scorcese (1980)

Jake La Motta: I remember those cheers. They still ring in my ears. After years, they remain in my thoughts. Go to one night I took off my robe, and what'd I do? I forgot to wear shorts. I recall every fall. Every hook, every jab. The worst way a guy can get rid of his flab. As you know, my life wasn't drab. Though I'd much... Though I'd rather hear you cheer. When you delve... Though I'd rather hear you cheer. When I delve into Shakespeare, "A horse, a horse, my kingdom for a horse", I haven't had a winner in six months. Though I'm no Olivier, I would much rather... And though I'm no Olivier. If he fought Sugar Ray. He would say that the thing ain't the ring, it's the play. So give me a... stage. Where this bull here can rage. And though I could fight, I'd much rather recite... that's entertainment.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Em Cartaz: Semana 17/02/2011

Sanctum, de Alister Grierson
Despojos de Inverno, de Debra Granik
Budapeste, de Walter Carvalho
Tóquio!, de Michel Gondry, Léos Carax e Bong Joon-ho
Indomável, de Joel Coen e Ethan Coen

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um filme, vários posters: Misery - O Capítulo Final, de Rob Reiner (1990)

Alemanha


EUA

EUA

França

Itália

Japão

Rússia

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Biblioteca Cinematográfica: A Idade da Inocência, de Edith Wharton

O livro: No início da década de 1920 a escritora norte-americana Edith Wharton já tinha uma boa carreira atrás. Foi precisamente em 1920 que escreve «A Idade da Inocência», um retrato da alta sociedade nova-iorquina do final do século XIX, com os seus defeitos e feitios, que pode ser comparada ao que hoje designamos de jet set. A personagem principal do romance é Newland Archer, um advogado em início de carreira, oriundo de boas famílias, que prestes a casar-se com May Welland, uma jovem mulher do mesmo meio. Tudo se altera com a chegada da condessa Ellen Olenska, uma prima de May, mais velha, que regressa Nova Iorque depois de um divórcio escandaloso para os padrões da época. Esta personagem feminina, de certa forma, acaba por levar Newland a apaixonar-se e a começar a duvidar do seu amor pela esposa.

Edith Wharton aproveita esta relação e as dúvidas do jovem advogado para escrutinar a moralidade de uma sociedade que abominava o comportamento de uma certa nobreza europeia, que representa o Velho Mundo, mas que no fundo acaba por se comportar da mesma maneira, mas com outras ideias. O resultado é sublime, um autêntico fresco da sociedade daquela altura que acabou por levar a escritora a receber um Prémio Pulitzer, tornando-se a primeira mulher da História a receber tal distinção.

O(s) Filme(s): Apesar de a adaptação de Martin Scorcese ser talvez a mais conhecida, pelo menos do grande público, «A Idade da Inocência» foi levada ao grande ecrã pelo menos mais duas vezes: em 1924, num filme dirigido por Wesley Ruggles, e dez anos mais tarde, numa obra realizada por Philip Moeller, baseada no próprio livro e numa peça teatral de 1928. Em 1993 foi a vez de Martin Scorcese meter as mãos na massa para levar de novo «A Idade da Inocência» ao Cinema.

Na obra do cineasta este é um filme diferente de tudo o que tinha feito até então e desde então apenas se aventurou a filmar a mesma época histórica quando realizou «Gangues de Nova Iorque», filme que pode ser visto como um negativo de «A Idade da Inocência». Se o primeiro mostra o que se passa nas ruas pobres da Big Apple do final do século XIX, o último entra para dentro das casas e mansões dos banqueiros e ricos da cidade. Com um elenco de luxo encabeçado por Daniel Day-Lewis (Newland), Michelle Pfeiffer (Condessa Olenska) e Winona Ryder (May) o filme teve uma recepção fria e continua a não ser um dos filmes preferidos dos grandes fãs da obra de Scorcese. O que não quer dizer que não seja um grande filme. Prova disso são as cinco nomeações para os Óscares, que apenas resultaram numa estatueta: Melhor Guarda-Roupa.

