Por estes dias já toda a gente ouviu falar de «127 Horas». Não só por ser um dos nomeados para os Óscares ou porque é o filme mais recente de Danny Boyle, mas devido a uma determinada cena demasiado forte. Não a vou relatar (apesar de se calhar já toda a gente ter ouvido falar nela) para não estragar o efeito surpresa aos que não sabem do que se trata. Posso apenas referir que não é agradável e mesmo os que já sabem do que se trata podem estar preparados para sentir algum desconforto.
As 127 horas do título do filme dizem respeito ao período em que Aron Ralston (James Franco) passou preso num buraco no meio das montanhas do Utah. O problema aqui não foi apenas o facto de ter ficado preso num buraco, mas o facto de ter ficado com a mão presa por uma pedra de tamanho considerável. O que vemos ao longo de cerca de uma hora e meia são as tentativas de Aron para se desenvencilhar do sarilho em que se meteu, pois ninguém sabia para onde ele tinha ido. Basicamente é um filme com pouca acção, em que a personagem principal se limita a tentar sair da situação em que se meteu. Pelo meio vai analisando a vida e os erros que foi cometendo ao longo da vida.
Baseado numa história verídica o que salva o filme é a prestação de James Franco, com os seus monólogos perante uma câmara que conseguiu levar. Alguns destes momentos são surreais, mas espelham bem o desespero da personagem. Quando à realização, uma vez mais Danny Boyle recorre a uma estética que remete para os videoclips, tal como já acontecia no anterior «Quem Quer Ser Bilionário?», com a montagem bastante rápida, por vezes dividida em vários ecrãs. A banda sonora, com algumas músicas mais electrónicas também se presta a essa montagem. Um filme deste justifica a nomeação para os Óscares? Na minha opinião não, tal como nunca pensei ver o anterior filme de Boyle ganhar as estatuetas que ganhou. Mas da maneira como os prémios da Academia estão, já não consigo fazer prognósticos. Para mim, só não vi o «Toy Story 3», este é o mais fraco dos 9. Mas em suma, quem gosta de Boyle vai continuar a gostar, quem não gosta, não vai passar a gostar com este filme.
Nota: 3/5
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Há 3 horas
Nota-se semelhanças com o anterior sim, mesmo sendo uma história tão diferente.
ResponderEliminarTirando essas partes em flashforward que mencionas, o filme está bastante "real", uma espécie de documentário filmado de forma ficcional.
A história é impressionante, mesmo que o filme não o consiga ser. Mas é bom, gostei.
O Franco está brutal.
Concordo. Eu como já não tinha gostado muito do «Quem quer ser...», este passou-me um bocado ao lado. Mas a interpretação do Franco está de se lhe tirar o chapéu. E atrevo-me a dizer que se o Boyle tivesse o azar de ter escolhido um actor mais fraquinho o filme seria um flop.
ResponderEliminarCumprimentos