Os filmes em episódios em torno de cidades, como «Paris, Je T'aime» ou «New York, I Love You» não vêm de agora. Já em 1989 três realizadores da Big Apple se juntaram para apresentar «Histórias de Nova Iorque». E foram nem mais nem menos do que três dos maiores génios da Sétima Arte, a quem coube contar uma história nova-iorquina: Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Woody Allen. Não é um grande filme, mas consegue captar a essência da cidade que foi cenário de tantas histórias realizadas pelo trio. Aliás, os três episódios quase que podem ser analisados como um exemplo da obra de cada um deles.
Lições de Vida, de Martin Scorsese
O primeiro episódio é da autoria de Martin Scorsese e foca a relação entre o pintor Lionel Dobbie (Nick Nolte) e a sua assistente Paulette (Rosanna Arquette). Ele, mais velho, já tem uma carreira feita, enquanto ela está a tentar chegar a esse patamar. Os dois estão a viver uma fase de ruptura da sua relação amorosa e é essa a história captada por Scorsese. Com uma excelente banda sonora e duas óptimas interpretações, este é um dos melhores episódios do filme, a par do de Woody Allen. Com aquela forma de filmar vemos logo que é um filme de Scorsese, que apenas precisava de um argumento um bocado melhor para ser excelente. Nota: 4/5
A Vida Sem Zoe, de Francis Ford Coppola
No meio está a virtude, diz o ditado. Infelizmente não é o caso de «Histórias de Nova Iorque», onde o episódio de Francis Ford Coppola é o menos conseguido dos três. Escrito a meias com a filha Sofia, «A Vida Sem Zoe» relata a história de uma rapariga sem amigos, filha de pais ricos separados, que vive num hotel onde os empregados acabam por ser a família que Zoe (Heather McComb) não tem. Conhecendo a carreira de Sofia Coppola enquanto realizadora, podemos ver aqui quase como que um primeiro filme da filha de Francis, realizado pelo pai. A história pouco muda em relação aos dois últimos filmes de Sofia e não desperta tanto interesse quanto os outros dois episódios. Nota: 3/5
Destroços de Édipo, de Woody Allen
Se em «Lições de Vida» reconhecemos o estilo de Scorsese, «Destroços de Édipo» tem tudo o que um filme de Woody Allen na sua melhor fase nova-iorquina tem. A começar pela personagem principal, interpretada pelo próprio realizador: o neurótico advogado Sheldon, com problemas por resolver com a mãe. Quando o conhecemos ele conta ao psiquiatra um sonho onde a mãe morreu e ele vai a conduzir o carro funerário a caminho do cemitério com a mãe a resmungar no caixão. Mais tarde, um incidente faz desaparecer a mãe de Sheldon e passados uns dias esta reaparece no céu de Nova Iorque para atormentar o pobre advogado. É uma comédia Alleniana em estado puro, que mesmo numa pequena dose consegue agradar aos fãs do realizador. E ansiar pelo seu regresso à cidade que nunca dorme. Nota: 4/5
Nota: 4/5
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