(Nota: o último vídeo é a última cena do filme, por isso não aconselho quem não viu o filme a ver)





segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Banda Sonora: Look At Me, de John Lennon

«Look At Me», de John Lennon - Banda Sonora de «Royal Tenenbaums», de Wes Anderson

O Último Round, de David O. Russell

Se há desporto que está bem representado no cinema norte-americano é o boxe. São inúmeros os filmes que abordam o boxe e o que se passa em torno dos ringues. Volta e meia lá surge mais um e desta vez o 'culpado' foi David O. Russell, que realizou «O Último Round», a história verídica de Micky Ward (Mark Wahlberg), um boxer proveniente da cidade operária de Lowell que tenta uma segunda oportunidade quando já ultrapassou os 30 anos. Mas se o filme se centra na história de Micky, é no que está a sua volta que se passa o melhor de «O Último Round», tal como acontece em muitos filmes de boxe.

A começar pela história do seu irmão Dicky Ecklund (Christian Bale), que tinha sido uma promessa do desporto, cujo ponto alto foi uma vitória contra a lenda Sugar Ray Leonard. Só que depois acabou por se tornar viciado em crack e é neste estado que o encontramos, com a HBO a fazer um documentário sobre os efeitos daquela droga. Ao mesmo tempo, e apesar deste estado pouco recomendável, Dicky é o treinador do irmão até que acaba por ser preso. Christian Bale tem aqui uma excelente interpretação, vindo provar que é um dos melhores actores da actualidade, que tanto consegue desempenhar um super-herói (Batman) como um criminoso viciado em crack, completamente lunático. Já para não falar de outros papéis de relevo que tem vindo a protagonizar.

É sobretudo no campo da interpretação e nos dilemas de Micky, que a certa altura tem de escolher entre a família, que sempre o ajudou, e um novo manager e um novo treinador, que «O Último Round» marca pontos. Aliás, as cenas de luta até nem são muitas quando comparadas com outros filmes do género. E talvez só o último combate do filme seja o que tem mais destaque. Mas se Christian Bale está muito bem, o mesmo não se pode dizer de Mark Wahlberg, que por vezes parece não estar à vontade no papel. Já nos secundários, quem está muito bem é Melissa Leo, que interpreta a mãe e gestora da carreira do dois irmãos. Também neste caso pareceu-me que Amy Adams, que faz de namorada de Micky está um pouco deslocada. Por isso é de estranhar a sua nomeação aos Óscares.

Nota: 4/5

Site oficial do filme

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Vencedores dos Bafta 2011

Acabam de ser conhecidos os vencedores da edição deste ano dos Bafta, os prémios cinematográficos mais importantes no Reino Unido. «O Discurso do Rei», de Tom Hooper, foi o grande vencedor da noite, ao conquistar sete galardões, bem longe dos três prémios que foram vencidos por «A Rede Social», de David Fincher, e «A Origem», de Christopher Nolan.

A lista completa dos vencedores é a seguinte:
(lista com todos os nomeados, vencedores a negrito)

Melhor Filme

«Cisne Negro», de Darren Aronofsky
«A Origem», de Christopher Nolan
«O Discurso do Rei», de Tom Hooper
«A Rede Social», de David Fincher
«Indomável», de Ethan Coen e Joel Coen

Melhor Filme Britânico

«127 Horas», de Danny Boyle
«Um Outro Ano», de Mike Leigh
«Four Lions», de Chris Morris
«O Discurso do Rei», de Tom Hooper
«Made In Dagenham», de Nigel Cole

Melhor Estreia de um Argumentista, Realizador ou Produtor Britânico

Clio Barnard e Tracy O’Riordan por «The Arbor» (Realizador e Produtor)
Banksy e Jaimie D’Cruz por «Exit Through The Gift Shop» (Realizador e Produtor)
Chris Morris por «Four Lions» (Realizador/Argumentista)
Gareth Edwards por «Monsters» (Realizador/Argumentista)
Nick Whitfield por «Skeletons» (Realizador/Argumentista)

