segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

John Barry (1933-2011)

Morreu John Barry, compositor de bandas sonoras que terá sido responsável por um dos temas míticos da História do Cinema: a banda sonora de James Bond. A autoria do tema dos filmes de 007 tem sido alvo de polémica, pois Monty Norman sempre clamou os direitos pela tal música. Controvérsias à parte, John Barry, que ontem faleceu aos 77 anos, o compositor nascido na cidade inglesa de York foi o compositor de mais de 100 bandas sonoras, desde «Never Let Go» (filme realizado por John Guillermin em 1960) a «Enigma» (Michael Apted, 2001).

Ao longo dos seus 41 anos de carreira conquistou cinco Óscares em sete nomeações: «Uma Leoa Chamada Elsa» (banda sonora e melhor música), «The Lion in Winter» (banda sonora), «África Minha» (banda sonora) e Danças com Lobos (banda sonora). Além de ter assinado estas bandas sonoras, tem no currículo as partituras de filmes como «O Cowboy da Meia Noite», «A Flecha e a Rosa» ou o remake de «King Kong» filmado em 1976 por John Guillermin.

As causas da morte de John Barry não foram divulgadas pela família.

Banda Sonora: Goldfinger, de John Barry

«Goldfinger», de John Barry - Banda Sonora de «007 - Contra Goldfinger», de Guy Hamilton

domingo, 30 de janeiro de 2011

Um Ano Mais, de Mike Leigh (2010)

Que belo filme o mais recente de Mike Leigh. «Um Ano Mais» é uma fabulosa homenagem ao passar do tempo a partir da história de um casal bem sucedido prestes a entrar na idade da pré-reforma. Dividido em quatro partes, cada uma representando uma das estações do ano e com um episódio central específico, o filme conta um ano na vida de Tom (Jim Broadbent) e Gerri (Ruth Sheen) e todos os que os rodeiam, com destaque para Mary (Lesley Manville), uma solteirona colega de trabalho de Gerri que é visita frequente do casal, e Joe (Oliver Maltman), o filho do casal que está à procura de namorada para assentar.

Com uma bela fotografia, a cargo de Dick Pope, «Um Ano Mais» é uma grande história (e como é difícil encontrar grandes histórias no cinema actual) que retrata as diversas dificuldades que resultam do passar do tempo. Não tanto do casal, que parece tirado daquelas histórias de amor perfeitas, mas dos restantes personagens. A começar por Mary (uma das melhores interpretações de «Um Ano Mais») que está cada vez mais sozinha e a dizer que é um bom ouvido, mas no fundo é ela que precisa de desabafar. Ela é talvez a personagem mais faladora do filme. Há também os casos de Ronnie e Ken, o irmão e amigo de Tom, respectivamente, que ficam meio perdidos depois da morte dos que lhe são mais próximos.

A realização está impecável, com uma grande ponto a favor: Mike Leigh nunca se deixa cair na facilidade de puxar pela lágrima. E tinha aqui inúmeros exemplos por onde seguir se o quisesse. Quando tanto se tem falado de filmes que ficaram de fora da lista dos Óscares, seja lá o que isso signifique (no fundo ganham sempre os mesmos), o esquecimento por parte da Academia de filmes com histórias tão simples e puras como «Um Ano Mais», são falhas gigantescas.

Nota: 5/5

Site oficial do filme

Hereafter - Outra Vida, de Clint Eastwood (2010)

Tal como no caso de Woody Allen, Clint Eastwood é outro dos realizadores veteranos que se tem provado bastante prolífero nos últimos anos e quase sempre com bons resultados. É esse o caso de «Hereafter - Outra Vida», o seu mais recente filme. Com argumento de Peter Morgan (o mesmo de «A Rainha» e «Frost/Nixon») o filme mais parece uma obra de Iñarritu, que por estes dias também chegou às salas, devido à sua estrutura com três histórias paralelas que se cruzam no final.

E elas são as histórias de Marie LeLay (Cécile De France), uma jornalista francesa que tem uma experiência de pós-morte durante o tsunami de 2004 que afectou o Sudeste asiático, George Lonegan (Matt Damon), um ex-vidente norte-americano que consegue entrar em contacto com os mortos tocando nas mãos das pessoas, e Marcus (George McLaren), um miúdo britânico que perde o seu irmão gémeo. Todos se questionam sobre a vida para além da morte, cada um à sua maneira e cada um com as suas dúvidas específicas.

Aparentemente «Hereafter - Outra Vida» poderia ser mais um daqueles filmes sobre filosofias transcendentais, com ideias muito rebuscadas sobre as grandes questões do universo, mas Clint Eastwood consegue fazer uma vez mais um grande filme. Há qualquer coisa nos seus filmes, que por mais simples que pareçam, faz com que nos agarrem. E nem precisa de ter grandes nomes no elenco, como é este caso. Está muito bem filmado, aquela banda sonora com o piano e guitarra (que também é assinada pelo realizador) está sempre no ponto certo. Uma vez mais Clint Eastwood prova porque razão continua a ser considerado o último dos realizadores clássicos de Hollywood.

Nota: 4/5

Site oficial do filme

Belle du jour: Bryce Dallas Howard

Bryce Dallas Howard, em «Hereafter - Outra Vida», de Clint Eastwood

sábado, 29 de janeiro de 2011

Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos, de Woody Allen (2010)

Mais um ano, mais um filme de Woody Allen. E como é habitual, estreia tarde e a más horas em Portugal. Desta vez o cineasta apresenta «Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos», mais uma obra filmada fora da sua cidade natal e uma vez mais em Londres, onde já tinha filmado dois bons filmes («Match Point» e «Scoop») e um filme mais fraco («O Sonho de Cassandra»). E o novo filme bem se pode juntar a este último, pois é um filme mediano na obra de Allen.

O grande problema de «Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos», que de vez em quando consegue dar um ar de sua graça, é que é demasiado confuso e tem tantas personagens e sub-histórias que nos levam para inúmeros sítios e acabam por se tornar uma grande confusão. Assim de repente, para tentar simplificar, encontro quatro sub-histórias: a do casal Sally (Naomi Watts) e Roy Channing (Josh Brolin), a da mãe (Helena Shebritch - Gemma Jones) de Sally e os seus mundos esotéricos, a do pai (Alfie Shebritch - Anthony Hopkins) de Sally e a sua nova esposa Charmaine (Lucy Punch) e a de Dia (Freida Pinto), a jovem vizinha do primeiro casal. Esta dispersão faz com que comecemos a pensar onde estão os bons velhos argumentos de Woody Allen centrados na sua própria personagem?

É isso que falta em «Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos». Uma personagem central que faça com que o argumento gire à sua volta. O filme acaba por ser apenas uma simples comédia, muito longe do que os fãs de Woody Allen possam esperar. Mas mesmo assim, está alguns furos acima das suas piores obras.

Nota: 3/5

Site oficial do filme

Inimigo às Portas, de Jean-Jacques Annaud (2001)

1998 foi o ano em que Hollywood voltou às grandes produções da II Grande Guerra, com «O Resgate do Soldado Ryan», de Steven Spielberg, e «A Barreira Invisível», de Terrence Mallick, curiosamente ambos passados em cenários diferentes do conflito. Em 2001 surgiram outras duas grandes produções sobre o mesmo tema: «Pearl Harbor», de Michael Bay, e este «Inimigo às Portas», de Jean-Jacques Annaud. Uma vez mais relatando episódios distintos.

