segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Último Round, de David O. Russell

Se há desporto que está bem representado no cinema norte-americano é o boxe. São inúmeros os filmes que abordam o boxe e o que se passa em torno dos ringues. Volta e meia lá surge mais um e desta vez o 'culpado' foi David O. Russell, que realizou «O Último Round», a história verídica de Micky Ward (Mark Wahlberg), um boxer proveniente da cidade operária de Lowell que tenta uma segunda oportunidade quando já ultrapassou os 30 anos. Mas se o filme se centra na história de Micky, é no que está a sua volta que se passa o melhor de «O Último Round», tal como acontece em muitos filmes de boxe.

A começar pela história do seu irmão Dicky Ecklund (Christian Bale), que tinha sido uma promessa do desporto, cujo ponto alto foi uma vitória contra a lenda Sugar Ray Leonard. Só que depois acabou por se tornar viciado em crack e é neste estado que o encontramos, com a HBO a fazer um documentário sobre os efeitos daquela droga. Ao mesmo tempo, e apesar deste estado pouco recomendável, Dicky é o treinador do irmão até que acaba por ser preso. Christian Bale tem aqui uma excelente interpretação, vindo provar que é um dos melhores actores da actualidade, que tanto consegue desempenhar um super-herói (Batman) como um criminoso viciado em crack, completamente lunático. Já para não falar de outros papéis de relevo que tem vindo a protagonizar.

É sobretudo no campo da interpretação e nos dilemas de Micky, que a certa altura tem de escolher entre a família, que sempre o ajudou, e um novo manager e um novo treinador, que «O Último Round» marca pontos. Aliás, as cenas de luta até nem são muitas quando comparadas com outros filmes do género. E talvez só o último combate do filme seja o que tem mais destaque. Mas se Christian Bale está muito bem, o mesmo não se pode dizer de Mark Wahlberg, que por vezes parece não estar à vontade no papel. Já nos secundários, quem está muito bem é Melissa Leo, que interpreta a mãe e gestora da carreira do dois irmãos. Também neste caso pareceu-me que Amy Adams, que faz de namorada de Micky está um pouco deslocada. Por isso é de estranhar a sua nomeação aos Óscares.

Nota: 4/5

Site oficial do filme

3 comentários:

  1. Podia ter sido bem melhor, deixou muito a desejar, a meu ver ;)

    ResponderEliminar
  2. Gonga, é um bom filme. Só pela prestação do Bale já vale a pena.

    Diogo, eu até gostei. Só acho que merecia outro protagonista e a própria Amy Adams não está nada por aí além.

    Cumprimentos aos dois :)

    ResponderEliminar