Melhor Realizador

Danny Boyle, por «127 Horas»
Darren Aronofsky, por «Cisne Negro»
Christopher Nolan, por «A Origem»
Tom Hooper, por «O Discurso do Rei»
David Fincher, por «A Rede Social»

Melhor Argumento Original

Mark Heyman, Andrés Heinz e John McLaughlin, por «Cisne Negro»
Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson, por «The Fighter - O Último Round»
Christopher Nolan, por «A Origem»
Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, por «Os Miúdos Estão Bem»
David Seidler, por «O Discurso do Rei»

Melhor Argumento Adaptado

Danny Boyle e Simon Beaufoy, por «127 Horas»
Rasmus Heisterberg e Nikolaj Arcel por «Millennium 1. Os Homens que Odeiam as Mulheres»
Aaron Sorkin, por «A Rede Social»
Michael Arndt, por «Toy Story 3»
Joel Coen e Ethan Coen, por «Indomável»

Melhor Filme Estrangeiro

«Biutiful», de Alejandro González Iñárritu
«Millennium 1. Os Homens que Odeiam as Mulheres», de Niels Arden Oplev
«Eu Sou o Amor», de Luca Guadagnino
«Dos Deuses e Dos Homens», de Xavier Beauvois
«O Segredo dos Seus Olhos», de Juan José Campanella

Melhor Filme Animação

«Gru - O Maldisposto», de Chris Renaud e Pierre Coffin
«Como Treinares o Teu Dragão», de Dean DeBlois e Chris Sanders
«Toy Story 3», de Lee Unkrich

Melhor Actor Principal

Javier Bardem, em «Biutiful»
Jeff Bridges, em «Indomável»
Jesse Eisenberg, em «A Rede Social»
Colin Firth, em «O Discurso do Rei»
James Franco, em «127 Horas»

Melhor Actriz Principal

Annette Bening, em «Os Miúdos Estão Bem»
Julianne Moore, em «Os Miúdos Estão Bem»
Natalie Portman, em «Cisne Negro»
Noomi Rapace, em «Millennium 1. Os Homens que Odeiam as Mulheres»
Hailee Steinfeld, em «Indomável»

Melhor Actor Secundário

Christian Bale, em «The Fighter - O Último Round»
Andrew Garfield, em «A Rede Social»
Pete Postlethwaite, em «A Cidade»
Mark Ruffalo, em «Os Miúdos Estão Bem»
Geoffrey Rush, em «O Discurso do Rei»

Melhor Actriz Secundária

Amy Adams, em «The Fighter»
Helena Bonham Carter, em «O Discurso do Rei»
Barbara Hershey, em «Cisne Negro»
Lesley Manville, em «Um Outro Ano»
Miranda Richardson, em «Made in Dagenham»

Melhor Banda Sonora Original

AR Rahman, por «127 Horas»
Danny Elfman, por «Alice no País das Maravilhas»
John Powell, por «Como Treinares o Teu Dragão»
Hans Zimmer, por «A Origem»
Alexandre Desplat, por «O Discurso do Rei»

Melhor Fotografia

Anthony Dod Mantle e Enrique Chediak por «127 Horas»
Matthew Libatique por «Cisne Negro»
Wally Pfister, por «A Origem»
Danny Cohen, por «O Discurso do Rei»
Roger Deakins, por «Indomável»

Melhor Montagem

Jon Harris, por «127 Horas»
Andrew Weisblum, por «Cisne Negro»
Lee Smith, por «A Origem»
Tariq Anwar, por «O Discurso do Rei»
Angus Wall e Kirk Baxter, por «A Rede Social»

Melhor Direcção Artística

Robert Stromberg e Karen O’Hara, por «Alice no País das Maravilhas»
Thérèse DePrez e Tora Peterson, por «Cisne Negro»
Guy Hendrix Dyas, Larry Dias e Doug Mowat, por «A Origem»
Eve Stewart e Judy Farr, por «O Discurso do Rei»
Jess Gonchor e Nancy Haigh, por «Indomável»