No caso do filme do realizador francês a história consiste num episódio ocorrido durante a batalha de Estalinegrado, uma das batalhas fulcrais para o desfecho da II Guerra Mundial. Este episódio foi o duelo entre dois atiradores dos dois exércitos em conflito (Nazi e Soviético): o soldado soviético Vassili Zaitsev (Jude Law) e o major alemão König (Ed Harris).

Apesar de não ter grandes interpretações, um dos grandes trunfos de «Inimigo às Portas» reside no facto de conseguir ir para além do 'simples' duelo entre os dois militares. O argumento escrito por Jean-Jacques Annaud e Alain Godard dá-nos uma boa imagem de como funcionava a máquina de propaganda soviética, muito graças à personagem do Comissário Danilov (Joseph Fiennes), que descobre Vassili e se encarrega de fabricar o herói que depois iria ser utilizado para incentivar a mãe pátria. E é notável a forma como a propaganda da altura quis fazer deste duelo uma outra faceta da luta entre classes: Vassili, que era definido como o pastor dos Urais, e a elite alemã representada por König.

Não tendo batalhas tão bem conseguidas como as dos dois filmes citados no início deste artigo, «Inimigo às Portas» não deixa contudo de ser um bom filme recente sobre a II Guerra Mundial, período histórico que teve um grande filão de obras nos anos 1950 e 1960 e que depois foi desaparecendo aos poucos do Cinema. E desta vez vale pela curiosidade de ser um filme europeu que aborda um dos cenários do conflito menos focado neste tipo de filmes.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

Com quem gostaria de beber um copo: Robert De Niro ou Al Pacino?

Os convidados desta semana são dois actores que ainda hoje, apesar de alguns papéis menos dignos da sua faceta de mito, continuam a ser duas grandes figuras do Cinema. Apesar de se terem estreado nos anos 1960, foi a partir da década seguinte que começaram a dar cartas.

De um lado Robert De Niro, que foi durante muitos anos o actor fétiche de Martin Scorcese, tendo representado para o nova-iorquino as personagens de Johnny Boy («Os Cavaleiros do Asfalto»), Travis Bickle («Taxi Driver»), Jimmy Doyle («New York, New York»), Jake La Motta («Touro Enraivecido»), Rupert Pupkin («O Rei da Comédia»), James 'Jimmy' Conway («Tudo Bons Rapazes»), Max Cady («O Cabo do Medo») e Sam 'Ace' Rothstein («Casino»). Além destes papéis, destacou-se também em inúmeras outras obras, como «1900», de Bernardo Bertolucci, «O Padrinho II», de Francis Ford Coppola, ou «O Caçador», de Michael Cimino, entre outras. Durante a primeira década deste século continuou presente nos grandes ecrãs, mas com poucas personagens tão míticas como as que nos apresentou nas décadas anteriores.

Do outro lado Al Pacino, que também teve o seu período de ouro durante as últimas décadas do século XX, com a participação na saga «O Padrinho» e a interpretação de um outro gangster famoso: Tony Montana, no filme «A Força do Poder», de Brian De Palma. Além destes dois papelões, Al Pacino ascendeu ao estatuto de lenda pelas suas interpretações em «Serpico» e «Um Dia de Cão», de Sidney Lumet, «Perseguido Pelo Passado», também de Brian De Palma, ou «Heat - Cidade sob pressão», de Michael Mann. Nos filmes menores onde participou, conseguiu sempre sobressair, como no caso de «Perfume de Mulher», quando venceu o único Óscar até à data.

Apesar de serem dois dos grandes actores da geração de 1970/1980, por incrível que pareça os dois apenas contracenaram juntos em dois filmes: «Heat - Cidade sob Pressão» e em «A Dupla Face da Lei», de Jon Avnet. Os dois participaram no segundo episódio episódio de «O Padrinho», mas nunca contracenaram juntos.

Apresentações feitas, chega o momento da verdade. Com qual destes dois cavalheiros gostariam de tomar um copo? E porquê? E já agora, que copo acham que os senhores gostariam de beber.

A minha resposta é: Al Pacino. Apesar de apreciar o trabalho dos dois, opto por escolher o que tem um trabalho mais irregular e cuja presença no grande ecrã é menor do que o outro. Convidava-o para beber um copo de vinho tinto e perguntava-lhe qual foi o realizador com quem mais gostou de trabalhar.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Agarrem-me Esses Fantasmas, de Peter Jackson (1996)

«Agarrem-me Esses Fantasmas» é um filme curioso na obra de Peter Jackson. A par de «Amizade Sem Limites» é o filme que faz a transição do realizador entre as suas produções gore mais caseiras e o salto para a saga do «Senhor dos Anéis». E a verdade é que conseguiu fazê-lo sem defraudar os fãs do que vem antes e os fãs que virão depois da famosa trilogia. É, por assim dizer, um meio termo na obra do realizador neozelandês.

Realizado em 1996 «Agarrem-me Esses Fantasmas» é uma comédia do domínio do fantástico protagonizada por Frank Bannister (Michael J. Fox, num dos seus últimos e grandes papéis no cinema) um arquitecto que vê a sua esposa morrer num acidente de automóvel e começa a ver espíritos. Este poder paranormal leva-o a tornar-se numa espécie de caça fantasmas que se dedica a burlar os seus clientes com a ajuda de três fantasmas memoráveis: Stuart (Jim Fyfe), o Juíz (John Astin) e Cyrus (Chi McBride). Este quarteto vê-se depois envolvido na caça a um outro ser do outro mundo, o fantasma do serial killer Johnny Charles Bartlett (Jake Busey) que regressa do Além para continuar a matança.

Esta primeira aventura de Peter Jackson às ordens de um grande estúdio (apesar de filmado na Nova Zelândia, o filme foi produzido por Robert Zemeckis, que era para ser o realizador de «Agarrem-me Esses Fantasmas» como uma versão alargada de um episódio da série de TV «Contos de Arrepiar») o cineasta consegue dar conta do recado. Sem cair num estilo demasiado popular, o filme consegue ser um bom filme de terror/comédia/fantástico com boas personagens e uma boa utilização dos efeitos especiais. Não é à toa que já vemos aqui alguns aspectos que seriam melhorados nos filmes do «Senhor dos Anéis», nomeadamente a primeira encarnação de Johnny Charles Bartlett como a Morte, que se assemelha bastante aos cavaleiros que perseguem Frodo e companheiros em grande parte do primeiro episódio da trilogia.

O próprio Peter Jackson reconhece, numa pequena introdução que faz na edição especial do filme em DVD, que filmar a obra de Tolkien era o passo seguinte para a sua Weta, porque não sabia o que fazer com os computadores que tinha adquirido. O resultado é hoje bem conhecido. Quanto a «Agarrem-me Esses Fantasmas», é um bom filme para quem quer conhecer um pouco mais a obra de Peter Jackson.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

Frase(s) que marcam um filme: Filhos da Noite. de Nicholas Ray


Mr. Hawkins, Wedding Chapel Proprietor: Son, I'd sure like that money. I'm old, and money's a real comfort to an old man. I believe in helping people get what they want as long as they pay for it. I marry people 'cos there's a little hope they'll be happy. But I can't take this money of yours. No sir. In a way I'm a thief just the same as you are, but I won't sell you hope when there ain't any

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como será um filme feito com vídeos do YouTube?

