
Edith Wharton aproveita esta relação e as dúvidas do jovem advogado para escrutinar a moralidade de uma sociedade que abominava o comportamento de uma certa nobreza europeia, que representa o Velho Mundo, mas que no fundo acaba por se comportar da mesma maneira, mas com outras ideias. O resultado é sublime, um autêntico fresco da sociedade daquela altura que acabou por levar a escritora a receber um Prémio Pulitzer, tornando-se a primeira mulher da História a receber tal distinção.

Na obra do cineasta este é um filme diferente de tudo o que tinha feito até então e desde então apenas se aventurou a filmar a mesma época histórica quando realizou «Gangues de Nova Iorque», filme que pode ser visto como um negativo de «A Idade da Inocência». Se o primeiro mostra o que se passa nas ruas pobres da Big Apple do final do século XIX, o último entra para dentro das casas e mansões dos banqueiros e ricos da cidade. Com um elenco de luxo encabeçado por Daniel Day-Lewis (Newland), Michelle Pfeiffer (Condessa Olenska) e Winona Ryder (May) o filme teve uma recepção fria e continua a não ser um dos filmes preferidos dos grandes fãs da obra de Scorcese. O que não quer dizer que não seja um grande filme. Prova disso são as cinco nomeações para os Óscares, que apenas resultaram numa estatueta: Melhor Guarda-Roupa.
(Nota: o último vídeo é a última cena do filme, por isso não aconselho quem não viu o filme a ver)
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