Tenho de confessar que fui a medo ver «O Discurso do Rei», pois fui demasiado bombardeado pelo trailer das últimas vezes que foi ao cinema que estava a pensar apanhar uma grande seca. É um daqueles filmes em que o trailer engana. E começam a ser demasiados por estes dias. Mas o facto estar nomeado para os Óscares (por muito que não liguemos a isso, o certo é que temos sempre curiosidade em ver os nomeados) acabou por ser determinante para o ver. E afinal vai-se a ver e «O Discurso do Rei» até é um bom filme, com excelentes interpretações e é capaz de estar bem encaminhado para arrebatar algumas estatuetas.
O mais recente filme do britânico Tom Hooper, que nos trouxe em 2009 «O Maldito United», baseia-se na relação de amizade entre o Rei George VI (Colin Firth), que sofria de gaguez e tinha medo de falar em público, e o seu terapeuta da fala Lionel Logue (Geoffrey Rush) que recorre a meios um pouco ortodoxos para a realeza para ajudar o monarca. Como pano de fundo temos a chegada ao trono de George VI, substituindo o seu irmão Eduardo VIII que abdicou para se casar com uma divorciada, em vésperas da II Guerra Mundial. E é precisamente a propósito do conflito que surge a necessidade de o Chefe de Estado se dirigir ao império britânico, através da rádio, para proferir o discurso que dá o título ao filme.
As duas interpretações estão fenomenais. Apesar de Colin Firth, como personagem principal, dominar o filme e ter um papel mais complexo (não só o facto de ter de interpretar um gago, mas também por ser uma personagem com diversos traumas a ultrapassar) o Lionel Logue de Geoffrey Rush não lhe fica atrás, tendo uma resposta para tudo e sempre em tons cómicos, o que ajuda a aliviar a tensão em algumas cenas. De destacar também a presença de Helena Bonham Carter, que interpreta a Rainha Elizabeth. A esposa de Tim Burton não entra em muitas cenas, mas quando está no ecrã sobressai sempre.
Nota: 4/5
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