Que o YouTube é um dos mais inesgotáveis poços de vídeos do mundo já todos sabemos. O que não sabemos é como será um filme realizado a partir de clips publicados no popular site. O britânico Kevin McDonald, realizador de «O Último Rei da Escócia» e «Ligações Perigosas», pôs mãos à obra e incentivou os cibernautas de todo o mundo a publicar no YouTube vídeos sobre as suas vidas no passado dia 24 de Julho de 2010. O objectivo: fazer um documentário denominado «Life in a Day», algo como a vida num dia.

Milhares de pessoas de todo o mundo responderam ao repto e o resultado final vai ser estreado hoje no Festival de Sundance e no próprio YouTube, onde o documentário de 90 minutos também vai ser emitido ao mesmo tempo da estreia no festival. De acordo com a página oficial do filme, Kevin McDonald e um conjunto de editores tiveram de escolher entre mais de 80 mil vídeos que ultrapassaram as 4.500 horas de filme para nos apresentar o resultado da experiência.

Antes da chegada às salas do filme, prevista para o final deste ano, «Life in a Day» vai poder ser visto em todo o mundo, precisamente no YouTube (aqui) e no Facebook (aqui). Para o vermos em Portugal, teremos de esperar pelas 02:00 de amanhã, devido ao fuso horário. No final da projecção o realizador irá estar presente numa sessão de perguntas e respostas que será também transmitida em directo.

Em Cartaz: Semana 27/01/2011

Alain Oulman - Com Que Voz, de Nicholas Oulman
Um Ano Mais, de Mike Leigh
72 Horas, de Paul Haggis
Biutiful, de Alejandro González Iñárritu
O Amor é o Melhor Remédio, de Edward Zwick

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um filme, vários posters: Donnie Darko, de Richard Kelly (2001)

Espanha

EUA

EUA

Itália

Japão

Polónia

Reino Unido

Reino Unido

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nomeados aos Óscares

Foram hoje anunciados os filmes nomeados para a 83ª edição dos Óscares. «O Discurso do Rei», de Tom Hooper e «Indomável», dos irmãos Coen, dominam as nomeações, com 12 e 10 nomeações cada. A presença de «O Mágico», de Sylvain Chomet, na categoria de Melhor Animação, e o documentário «Exit through the Gift Shop», de Banksy e Jaimie D'Cruz, na corrida a Melhor Documentário. Surpresas pela negativa: a ausência de «Shutter Island», de Martin Scorcese, e «O Escritor Fantasma», de Roman Polanski.

E os nomeados são:

Melhor Filme

«O Cisne Negro», de Darren Aronofsky
«The Fighter», de David O. Russell
«A Origem», de Christopher Nolan
«O Discurso do Rei», de Tom Hooper
«A Rede Social», de David Fincher
«Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
«Toy Story 3», de Lee Unkrich
«127 Horas», de Danny Boyle
«Indomável», de Joel Coen e Ethan Coen
«Winter's Bone», de Debra Granik

Melhor Realizador

Darren Aronofsky, por «O Cisne Negro»
David Fincher, por «A Rede Social»
Tom Hooper, por «O Discurso do Rei»
Joel Coen e Ethan Coen, por «Indomável»
David O. Russell, por «The Fighter»

Melhor Actor

Javier Bardem, por «Biutiful»
Jesse Eisenberg, por «A Rede Social»
Colin Firth, por «O Discurso do Rei»
James Franco, por «127 Horas»
Jeff Bridges, por «Indomável»

Melhor Actriz

Nicole Kidman, por «Rabbit Hole»
Jennifer Lawrence, por «Winter’s Bone»
Natalie Portman, por «O Cisne Negro»
Michelle Williams, por «Blue Valentine - Só Tu e Eu»
Annette Bening, por «Os Miúdos Estão Bem»

Melhor Actor Secundário

Christian Bale, por «The Fighter»
Jeremy Renner, por «A Cidade»
Geoffrey Rush, por «O Discurso do Rei»
John Hawkes, por «Winter's Bone»
Mark Ruffalo, por «Os Miúdos Estão Bem»

Melhor Actriz Secundária

Amy Adams, por «The Fighter»
Helena Bonham Carter, por «O Discurso do Rei»
Melissa Leo, por «The Fighter»
Hailee Steinfeld, por «Indomável»
Jacki Weaver, por «Animal Kingdom»

Melhor Argumento Original

Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, por «Os Miúdos Estão Bem»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David Seidler, por «O Discurso do Rei»
Mike Leigh, por «Um Ano Mais»
Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson, por «The Fighter»

Melhor Argumento Adaptado

Danny Boyle e Simon Beaufoy, por «127 Horas»
Aaron Sorkin, por «A Rede Social»
Michael Arndt, por «Toy Story 3»
Joel Coen e Ethan Coen, por «Indomável»
Debra Granik e Anne Rosellini, por «Winter's Bone»

Melhor Longa-metragem de Animação

«Como Treinares o Teu Dragão», de Dean DeBlois e Chris Sanders
«O Mágico», de Sylvain Chomet
«Toy Story 3», de Lee Unkrich

Melhor Filme Estrangeiro

«Biutiful», de Alejandro González Iñárritu (México)
«In a Better World», de Susanne Bier (Dinamarca)
«Canino», de Giorgos Lanthimos (Grécia)
«Incendies», de Denis Villeneuve (Canadá)
«Fora da Lei», de Rachid Bouchareb (Argélia)

Melhor Banda Sonora Original

Alexandre Desplat, por «O Discurso do Rei»
A.R. Rahman, por «127 Horas»
Trent Reznor e Atticus Ross, por «A Rede Social»
Hans Zimmer, por «A Origem»
John Powell, por «Como Treinares o Teu Dragão»

Melhor Canção Original

«Coming Home» («Country Strong»)
«I See the Light» («Entrelaçados»)
«If I Rise» («127 Horas»)
«We Belong Together» («Toy Story 3»)

Melhor Direcção Artística

«Alice no País das Maravilhas», por Robert Stromberg e Karen O'Hara
«Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1», por Stuart Craig e Stephenie McMillan
«A Origem», por Guy Hendrix Dyas, Larry Dias e Doug Mowat
«O Discurso do Rei», por Eve Stewart e Judy Farr
«Indomável», por Jess Gonchor e Nancy Haigh

Melhor Fotografia

«O Cisne Negro», por Matthew Libatique
«A Origem», por Wally Pfister
«O Discurso do Rei», por Danny Cohen
«A Rede Social», por Jeff Cronenweth
«Indomável», por Roger Deakins

Melhor Guarda-Roupa

«Alice no País das Maravilhas», por Colleen Atwood
«Eu Sou o Amor», por Antonella Cannarozzi
«O Discurso do Rei», por Jenny Beavan
«A Tempestade», por Sandy Powell
«Indomável», por Mary Zophres

Melhor Montagem

«O Cisne Negro», por Andrew Weisblum
«The Fighter», por Pamela Martin
«O Discurso do Rei», por Tariq Anwar
«127 Horas», por Jon Harris
«A Rede Social», por Angus Wall e Kirk Baxter

Melhor Caracterização

«The Way Back», por Edouard F. Henriques, Gregory Funk e Yolanda Toussieng
«O Lobisomem», por Rick Baker e Dave Elsey

Melhor Som

«A Origem», por Richard King
«Toy Story 3», por Tom Myers e Michael Silvers
«Tron: O Legado», por Gwendolyn Yates Whittle e Addison Teague
«Indomável», por Skip Lievsay e Craig Berkey
«Imparável», por Mark P. Stoeckinger

