1998 foi o ano em que Hollywood voltou às grandes produções da II Grande Guerra, com «O Resgate do Soldado Ryan», de Steven Spielberg, e «A Barreira Invisível», de Terrence Mallick, curiosamente ambos passados em cenários diferentes do conflito. Em 2001 surgiram outras duas grandes produções sobre o mesmo tema: «Pearl Harbor», de Michael Bay, e este «Inimigo às Portas», de Jean-Jacques Annaud. Uma vez mais relatando episódios distintos.
No caso do filme do realizador francês a história consiste num episódio ocorrido durante a batalha de Estalinegrado, uma das batalhas fulcrais para o desfecho da II Guerra Mundial. Este episódio foi o duelo entre dois atiradores dos dois exércitos em conflito (Nazi e Soviético): o soldado soviético Vassili Zaitsev (Jude Law) e o major alemão König (Ed Harris).
Apesar de não ter grandes interpretações, um dos grandes trunfos de «Inimigo às Portas» reside no facto de conseguir ir para além do 'simples' duelo entre os dois militares. O argumento escrito por Jean-Jacques Annaud e Alain Godard dá-nos uma boa imagem de como funcionava a máquina de propaganda soviética, muito graças à personagem do Comissário Danilov (Joseph Fiennes), que descobre Vassili e se encarrega de fabricar o herói que depois iria ser utilizado para incentivar a mãe pátria. E é notável a forma como a propaganda da altura quis fazer deste duelo uma outra faceta da luta entre classes: Vassili, que era definido como o pastor dos Urais, e a elite alemã representada por König.
Não tendo batalhas tão bem conseguidas como as dos dois filmes citados no início deste artigo, «Inimigo às Portas» não deixa contudo de ser um bom filme recente sobre a II Guerra Mundial, período histórico que teve um grande filão de obras nos anos 1950 e 1960 e que depois foi desaparecendo aos poucos do Cinema. E desta vez vale pela curiosidade de ser um filme europeu que aborda um dos cenários do conflito menos focado neste tipo de filmes.
Nota: 4/5
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