Melhor Guarda Roupa

Colleen Atwood, por «Alice no País das Maravilhas»
Amy Westcott, por «Cisne Negro»
Jenny Beavan, por «O Discurso do Rei»
Louise Stjernsward, por «Made in Dagenham»
Mary Zophres, por «Indomável»

Melhor Som

Glenn Freemantle, Ian Tapp, Richard Pryke, Steven C Laneri Douglas Cameron, por «127 Horas»
Ken Ishii, Craig Henighan e Dominick Tavella, por «Cisne Negro»
Richard King, Lora Hirschberg, Gary A Rizzo e Ed Novick, por «A Origem»
John Midgley, Lee Walpole e Paul Hamblin, por «O Discurso do Rei»
Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff, Peter F Kurland e Douglas Axtell, por «Indomável»

Melhores Efeitos Visuais

Ken Ralston, David Schaub, Sean Phillips e Carey Villegas, por «Alice no País das Maravilhas»
Dan Schrecker, por «Cisne Negro»
Tim Burke, John Richardson, Nicolas Ait'Hadi e Christian Manz, por «Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1»
Chris Corbould, Paul Franklin, Andrew Lockley e Peter Bebb, por «A Origem»
Guido Quaroni, Michael Fong e David Ryu, por «Toy Story 3»

Melhor Maquilhagem

Valli O'Reilly e Paul Gooch, por «Alice no País das Maravilhas»
Judy Chin e Geordie Sheffer, por «Cisne Negro»
Amanda Knight e Lisa Tomblin, por «Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1»
Frances Hannon, por «O Discurso do Rei»
Lizzie Yianni Georgiou, por «Made in Dagenham»

Melhor Curta-Metragem Animada

«The Eagleman Stag», de Michael Please
«Matter Fisher, de David Prosser
«Thursday», de Matthias Hoegg

Melhor Curta-Metragem

«Connect», de Samuel Abrahams e Beau Gordon
«Lin», de Piers Thompson e Simon Hessel
«Rite», de Michael Pearce, Ross McKenzie e Paul Welsh
«Turning», de Karni Arieli, Saul Freed, Alison Sterling e Kat Armour-Brown
«Until The River Runs Red», de Paul Wright e Poss Kondeatis

Melhor Actor Revelação

Gemma Arterton
Andrew Garfield
Tom Hardy
Aaron Johson
Emma Stone

O Discurso do Rei, de Tom Hooper (2010)

Tenho de confessar que fui a medo ver «O Discurso do Rei», pois fui demasiado bombardeado pelo trailer das últimas vezes que foi ao cinema que estava a pensar apanhar uma grande seca. É um daqueles filmes em que o trailer engana. E começam a ser demasiados por estes dias. Mas o facto estar nomeado para os Óscares (por muito que não liguemos a isso, o certo é que temos sempre curiosidade em ver os nomeados) acabou por ser determinante para o ver. E afinal vai-se a ver e «O Discurso do Rei» até é um bom filme, com excelentes interpretações e é capaz de estar bem encaminhado para arrebatar algumas estatuetas.

O mais recente filme do britânico Tom Hooper, que nos trouxe em 2009 «O Maldito United», baseia-se na relação de amizade entre o Rei George VI (Colin Firth), que sofria de gaguez e tinha medo de falar em público, e o seu terapeuta da fala Lionel Logue (Geoffrey Rush) que recorre a meios um pouco ortodoxos para a realeza para ajudar o monarca. Como pano de fundo temos a chegada ao trono de George VI, substituindo o seu irmão Eduardo VIII que abdicou para se casar com uma divorciada, em vésperas da II Guerra Mundial. E é precisamente a propósito do conflito que surge a necessidade de o Chefe de Estado se dirigir ao império britânico, através da rádio, para proferir o discurso que dá o título ao filme.

As duas interpretações estão fenomenais. Apesar de Colin Firth, como personagem principal, dominar o filme e ter um papel mais complexo (não só o facto de ter de interpretar um gago, mas também por ser uma personagem com diversos traumas a ultrapassar) o Lionel Logue de Geoffrey Rush não lhe fica atrás, tendo uma resposta para tudo e sempre em tons cómicos, o que ajuda a aliviar a tensão em algumas cenas. De destacar também a presença de Helena Bonham Carter, que interpreta a Rainha Elizabeth. A esposa de Tim Burton não entra em muitas cenas, mas quando está no ecrã sobressai sempre.