Melhores Efeitos Sonoros

«A Origem», por Lora Hirschberg, Gary A. Rizzo e Ed Novick
«O Discurso do Rei», por Paul Hamblin, Martin Jensen e John Midgley
«Salt», Jeffrey J. Haboush, Greg P. Russell, Scott Millan e William Sarokin
«A Rede Social», por Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick e Mark Weingarten
«Indomável», por Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff e Peter F. Kurland

Melhores Efeitos Visuais

«Alice no País das Maravilhas», por Ken Ralston, David Schaub, Carey Villegas e Sean Phillips
«Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1», por Tim Burke, John Richardson, Christian Manz e Nicolas Aithadi
«Hereafter - Outra Vida», Michael Owens, Bryan Grill, Stephan Trojanski e Joe Farrell
«A Origem», por Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley e Peter Bebb
«Homem de Ferro 2», por Janek Sirrs, Ben Snow, Ged Wright e Daniel Sudick

Melhor Documentário

«Exit through the Gift Shop», por Banksy e Jaimie D'Cruz
«Gasland», por Josh Fox e Trish Adlesic
«Inside Job - A Verdade da Crise», por Charles Ferguson e Audrey Marrs
«Restrepo», por Tim Hetherington e Sebastian Junger
«Waste Land», por Lucy Walker e Angus Aynsley

Melhor Documentário de Curta-Metragem

«Killing in the Name», nomeados por determinar
«Poster Girl», nomeados por determinar
«Strangers No More», por Karen Goodman e Kirk Simon
«Sun Come Up», por Jennifer Redfearn e Tim Metzger
«The Warriors of Qiugang», por Ruby Yang e Thomas Lennon

Melhor Curta-Metragem de Animação

«Day & Night», por Teddy Newton
«The Gruffalo», por Jakob Schuh e Max Lang
«Let's Pollute», por Geefwee Boedoe
«The Lost Thing», por Shaun Tan e Andrew Ruhemann
«Madagascar, carnet de voyage (Madagascar, a Journey Diary)», por Bastien Dubois

Melhor Curta-Metragem de Imagem Real

«The Confession», por Tanel Toom
«The Crush», por Michael Creagh
«God of Love», por Luke Matheny
«Na Wewe», por Ivan Goldschmidt
«Wish 143», por Ian Barnes e Samantha Waite

As nomeações estão apresentadas e os dados lançados. Apostas? Os vencedores serão conhecidos no próximo dia 27 de Fevereiro.

Biblioteca cinematográfica: O Padrinho, de Mario Puzo

O livro: se há retratos da Máfia que ficaram no imaginário da cultura popular, «O Padrinho» de Mario Puzo é um deles. Publicado em 1969 relata a história da família Corleone, liderada por Don Vito, no período entre 1945 e 1955, com uma parte dedicada ao passado do patriarca, nomeadamente a sua infância e adolescência até se tornar o mafioso que todos conhecemos.
Neste período temporal Mario Puzo descreve o declínio de Don Vito e a ascensão de Michael Corleone, que parecia ser o menos ligado às questões familiares até se ver envolvido numa guerra entre famílias italo-americanas de Nova Iorque. O livro apresenta-nos também inúmeros episódios que depois acabaram por ficar de fora da adaptação do livro feita por Francis Ford Coppola, em colaboração com o próprio escritor, que assinou os argumentos dos três filmes.

O filme: Apesar de «O Padrinho» ser apenas um livro, a sua chegada ao cinema dá-se em três filmes, todos assinados por Francis Ford Coppola, naquela que é uma das trilogias mais célebres da Sétima Arte: os dois primeiros realizados em 1972 e 1974 e o terceiro capítulo em 1990. O primeiro episódio da saga centra-se na década central do livro, o segundo é uma sequela/prequela do primeiro centrada no passado de Vito Corleone e o terceiro (considerado o mais fraco dos três, mas que não deixa de ser um grande filme) é visto como um epílogo pelo realizador que optou por contar nos anos 1970 e 1980 o destino do império criado por Michael Corleone.
Ao longo da saga encontramos alguns dos melhores actores da época e de sempre, entre os quais nomes como Marlon Brando (Vito Corleone em velho), Robert DeNiro (Vito Corleone novo), Al Pacino (Michael Corleone), Rober Duvall (Tom Hagen) ou James Caan (Santino 'Sonny' Corleone), para apenas citar alguns.
No total a saga recebeu 29 nomeações aos Óscares, tendo ganho 16 estatuetas, três das quais para Melhor Filme.





segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Última Sessão fora de portas

Ao longo das últimas semanas fui convidado por outros bloggers a participar em iniciativas organizadas por blogues de cinema, iniciativas que aproveito uma vez mais para dar os parabéns e divulgar n'«A Última Sessão».

A primeira aconteceu no passado dia 17 de Janeiro e foi realizada pelo blogue Cine Road, de Roberto Simões, que nos pediu para escolher cinco obras-primas incontestáveis do Cinema, colocando-as lado a lado com as escolhas de outro blogger. As minhas escolhas podem ser consultadas neste link. Ao lado das minhas escolhas estiveram as opções de Diogo Figueira, autor do blogue A Gente Não Vê.

E foi precisamente o Diogo que me endereçou um outro convite, para a iniciativa Tipografados Malditos. Aqui o objectivo era escolher um argumento escrito para Cinema, mas que por uma ou outra razão acabou por nunca ser realizado. A minha proposta pode ser vista aqui.

Para quem não conhece nenhum dos dois blogues, recomendo vivamente uma visita.

Por fim, para acabar este post em beleza, venho anunciar a minha participação numa nova iniciativa chamada «Tertúlia Cinematográfica». Esta tertúlia nasceu no Facebook e vai desenrolar-se num blogue criado para o efeito. No âmbito desta iniciativa os participantes escolhem três filmes, relativos a um determinado tema mensal, e durante o respectivo mês esses filmes são debatidos naquele blogue e no blogue dos participantes. Todos os são convidados a participar e a comentar os filmes do mês. O tema do primeiro mês é Film Noir e os filmes a visionar e debater são: They Live by Night (1949), de Nicholas Ray; Le samouraï (1967), de Jean-Pierre Melville; e Blood Simple, de Joel and Ethan Coen. Mais informações sobre a iniciativa no blogue «Tertúlia Cinematográfica», que aconselho desde já uma visita para conhecerem as regras do jogo.

Banda Sonora: Don't Fear The Reaper, de The Mutton Birds

Don't Fear The Reaper, de The Mutton Birds - Banda Sonora de «Agarrem-me Esses Fantasmas», de Peter Jackson (1996)

domingo, 23 de janeiro de 2011

A Minha Alegria, de Sergei Loznitsa (2010)

Já me tinham alertado para a dureza deste filme, mas quem tem visto alguns filmes do cinema russo recente (eu tenho apanhado alguns no IndieLisboa, pois estrear um filme destes em sala é coisa tão rara como chover no deserto) não ficará surpreendido. A verdade é que algumas obras desta cinematografia são duras de engolir. E «A Minha Alegria», apesar do título, não é excepção. Algo que é expresso logo a abrir, numa sequência aparentemente sem ligação ao resto do filme, em que alguém é enterrado em cimento.

A estreia na ficção de Sergei Loznitsa, realizador com obra feita na área do documentário (que foi alvo de uma retrospectiva na semana passada na Culturgest), é o percurso de Georgy, um camionista que transporta uma mercadoria e por um acaso do destino (fica preso numa enorme fila de trânsito e lembra-se de dar boleia a uma prostituta menor) acaba por tomar um atalho por uma estrada secundária. Mal sabia que iria para uma viagem sem retorno.

