Que belo filme o mais recente de Mike Leigh. «Um Ano Mais» é uma fabulosa homenagem ao passar do tempo a partir da história de um casal bem sucedido prestes a entrar na idade da pré-reforma. Dividido em quatro partes, cada uma representando uma das estações do ano e com um episódio central específico, o filme conta um ano na vida de Tom (Jim Broadbent) e Gerri (Ruth Sheen) e todos os que os rodeiam, com destaque para Mary (Lesley Manville), uma solteirona colega de trabalho de Gerri que é visita frequente do casal, e Joe (Oliver Maltman), o filho do casal que está à procura de namorada para assentar.
Com uma bela fotografia, a cargo de Dick Pope, «Um Ano Mais» é uma grande história (e como é difícil encontrar grandes histórias no cinema actual) que retrata as diversas dificuldades que resultam do passar do tempo. Não tanto do casal, que parece tirado daquelas histórias de amor perfeitas, mas dos restantes personagens. A começar por Mary (uma das melhores interpretações de «Um Ano Mais») que está cada vez mais sozinha e a dizer que é um bom ouvido, mas no fundo é ela que precisa de desabafar. Ela é talvez a personagem mais faladora do filme. Há também os casos de Ronnie e Ken, o irmão e amigo de Tom, respectivamente, que ficam meio perdidos depois da morte dos que lhe são mais próximos.
A realização está impecável, com uma grande ponto a favor: Mike Leigh nunca se deixa cair na facilidade de puxar pela lágrima. E tinha aqui inúmeros exemplos por onde seguir se o quisesse. Quando tanto se tem falado de filmes que ficaram de fora da lista dos Óscares, seja lá o que isso signifique (no fundo ganham sempre os mesmos), o esquecimento por parte da Academia de filmes com histórias tão simples e puras como «Um Ano Mais», são falhas gigantescas.
Nota: 5/5
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