Nota: 4/5

Site oficial do filme

Belle du Jour, especial «Cisne Negro»: Natalie Portman e Mila Kunis

Natalie Portman em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky

Mila Kunis em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Com quem gostaria de beber um copo: Audrey Hepburn ou Shirley MacLaine?

Para esta semana as duas convidadas são duas das mais belas actrizes do cinema norte-americano: Audrey Hepburn e Shirley MacLaine.

De um lado Audrey Hepburn, nascida na Bélgica era filha de um banqueiro inglês e de uma baronesa holandesa. Durante os primeiros anos de vida viveu na Europa, tendo sobrevivido aos dias tenebrosos da II Guerra Mundial na Holanda. Depois da libertação foi para Londres onde se tornou modelo e frequentou aulas de bailado antes de se tornar actriz. A sua estreia dá-se em 1948, no documentário «Nederlands in 7 lessen», de Charles Huguenot van der Linden e Heinz Josephson. Em 1951 entra no seu primeiro filme nos EUA: «Monte Carlo Baby», de Jean Boyer e Lester Fuller. Mas é em 1953 que se torna conhecida do grande público, ao protagonizar com Gregory Peck o filme «Férias em Roma», de William Wyller, papel que lhe dá o único Óscar da sua carreira. Audrey Hepburn entrou em cerca de 30 filmes, entre os quais «Sabrina», de Billy Wilder, «Guerra e Paz», de King Vidor, «My Fair Lady», de George Cuckor, e «Boneca de Luxo», de Blake Edwards. Depois de um abandono no final da década de 1960, a actriz voltou esporadicamente ao grande ecrã. A sua última aparição deu-se em 1989, no filme «Sempre», de Steven Spielberg. Viria a falecer em 1993, vítima de cancro.

Do outro temos Shirley MacLaine, mais uma das actrizes que marcaram o cinema nas décadas de 1950 e 1960. Irmã de Warren Beaty, um outro mito de Hollywood, Shirley também foi bailarina antes de se tornar actriz, como Audrey Hepburn. A sua estreia no cinema dá-se em 1955, quando entre em «O Terceiro Tiro», de Alfred Hitchcock. Um ano mais tarde entra na adaptação de «A Volta ao Mundo em 80 Dias» realizada por Michael Anderson. Nessa década e na seguinte entrou ainda em filmes como «Deus Sabe Quanto Amei», de Vincente Minnelli, «O Apartamento» e «Irma La Douce», de Billy Wilder, ou «Baloiço Para Dois», de Robert Wise. Depois desse período continuou presente em diversos filmes, tendo conquistado o seu primeiro Óscar apenas em 1983, pelo papel desempenhado em «Laços de Ternura», de James L. Brooks. Shirley MacLaine, que ainda está viva, nunca deixou a representação e volta e meia regressa ao grande ecrã. A última vez foi no ano passado, quando entrou em «Dia dos Namorados», comédia romântica de Garry Marshall. Ao longo da sua carreira obteve mais cinco nomeações para as estatuetas douradas.

Apesar de terem actuado praticamente na mesma altura, as duas apenas entraram uma vez no mesmo filme: «The Children's Hour», de William Wyler.

Apresentações feitas, chega o momento da verdade. Com qual destas duas senhoras gostariam de tomar um copo? E porquê? E já agora, que copo acham que as senhoras gostariam de beber.