Se a princípio parece que estamos numa viagem apenas estranha, com tons surreais como a cena da bomba de gasolina em que respondem ao camionista por cartazes, quando Georgy chega à vila onde vive a rapariga as coisas mudam. A jovem não aceita a ajuda e o camionista começa a ser olhado de lado. Depois de abandonar esta localidade, Georgy acaba por se perder e um novo encontro, desta vez com um bando de ladrões, acaba por ser determinante para o resto do filme. O mal que é feito à personagem, que às tantas é aconselhada a não interferir (conselho que vem tarde, pois nessa altura já nada podia fazer), leva-a a um final brutalíssimo que nos deixa sem pinga de sangue.

Apesar de ser um filme de ficção, nota-se que Sergei Loznitsa levou alguma da sua experiência de documentarista para «A Minha Alegria». Nota-se muito na tal cena da vila, na forma como são filmados os figurantes (calculo que sejam os próprios habitantes da localidade) e nota-se na forma como são contados alguns dos episódios secundários, sobretudo o primeiro, que se dá quando um estranho homem aparece no camião de Georgy. Mesmo assim não deixa de ser para já um dos melhores filmes que estrearam este ano, de um cineasta a descobrir.

Nota: 4/5

Site do filme

Onde Está a Liberdade?, de Roberto Rossellini (1954)

«Onde Está a Liberdade?» é um filme que reúne dois grandes nomes do cinema italiano: o realizador Roberto Rosselini e o actor Totò. E com a presença deste actor, já sabemos que vamos estar perante uma comédia. Mas esta não é apenas uma comédia para rir, que também o é, mas é antes uma daquelas comédias que nos faz pensar em coisas sérias. Isto porque o filme dá-nos a conhecer a história de Salvatore Lojacono (Totò), um homem que encontramos no tribunal a ser julgado porque entrou na prisão sem autorização. Ou seja, em vez de se ter evadido, Salvatore invadiu a prisão.

A partir desta premissa vamos conhecendo, através de flashbacks, aquilo que aconteceu para que o barbeiro Salvatore, que tinha estado 22 anos na prisão por ter assassinado o melhor amigo, depois de saber que ele tinha seduzido a sua esposa, se ver a braços com tão insólito 'crime'. E é precisamente o regresso à liberdade que levou o ex-barbeiro a tentar regressar: não se conseguiu habituar a tentar encontrar trabalho porque ninguém lho dava (devido ao seu historial, poucos se atrevem a fazer a barba com ele), o mesmo acontecendo com as tentativas de encontrar residência fixa.

Tudo culmina com o reencontro com a família da esposa, que entretanto tinha falecido, que podia ter sido a última esperança de Salvatore. Mas este cedo se desilude ao descobrir a verdadeira história da família. Em «Onde Está a Liberdade?» o que podia ser uma daquelas comédias absurdas, e a espaços é, acaba por se tornar uma enorme reflexão sobre a vida humana e as condições adversas de quem não tem apoio para se inserir na sociedade. Não sendo uma das melhores comédias italianas, e penso que nem se pode enquadrar no género mais clássico das comédias italianas, é um grande filme, de certa forma atípico na obra de Rosselini.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

Belle du Jour: Susannah York

Susannah York, em «Um Homem para a Eternidade», de Fred Zinnemann

sábado, 22 de janeiro de 2011

Com quem gostaria de beber um copo: Marlon Brando ou James Dean?

Para tomar um copo hoje temos mais dois actores convidados: Marlon Brando e James Dean, ambos nomes sonantes que surgiram dos anos 1950.

De um lado Marlon Brando, um dos maiores actores de sempre, que interpretou papéis como Don Corleone («O Padrinho», de Francis Ford Coppola), Marco António («Júlio César», de Joseph L. Mankiewicz), Stanley Kowalski («Um Eléctrico Chamado Desejo», de Elia Kazan) ou Coronel Kurtz («Apocalipse Now», de Francis Ford Coppola), entre muitos outros dignos de nota. Conhecido pela sua entrega na interpretação, Brando nunca foi uma figura livre de polémica ao longo da sua carreira que se prolongou até 2001. Tal como muitos outros mitos de Hollywood, o que não deixou de o colocar entre os melhores de sempre.

Do outro temos James Dean, uma das grandes lendas do Cinema norte-americano. Não só devido às suas interpretações (apenas três papéis principais - «A Leste do Paraíso», de Elia Kazan, «Fúria de Viver», de Nicholas Ray, e «O Gigante», de George Steven), mas devido à sua trágica morte aos 24 anos, vítima de acidente de automóvel, uma das suas paixões. Este incidente levou o jovem actor a receber o estatuto de mito que tinha tudo para ter uma carreira brilhante no mundo do Cinema.

Apresentações feitas, chega o momento da verdade. Com qual destes dois cavalheiros gostariam de tomar um copo? E porquê? E já agora, que copo acham que os senhores gostariam de beber.

A minha resposta é: mais uma complicada de escolher. Mas como nem todos os dias temos hipótese de conviver com um mito (nem que seja no campo das possibilidades), escolho James Dean. Convidava-o para beber uma imperial e perguntava-lhe qual o papel que mais gostou de interpretar na sua curta carreira.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Frase(s) que marcam um filme: O Charme Discreto da Burguesia. de Luís Buñuel

Colonel: Marijuana isn't a drug. Look at what goes on in Vietnam. From the general down to the private, they all smoke.
Mme. Thevenot: As a result, once a week they bomb their own troops.
Colonel: If they bomb their own troops, they must have their reasons.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um filme, vários posters: Shutter Island, de Martin Scorcese (2010)


EUA


EUA


EUA


Japão


Japão


Portugal


Reino Unido


Rússia


Rússia

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Nomeados aos Bafta 2011

Ainda a Sétima Arte não tinha arrefecido da cerimónia dos Globos de Ouro, eis que surgem as nomeações aos Bafta, os prémios da British Academy Film of Film and Television. «The King's Speech», de Tom Hooper, lidera a lista com 14 nomeações. Segue-se «Black Swan», de Darren Aronofsky, com 12 nomeações, «A Origem», de Christopher Nolan, com nove nomeações, e «127 Horas», de Danny Boyle, e «Indomável», dos irmãos Coen, com oito nomeações cada. «A Rede Social», de David Fincher, o grande vencedor dos Globos de Ouro, amealhou seis nomeações.

A lista completa dos nomeados é a seguinte:

Melhor Filme

«Black Swan», de Darren Aronofsky
«A Origem», de Christopher Nolan
«The King's Speech», de Tom Hooper
«A Rede Social», de David Fincher
«Indomável», de Ethan Coen e Joel Coen

Melhor Filme Britânico

«127 Horas», de Danny Boyle
«Another Year», de Mike Leigh
«Four Lions», de Chris Morris
«The King's Speech», de Tom Hooper
«Made In Dagenham», de Nigel Cole

Melhor Estreia de um Argumentista, Realizador ou Produtor Britânico

Clio Barnard e Tracy O’Riordan por «The Arbor» (Realizador e Produtor)
Banksy e Jaimie D’Cruz por «Exit Through The Gift Shop» (Realizador e Produtor)
Chris Morris por «Four Lions» (Realizador/Argumentista)
Gareth Edwards por «Monsters» (Realizador/Argumentista)
Nick Whitfield por «Skeletons» (Realizador/Argumentista)

Melhor Realizador

Danny Boyle, por «127 Horas»
Darren Aronofsky, por «Black Swan»
Christopher Nolan, por «A Origem»
Tom Hooper, por «The King's Speech»
David Fincher, por «A Rede Social»

