Pequenas Mentiras Entre Amigos, de Guillaume Canet
Transformers 3, de Michael Bay
Rumo à Liberdade, de Peter Weir
O Atalho, de Kelly Reichardt
Tierra de Nadie
Há 2 horas
Se há coisa que sempre me intrigou foi a falta de presença de curtas-metragens nas sessões de cinema. Salvo nos festivais de cinema e num ou noutro filme que vem acompanhado com uma curta-metragem (por vezes bem melhor do que a longa que deveria ser o prato principal), é muito raro ver uma curta-metragem no cinema. Por isso é de louvar iniciativas que nos dão a ver estas obras.
Há filmes que nos passam completamente ao lado até os vermos uma segunda vez. Foi isso que me aconteceu com «Juno». Quando estreou e toda a gente falava nele, sobretudo de muito bom para cima, não achei nada de especial. Apesar de ter gostado, lembro-me de não ter achado nada de especial. Agora que o revi, a minha opinião mudou completamente e adorei a história de Juno (Ellen Page), a adolescente de 16 anos que depois de uma noite aborrecida, em que se lembra de fazer sexo com o melhor amigo, Paulie Bleeker (Michael Cera, num dos seus papéis habituais que tão bem sabe interpretar), acaba grávida.
Os filmes em episódios em torno de cidades, como «Paris, Je T'aime» ou «New York, I Love You» não vêm de agora. Já em 1989 três realizadores da Big Apple se juntaram para apresentar «Histórias de Nova Iorque». E foram nem mais nem menos do que três dos maiores génios da Sétima Arte, a quem coube contar uma história nova-iorquina: Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Woody Allen. Não é um grande filme, mas consegue captar a essência da cidade que foi cenário de tantas histórias realizadas pelo trio. Aliás, os três episódios quase que podem ser analisados como um exemplo da obra de cada um deles.
No início dos anos 1990, as mentes de David Lynch e Mark Frost deram ao mundo uma das melhores e mais estranhas séries televisivas de sempre: Twin Peaks. A história passava-se na cidade fictícia com o mesmo nome, onde a morte de Laura Palmer (Sheryl Lee)investigada pelo agente especial do FBI Dale Cooper (Kyle MacLachlan) dá o mote para o enredo que vem levantar os inúmeros fantasmas da comunidade. A série foi um sucesso na altura e continua a ser de culto, apesar de ter sido cancelada a meio da segunda temporada, quando a estação que a emitia, a ABC, quis que fosse revelado o autor da morte da jovem, contra vontade dos seus dois criadores. A partir daí, a série perdeu audiência e só depois de muitas queixas foram emitidos os últimos episódios da temporada.
É por causa de filmes destes que eu gosto de Cinema. «A.I. Inteligência Artificial» foi um dos muitos projectos que Stanley Kubrick deixou por fazer e seria o filme a seguir a «Eyes Wide Shut» se não tivesse morrido antes de finalizar este último filme. Dois anos após a morte do génio que nos deu «Shining», Steven Spielberg resolveu abraçar o projecto em jeito de homenagem e o resultado é um dos melhores filmes da primeira década deste século. Sem nunca sair do terreno do universo preferido de Spielberg, a família, «A.I. Inteligência Artificial» é um filme negro para os padrões do pai de «ET».
«Valhalla Rising - Destino de Sangue» é um daqueles filmes que é preciso ter algum estômago para ver. Passado na Idade Média, por volta do ano 1000, relata a violenta história de um homem a quem chamam Um-Olho (Mads Mikkelsen), precisamente por ser cego de um olho, que não fala a não ser através de um miúdo que o acompanha. Este miúdo é um dos membros de um clã (?) que tem Um-Olho como escravo até este matar todos os seus membros e partir numa busca pelas suas origens. Possivelmente, pois nunca é bem explicado no filme.