A minha resposta: gosto das duas actrizes, mas se tivesse oportunidade de escolher uma para beber um copo escolheria Audrey Hepburn, pois é daquelas actrizes que enche o ecrã sempre que aparece num filme. E o primeiro que me vem à memória é a Holly Golightly de «Boneca de Luxo». Gostaria de lhe perguntar qual o papel que mais gostou de desempenhar e para beber um copo de tinto.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Frase(s) que marcam um filme: A Quadrilha Selvagem. de Sam Peckimpah (1969)

Sykes: Didn't figure to find you here.
Deke Thornton: Why not? I sent them back; That's all I said I'd do.
Sykes: They didn't get very far.
Deke Thornton: I figured.
Sykes: What are your plans, now?
Deke Thornton: Drift around down here. Try to stay out of jail.
Sykes: Well, me and the boys got some work to do. You want to come with us? It ain't like it used to be; but it'll do.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um filme, vários posters: Assalto à 13ª Esquadra, de John Carpenter (1976)

Alemanha

Alemanha

Austrália

Espanha

EUA

EUA

França

Itália

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Biblioteca Cinematográfica: Sin City, de Frank Miller

O Livro: «Sin City» não é propriamente um só livro, antes uma série de novelas gráficas criada por Frank Miller, autor de banda desenhada norte-americano também conhecido pelas suas obras baseadas a Batman. Os primeiros capítulos da série começaram a sair em Abril de 1991, numa edição especial da revista Dark Horse para celebrar o quinto aniversário da publicação. Entre Maio desse ano e Junho de 1992 a história evoluiu para uma série dividida em 13 partes. Mais tarde foram publicadas novas histórias que tinham em comum o mesmo cenário: Basin City, ou Sin City.

Com um estilo muito característico e imagens que remetem para o imaginário do Film Noir, em grande parte devido à utilização do preto e branco e devido às personagens misteriosas, que tanto são mulheres fatais como polícias que vivem na fronteira entre o Bem e o Mal, a banda desenhada ganhou um estatuto de culto. Desde a sua estreia e até ao ano 2000, quando foi publicado o último volume da série, foram publicados sete livros Sin City: «The Hard Goodye», «A Dame To Kill For», «The Big Fat Kill», «That Yellow Bastard», «Family Values», «Booze, Broads, & Bullets» e «Hell and Back». Em Portugal foram publicados os seis primeiros volumes da série pela Devir, com os seguintes títulos: «A Cidade do Pecado», «Mulher Fatal», «Aquele Sacana Amarelo», «A Grande Matança», «Valores Familiares» e «Copos, Balas e Gajas».

O Filme: «Sin City» o filme chega às salas cinco anos depois de encerrado o último capítulo das novelas gráficas, num filme realizado a meias por Robert Rodriguez e Frank Miller, com uma perninha de Quentin Tarantino, que dirigiu uma das cenas. Com um elenco de luxo (Bruce Willis, Mickey Rourke, Clive Owen, Jessica Alba, Benicio del Toro, Brittany Murphy, Elijah Wood, Rosario Dawson, entre outros) a adaptação é uma das melhores obras de Rodriguez e ao mesmo tempo um dos filmes esteticamente mais arrojados na primeira década dos anos 2000, transportando para o grande ecrã o imaginário criado por Frank Miller nas páginas dos comics. A luz verde dada pelo autor à adaptação do cineasta justificou em pleno a aposta feita, pois Frank Miller tinha algum receio em ver a obra chegar ao Cinema.

O filme centra-se em apenas três histórias da série: «A Cidade do Pecado», que representou o comeback de Mickey Rourke no papel de Marv, um homem que mata tudo o que lhe aparece à frente depois de acordar e encontrar a amante morta a seu lado; «A Grande Matança», que relata uma guerra entre um grupo de prostitutas e um gangue de mercenários que resolve retaliar a morte de um polícia corrupto, num episódio protagonizado por Clive Owen e com um Benicio Del Toro genial (como quase sempre); por fim, «Aquele Sacana Amarelo», conta a história de um polícia em idade de reforma (Bruce Willis) que tenta proteger uma jovem de um serial killer amarelo. Estes episódios fazem parte do meio de «Sin City». O início e o fim fazem parte da mesma história, a irónica curta «The Customer Is Always Right», protagonizada por Josh Hartnett e Marley Shelton.

Praticamente desde a estreia de «Sin City» que se tem falado num novo filme baseado na série, mas até à data, os planos não se concretizaram.