Melhor Argumento Original

Mark Heyman, Andrés Heinz e John McLaughlin, por «Black Swan»
Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson, por «The Fighter»
Christopher Nolan, por «A Origem»
Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, por «Os Miúdos Estão Bem»
David Seidler, por «The King's Speech»

Melhor Argumento Adaptado

Danny Boyle e Simon Beaufoy, por «127 Horas»
Rasmus Heisterberg e Nikolaj Arcel por «Millennium 1. Os Homens que Odeiam as Mulheres»
Aaron Sorkin, por «A Rede Social»
Michael Arndt, por «Toy Story 3»
Joel Coen e Ethan Coen, por «Indomável»

Melhor Filme Estrangeiro

«Biutiful», de Alejandro González Iñárritu
«Millennium 1. Os Homens que Odeiam as Mulheres», de Niels Arden Oplev
«Eu Sou o Amor», de Luca Guadagnino
«Dos Deuses e Dos Homens», de Xavier Beauvois
«O Segredo dos Seus Olhos», de Juan José Campanella

Melhor Filme Animação

«Gru - O Maldisposto», de Chris Renaud e Pierre Coffin
«Como Treinares o Teu Dragão», de Dean DeBlois e Chris Sanders
«Toy Story 3», de Lee Unkrich

Melhor Actor Principal

Javier Bardem, em «Biutiful»
Jeff Bridges, em «Indomável»
Jesse Eisenberg, em «A Rede Social»
Colin Firth, em «The King’s Speech»
James Franco, em «127 Horas»

Melhor Actriz Principal

Annette Bening, em «Os Miúdos Estão Bem»
Julianne Moore, em «Os Miúdos Estão Bem»
Natalie Portman, em «Black Swan»
Noomi Rapace, em «Millennium 1. Os Homens que Odeiam as Mulheres»
Hailee Steinfeld, em «Indomável»

Melhor Actor Secundário

Christian Bale, em «The Fighter»
Andrew Garfield, em «A Rede Social»
Pete Postlethwaite, em «A Cidade»
Mark Ruffalo, em «Os Miúdos Estão Bem»
Geoffrey Rush, em «The King’s Speech»

Melhor Actriz Secundária

Amy Adams, em «The Fighter»
Helena Bonham Carter, em «The King’s Speech»
Barbara Hershey, em «Black Swan»
Lesley Manville, em «Another Year»
Miranda Richardson, em «Made in Dagenham»

Melhor Banda Sonora Original

AR Rahman, por «127 Horas»
Danny Elfman, por «Alice no País das Maravilhas»
John Powell, por «Como Treinares o Teu Dragão»
Hans Zimmer, por «A Origem»
Alexandre Desplat, por «The King's Speech»

Melhor Fotografia

Anthony Dod Mantle e Enrique Chediak por «127 Horas»
Matthew Libatique por «Black Swan»
Wally Pfister, por «A Origem»
Danny Cohen, por «The King's Speech»
Roger Deakins, por «Indomável»

Melhor Montagem

Jon Harris, por «127 Horas»
Andrew Weisblum, por «Black Swan»
Lee Smith, por «A Origem»
Tariq Anwar, por «The King's Speech»
Angus Wall e Kirk Baxter, por «A Rede Social»

Melhor Direcção Artística

Robert Stromberg e Karen O’Hara, por «Alice no País das Maravilhas»
Thérèse DePrez e Tora Peterson, por «Black Swan»
Guy Hendrix Dyas, Larry Dias e Doug Mowat, por «A Origem»
Eve Stewart e Judy Farr, por «The King's Speech»
Jess Gonchor e Nancy Haigh, por «Indomável»

Melhor Guarda Roupa

Colleen Atwood, por «Alice no País das Maravilhas»
Amy Westcott, por «Black Swan»
Jenny Beavan, por «The King's Speech»
Louise Stjernsward, por «Made in Dagenham»
Mary Zophres, por «Indomável»

Melhor Som

Glenn Freemantle, Ian Tapp, Richard Pryke, Steven C Laneri Douglas Cameron, por «127 Horas»
Ken Ishii, Craig Henighan e Dominick Tavella, por «Black Swan»
Richard King, Lora Hirschberg, Gary A Rizzo e Ed Novick, por «A Origem»
John Midgley, Lee Walpole e Paul Hamblin, por «The King's Speech»
Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff, Peter F Kurland e Douglas Axtell, por «Indomável»

Melhores Efeitos Visuais

«Alice no País das Maravilhas»
Dan Schrecker, por «Black Swan»
Tim Burke, John Richardson, Nicolas Ait'Hadi e Christian Manz, por «Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1»
Chris Corbould, Paul Franklin, Andrew Lockley e Peter Bebb, por «A Origem»
«Toy Story»

Melhor Maquilhagem

«Alice no País das Maravilhas»
Judy Chin e Geordie Sheffer, por «Black Swan»
Amanda Knight e Lisa Tomblin, por «Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1»
Frances Hannon, por «The King's Speech»
Lizzie Yianni Georgiou, por «Made in Dagenham»

Melhor Curta-Metragem Animada

«The Eagleman Stag», de Michael Please
«Matter Fisher, de David Prosser
«Thursday», de Matthias Hoegg

Melhor Curta-Metragem

«Connect», de Samuel Abrahams e Beau Gordon
«Lin», de Piers Thompson e Simon Hessel
«Rite», de Michael Pearce, Ross McKenzie e Paul Welsh
«Turning», de Karni Arieli, Saul Freed, Alison Sterling e Kat Armour-Brown
«Until The River Runs Red», de Paul Wright e Poss Kondeatis

Melhor Actor Revelação

Gemma Arterton
Andrew Garfield
Tom Hardy
Aaron Johson
Emma Stone

Biblioteca Cinematográfica: As Vinhas da Ira, de John Steinbeck

O livro: Publicado em 1939, no final da Grande Depressão dos EUA, «As Vinhas da Ira» é um livro com duas facetas: por um lado é o retrato de uma família à procura de uma vida melhor, que atravessa os EUA para tentar a sua sorte na apanha da laranja, por outro é um retrato de vários episódios, narrados como se fossem reportagens, sobre a vida naquela época nos EUA. Estes dois retratos são apresentados por John Steinbeck em capítulos intercalados. O resultado final é uma obra duríssima, com imagens muito fortes da família Joad (que podia ser outra qualquer), que parte do Oklahoma, onde não consegue nada das suas terras e o banco lhes levou o dinheiro, para a Califórnia, onde tentam arranjar trabalho. A viagem é feita num velho automóvel, comprado à custa de muito esforço, que mal aguenta com a carga. Quando chegam ao destino vêem que nem tudo é perfeito no paraíso. Em as «Vinhas da Ira» Steinbeck dá-nos um olhar bastante forte sobre as condições dos sem terra nos EUA, a terra dos sonhos, e as injustiças que sofrem. O final é terrível, deixa-nos sem pinga de sangue. John Steinbeck ganharia o Prémio Pulitzer com esta obra.

