domingo, 20 de fevereiro de 2011

Exército Vermelho Unido, de Koji Wakamatsu (2007)

«Exército Vermelho Unido» foi o outro filme de Koji Wakamatsu que estreou por cá. Tal como «O Bom Soldado» também é um filme histórico, mas passado num outro período. Mais concretamente no final da década de 1960 e início da década seguinte. O filme relata um episódio pouco conhecido, penso eu, mas com alguns pontos de contacto com episódios semelhantes ocorridos na mesma altura noutras áreas do globo.

«Exército Vermelho Unido» começa por ser um documentário sobre as manifestações estudantis contra o aumento das propinas e os acordos entre o Governo do Japão e os EUA, que permitiam ao exército norte-americano utilizar bases em território nipónico. Estas, por sua vez, eram utilizadas para apoiar as tropas no Vietname. É neste barril de pólvora que começam a emergir facções mais radicais que defendem a violência e a revolução armada para levar ao comunismo.

Koji Wakamatsu faz um excelente retrato deste período atribulado da história do Japão recorrendo na primeira parte a imagens de arquivo, onde um narrador vai explicando o que se passou nas manifestações e apresenta as figuras chave do movimento. Numa segunda parte, já depois das manifestações, o realizador passa a ficcionar o que se passou quando estes jovens, na sua maioria com idades na casa dos 20 anos, partem para as montanhas. Nesta altura já as várias facções se tinham reunida numa só e estão nas montanhas para preparar a guerra generalizada. Só que como as utopias, já se sabe, as coisas nunca correm bem. E quando os líderes da revolução vêem que as suas tropas não estão à altura começam a incentivá-las torturando os mais fracos.

Apesar dos elementos mais documentais, este é um filme que pode bem ser visto como complemento de «O Complexo Baader Meinhof», do alemão Uli Edel, que estreou um ano depois, pois retrata o mesmo período e os mesmos problemas, mas numa região diferente. E para quem não conhecia, não deixa de ser uma boa oportunidade para aprofundar um tema que marcou o século passado. O filme só peca por ser demasiado longo: mais de três horas é puxado. Mas compensa para quem gosta.

Nota: 4/5

Site oficial do filme

2 comentários:

  1. Estou curioso para ver o filme, as tuas considerações só ajudaram ;)

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  2. Eu gostei e acho que vale a pena ver. Quanto mais não seja por ser um cineasta raro. Tens é de despachar-te, pois se quiseres ver em sala penso que não durará muito.

    Cumprimentos.

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