Considerado filme de culto dos anos 1970, «Fim de Semana Alucinante» é a história de quatro amigos (Ed - Jon Voight; Lewis - Burt Reynolds; Bobby - Ned Beatty; Drew - Ronny Cox)que decidem descer o rio Cahulawassee de canoa antes que este se transforme para sempre num lago devido à construção de uma barragem. É quase como que um regresso às origens, quando os exploradores desbravavam a natureza selvagem do continente norte-americano, como refere a certa altura Lewis, o mais experiente do grupo. O que este grupo citadino, pouco habituado a ambientes selvagens, não contava era com os perigos da aventura, não só relativos à natureza, mas também aos habitantes da região. Um inesperado ataque a dois dos amigos acaba por resultar no assassinato de um dos atacantes e aquilo que parecia ser um fim de semana calmo, em harmonia com a natureza, acaba por se tornar um pesadelo.
Faz hoje um ano que faleceu José Saramago, um dos maiores e mais incompreendidos escritores portugueses de sempre, e o único Prémio Nobel da Literatura em língua portuguesa, acontecimento que deixou a Cultura um pouco mais pobre. Por quatro vezes a sua obra foi transposta para o grande ecrã.
George Romero pode não ser o melhor realizador do mundo, mas é sem sombra de dúvidas um dos maiores quando se fala em cinema de terror com C grande. E «Terra dos Mortos», apesar de não ser o melhor da sua obra, não deixa os fãs do cineasta desiludidos. Uma vez mais as personagens principais aqui são os zombies, desta vez um bocado mais inteligentes do que o habitual, pois conseguem ter alguma autonomia e ultrapassam alguns problemas que a sua espécie enfrenta relativamente bem. Isso não é bem explicado como (por exemplo, na questão do fogo de artifício), mas isso também não interessa nada.
Termina hoje a 27ª edição do Festróia - Festival Internacional de Cinema de Setúbal. Os vencedores foram conhecidos ontem, durante a cerimónia de encerramento do evento, consagrando o filme Tirza, de Rudolf van den Berg, como o Melhor Filme em competição.
Há já alguns meses que «Carlos», de Olivier Assayas, era um dos filmes bastante aguardados por estes lados, sobretudo pela curiosidade histórica que esta personagem mítica do século XX desperta. A desilusão surge logo no início do filme, quando uma mensagem alerta para o facto de dificilmente a vida de uma personalidade destas poder ser conhecida com detalhe. Mas ao menos não nos podemos queixar que não nos avisaram. «Carlos» é de facto um retrato do terrorista de origem venezuelana, também conhecido como Chacal, que serviu a causa palestiniana (ou a sua própria causa, nunca se chega a perceber, muito menos com o filme de Assayas).
Com «Get Low - A Lenda de Felix Bush» Aaron Schneider estreia-se na cadeira de realizador. E para o ajudar conta com a ajuda de dois actores gigantes: um irreconhecível Robert Duvall e Bill Murray. O elenco também conta com Sissy Spacek, mas num papel bastante secundário. Só estes três nomes e a premissa - um idoso com poucos amigos que vive isolado numa terreola nos EUA e resolve fazer uma festa como funeral, antes de morrer - são suficientes para despertar a atenção.
Dois anos depois do sucesso de «A Ressaca» o grupo de amigos Phil, Stu, Alan e Doug (Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis e Justin Bartha, respectivamente) está de volta. Depois das desventuras em Las Vegas, desta vez o destino é Banguecoque, capital da Tailândia, país de origem da noiva de Stu, onde a alcateia vai parar sem saber como. Tal como no anterior filme da série, ao longo desta segunda aventura acompanhamos os quatro amigos para descobrirem o que lhes aconteceu na noite anterior e sobretudo onde é que se encontra Teddy (Mason Lee), o irmão da noiva de Stu e filho prodígio de um sogro que não gosta muito do genro.
«Sonata de Outono» juntou dois grandes nomes da Sétima Arte com o mesmo apelido: Ingmar Bergman na realização e Ingrid Bergman numa das suas últimas aparições no grande ecrã, que lhe garantiu também uma nomeação para os Óscares na categoria de Melhor Actriz, algo pouco comum quando se trata de um filme estrangeiro. A nomeação foi justíssima, pois neste filme Ingrid Bergman tem uma enorme interpretação ao lado de Liv Ullmann, que também não lhe fica atrás.