O filme: A adaptação ao Cinema de «As Vinhas da Ira» tem lugar um ano após a sua publicação e ficou a cargo de, nem mais nem menos do que John Ford. Este foi também um dos primeiros 25 filmes seleccionados pela Biblioteca do Congresso para preservação futura. Com uma interpretação assombrosa de Henry Fonda, no papel de Tom Joad, esta adaptação não é muito fiel ao original, pois ao contrário do livro, tem um final de certa forma feliz. Sem nada a ver com a obra de Steinbeck. Mesmo em algumas das cenas do filme, as personagens parecem pertencer a outra obra que não «As Vinhas da Ira» imaginadas pelo escritor, muito mais optimista. E há vários episódios de relevo que ficaram de fora, fruto da política dos estúdios da época. Estes pormenores não retiram contudo mérito à obra de John Ford, que acabaria por ganhar dois Óscares em seis nomeações: para Melhor Realizador e Melhor Actriz Secundária (Jane Darwell).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Vencedores dos Globos de Ouro 2010

Foi ontem a cerimónia dos Globos de Ouro de 2010, os principais prémios de Cinema antes dos Óscares. «A Rede Social», de David Fincher, foi o grande vencedor da noite ao levar para casa quatro estatuetas: Melhor Filme Drama, Melhor Realizador, Melhor Argumento e Melhor Banda Sonora. De destacar ainda os dois Globos de Ouro recebidos por «Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko (Melhor Filme Comédia/Musical e Melhor Actriz em Comédia/Musical para Annete Bening), e por «The Fighter», de David O. Russell (Melhor Actriz Secundária e Melhor Actor Secundário, Melissa Leo e Christian Bale, respectivamente).

A lista dos vencedores foi esta (vencedores a negrito):

Melhor Filme Drama

«Cisne Negro», de Darren Aronofsky
«The Fighter», de David O. Russell
«A Origem», de Christopher Nolan
«The King's Speech», de Tom Hooper
«A Rede Social», de David Fincher

Melhor Actriz em Drama

Halle Berry, em «Frankie and Alice», de Geoffrey Sax
Nicole Kidman, em «Rabbit Hole», de John Cameron Mitchell
Jennifer Lawrence, em «Winter's Bone», de Debra Granik
Natalie Portman, em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
Michelle Williams, em «Blue Valentine», de Derek Cianfrance

Melhor Actor em Drama

Jesse Eisenberg, em «A Rede Social», de David Fincher
Colin Firth, em «The King's Speech», de Tom Hooper
James Franco, em «127 Horas», de Danny Boyle
Ryan Gosling, em «Blue Valentine», de Derek Cianfrance
Mark Wahlberg, em «The Fighter», de David O. Russell

Melhor Filme Comédia/Musical

«Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
«Burlesque», de Steve Antin
«Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
«Red - Perigosos», de Robert Schwentke
«O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck

Melhor Actriz em Comédia/Musical

Annete Bening, em «Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
Anne Hathaway, em «Love and Other Drugs», de Edward Zwick
Angelina Jolie, em «O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Julianne Moore, em «Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
Emma Stone, em «Easy A», de Will Gluck

Melhor Actor em Comédia/Musical

Johnny Depp, em «Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
Johnny Depp, em «O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Paul Giamatti, em «Barney's Version», de Richard J. Lewis
Jake Gyllenhaal, em «Love and Other Drugs», de Edward Zwick
Kevin Spacey, em «Casino Jack», de George Hickenlooper

Melhor Filme Animação

«Gru - O Maldisposto», de Pierre Coffin e Chris Renaud
«Como Treinares o Teu Dragão», de Dean DeBlois e Chris Sanders
«O Ilusionista», de Sylvain Chomet
«Entrelaçados», de Nathan Greno e Byron Howard
«Toy Story 3», de Lee Unkrich

Melhor Filme Estrangeiro

«Biutiful», de Alejandro González Iñárritu (México/Espanha)
«O Concerto», de Radu Mihaileanu (França)
«The Edge», de Aleksei Uchitel (Rússia)
«Eu Sou o Amor», de Luca Guadagnino (Itália)
«In a Better World», de Susanne Bier (Dinamarca)

Melhor Actriz Secundária

Amy Adams, em «The Fighter», de David O. Russell
Helena Bonham Carter, em «The King's Speech», de Tom Hooper
Mila Kunis, em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
Melissa Leo, em «The Fighter», de David O. Russell
Jacki Weaver, em «Animal Kingdom», de David Michôd

Melhor Actor Secundário

Christian Bale, em «The Fighter», de David O. Russell
Michael Douglas, em «Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme, de Oliver Stone
Andrew Garfield, em «A Rede Social», de David Fincher
Jeremy Renner, em «A Cidade», de Ben Affleck
Geoffrey Rush, em «The King's Speech», de Tom Hooper

Melhor Realizador

Darren Aronofsky, por «Cisne Negro»
David Fincher, por «A Rede Social»
Tom Hooper, por «The King's Speech»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David O. Russell, por «The Fighter»

Melhor Argumento

Danny Boyle e Simon Beaufoy, por «127 Horas»
Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, por «Os Miúdos Estão Bem»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David Seidler, por «The King's Speech»
Aaron Sorkin, por «A Rede Social»

Melhor Banda Sonora Original

Alexandre Desplat, por «The King's Speech»
Danny Elfman, por «Alice no País das Maravilhas»
A.R. Rahman, por «127 Horas»
Trent Reznor e Atticus Ross, por «A Rede Social»
Hanns Zimmer, por «A Origem»

Melhor Música Original

«Bound To You», em «Burlesque»
«Coming Home», em «Country Strong»
«I See The Light», em «Entrelaçados»
«There's a Place For Us», em «As Crónicas de Nárnia: A Viagem do Caminheiro da Alvorada»
«You Haven't Seen The Last Of Me», em «Burlesque»

A lista completa dos premiados, incluindo os prémios para TV, pode ser consultada neste link.

Banda Sonora: Dead Souls, de Nine Inch Nails


Dead Souls, de Nine Inch Nails (original dos Joy Division) - Banda Sonora de «O Corvo», de Alex Proyas (1994)

O Anjo Exterminador, de Luís Buñuel (1962)

Algo de estranho se passa na Rua da Providência. Um grupo de personalidades de classe alta regressa de um espéctaculo musical para jantar e depois de passar um serão prolongado na casa do anfitrião Edmundo Nobile acaba por ficar por lá a dormir. O pior acontece na manhã seguinte, quando descobrem que não conseguem sair da sala onde pernoitaram. E não sabem porquê. Nem nós ficamos a saber, pois «O Anjo Exterminador» não nos dá respostas.

O que não significa que não seja um dos melhores filmes que o Cinema nos deixou. Realizado por Luís Buñuel é um dos expoentes máximos do cineasta espanhol, que uma vez mais leva o absurdo a níveis geniais. Começa logo quando os criados abandonam sem razão aparente a casa, no mesmo momento em que entram os convidados. Depois vemos a troca de ordem dos pratos: primeiro entra o prato principal (que acaba por não entrar) e só depois as entradas. Até chegarmos à tal manhã em que ninguém consegue (ou não quer) sair da sala. Do lado de fora da casa acontece o mesmo. Por razões inexplicáveis ninguém consegue entrar na casa para falar com quem lá está.

Ao mesmo tempo «O Anjo Exterminador» não deixa de ser um excelente retrato dos seres humanos quando se vêem em situações extremas. E claro, não faltam as célebres alfinetadelas de Buñuel a dois dos seus ódios de estimação: a Religião e a Burguesia. A Religião está presente logo no início com o plano que nos mostra que estamos na Rua da Providência. Já dentro de casa são várias as cenas em que o divino se imiscui com o (comportamento) profano. Há promessas para ir a Lourdes em peregrinação com o propósito de comprar uma imagem da Nossa Senhora em borracha lavável (pormenor de humor divinal, diria), imagens de santos nas paredes e até ataques ao padre jesuíta que toma conta das crianças de um dos casais aprisionados, quando o marido diz à esposa que já notou que a sua esposa estava a ser seduzida pelo preceptor dos seus filhos. A Igreja volta a ser atacada no genial final (não conto, pois vale mesmo a pena ver, por muito absurdo que seja).

As criticas à Burguesia estão no próprio comportamento das personagens. A mesquinhez e os ódiozinhos entre alguns, as acusações de que os donos da casa são os responsáveis por estarem ali aprisionados, a forma como tratam um dos convivas que entretanto morreu. Em suma, «O Anjo Exterminador» é uma obra ao absurdo e um dos grandes filmes de sempre, que vale a pena ver e rever. Esta foi a segunda vez que o vi e volto a recomendar vivamente.

Nota: 5/5

Site do filme no IMDB

domingo, 16 de janeiro de 2011

Susannah York (1939-2011)

Morreu Susannah York, actriz nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária em «Os Cavalos Também Se Abatem», de Sydney Pollack. Actriz de origem britânica Susannah York estreou-se no Cinema em 1960 no filme «There Was a Crooked Man», realizado por Stuart Burge, tendo antes participado numa série televisiva ao lado de Sean Connery. Sempre com um pé no pequeno ecrã e outro grande, a actriz participou numa centena de filmes e séries, incluindo «Freud», de John Huston, «Tom Jones, Romântico e Aventureiro», de Tony Richardson, e três filmes da série «Super Homem». A sua última aparição dá-se em 2009 ao entrar em «The Calling», de Jan Dunn. No ano passado participou em duas séries televisivas. Faleceu aos 72 anos, vítima de cancro.

A Boneca do Diabo, de Tod Browning (1936)

Tod Browning sempre teve um certo gosto pelo bizarro e um dos seus filmes mais conhecidos é sem dúvida «Freaks», obra que relata a vingança de um grupo de criaturas de circo contra um casal de colegas perfeitos. Realizado em 1936, «A Boneca do Diabo» foi o penúltimo filme de Browning. Tal como muitos dos seus filmes anteriores remete para o mundo do fantástico e do horror. E uma vez mais para a vingança.

No centro de «A Boneca do Diabo» está a história de um banqueiro inocente, condenado por fraude, numa burla engendrada pelos seus três antigos sócios. Vários anos depois de passar na prisão Paul Lavond (Lionel Barrymore) consegue escapar com a ajuda de um companheiro de cela, o cientista, de certa forma louco, Marcel (Henry B. Walthall). O destino da fuga é precisamente a casa deste cientista e aí Lavond trava conhecimento com umas experiências que a esposa de Marcel tinha continuado a fazer a mando do marido: uma fórmula para reduzir o tamanho dos seres vivos para um sexto do seu tamanho original. O propósito de Marcel era bom, reduzir o tamanho das pessoas iria reduzir as necessidades de cada um, e por isso não haveria o problema da falta de recursos.

Mas esta técnica tinha um senão. Também o cérebro dos visados era reduzido, logo a pessoa ou animal que era reduzida não tinha autonomia. Esta autonomia só regressava através de ondas cerebrais de outra pessoa, que podia assim controlar os actos de quem era reduzido. Entretanto Marcel acaba por morrer e Lavond engendra um plano para utilizar as pequenas criaturas para avançar com a sua vingança. Ao mesmo tempo, e já na cidade, opta por se disfarçar de idosa para tentar reconquistar a sua filha, que pensava que o pai era um grande canalha.

«A Boneca do Diabo» é um clássico de terror dos anos 1930. Lionel Barrymore tem uma grande interpretação neste duplo papel, bastante convincente quando se transforma em Madame Mandelip, e os feitos especiais, mesmo que hoje em dia estejam completamente desactualizados, estão muito bem feitos. A forma como Browning conseguiu colocar os actores em miniatura nos cenários da 'gente grande' produz o efeito desejado, com as proporções bem feitas. Uma prova de que o cinema quando é bem feito consegue sempre ser mágico. O filme só peca pela parte final, já depois de consumada a vingança, quando se torna um bocado lamechas. Parece mesmo que o final foi apressado. Mas isso não deixa de tirar o mérito à obra do realizador de «Freaks».

Nota: 3/5

Site do filme no IMDB

O Turista, de Florian Henckel von Donnersmarck (2010)

Em 2006 Florian Henckel von Donnersmarck estreou-se em grande com a sua primeira longa metragem: o excelente «A Vida dos Outros», filme que lhe valeria o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Quatro anos depois o realizador alemão volta com um filme que não podia ser mais diferente. Ao contrário de «A Vida dos Outros», um filme mais narrativo, sobre a vida de um membro da polícia secreta da antiga República Democrática Alemã, «O Turista» é um filme de acção, remake de um filme francês de 2006 («Anthony Zimmer», de Jérôme Salle).

E o resultado é uma produção de Hollywood protagonizada por Angelina Jolie, que interpreta a namorada de um foragido às autoridades, e Johnny Depp, um turista que é apanhado no meio da perseguição. «O Turista» não é um bom filme de acção, antes um daqueles filmes perfeitos para se ver ao domingo à tarde para passar o tempo, pois praticamente se nota que os actores não quiseram ir mais longe. A história não é das melhores e as personagens são pouco convincentes, mesmo com as reviravoltas todas que ocorrem a partir da segunda metade do filme. E neste campo refiro-me mais à personagem do inspector John Acheson, interpretado por Paul Bettany. Não é possível um agente policial ser tão burro.

Pena que Florian Henckel von Donnersmarck tenha desperdiçado o seu talento num filme destes, mas se calhar foi um daqueles sapos que teve de engolir para tentar pôr um pé em Hollywood.

Nota: 2/5

Site oficial do filme

Belle du Jour: Angelina Jolie

Angelina Jolie, em «O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck

sábado, 15 de janeiro de 2011

Com quem gostaria de beber um copo: Bela Lugosi ou Boris Karloff?

Para a segunda sessão de copos n' «A Última Sessão» mais uma dupla de actores míticos, desta vez do cinema de terror.

De um lado o húngaro Bela Lugosi, um dos primeiros a encarnar o Conde Drácula no grande ecrã, no clássico «Dracula» de Todd Browning. De realçar que já antes Lugosi tinha participado numa peça da Broadway onde interpretava a mesma personagem. Mais tarde voltou ao género, interpretando vários papéis de filmes baseados em Frankenstein. O actor húngaro terminou os seus dias a trabalha com o mítico Ed Wood.

Do outro Boris Karloff, que apesar do nome estranho nasceu em Inglaterra, cujo primeiro papel de relevo é o monstro Frankenstein, papel que diz-se estaria destinado inicialmente a Bela Lugosi. Este pequeno pormenor talvez tenha estado na origem de uma relação mais fria entre os dois, que chegaram a entrar juntos em vários filmes, incluindo filmes da série em causa. Como actor de filmes de terror, Karloff entrou ainda em «A Múmia», de Karl Freund.

Apresentações feitas, chega o momento da verdade. Com qual destes dois cavalheiros gostariam de tomar um copo? E porquê? E já agora, que copo acham que os senhores gostariam de beber.

A minha resposta é: esta é difícil, mas opto por Bela Lugosi, em primeiro lugar porque gosto bastante de Drácula. Quanto ao que gostava de perguntar, questionava-o sobre os métodos de trabalho de Ed Wood.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Frase(s) que marcam um filme: Bullitt, de Peter Yates

Frank Bullitt: Look, you work your side of the street, and I'll work mine.