sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sonata de Outono, de Ingmar Bergman (1978)

«Sonata de Outono» juntou dois grandes nomes da Sétima Arte com o mesmo apelido: Ingmar Bergman na realização e Ingrid Bergman numa das suas últimas aparições no grande ecrã, que lhe garantiu também uma nomeação para os Óscares na categoria de Melhor Actriz, algo pouco comum quando se trata de um filme estrangeiro. A nomeação foi justíssima, pois neste filme Ingrid Bergman tem uma enorme interpretação ao lado de Liv Ullmann, que também não lhe fica atrás.

O argumento centra-se na visita de Charlotte (Ingrid Bergman) a casa da sua filha Eva (Liv Ullmann), depois da morte de um dos seus amantes. Mas aquilo que parecia ser um regresso a casa depois de muitos anos, inicialmente com toda a gente bem disposta, cedo se torna um regresso odioso. Isso nota-se logo numa primeira sequência, quando Eva diz à mãe que a sua irmã doente também está a viver com ela, notícia que não é bem recebida por Charlotte. Mais tarde ao mesmo tempo que Eva tem um curioso diálogo com o marido sobre a sua mãe Charlotte, no andar de cima esta tem um monólogo que uma vez mais dá a ver a natureza da sua personagem. Tudo explode a meio da noite, quando mãe e filha, sobretudo esta, desabafam sobre fantasmas do passado.

Apesar de não ser um dos mais conhecidos filmes de Ingmar Bergman, «Sonata de Outono» não deixa de ser um grande filme. A presença de Ingrid Bergman, e que excelente presença, é apenas um brinde para os fãs do cineasta, que têm aqui todos os ingredientes da sua obra: desde as relações destroçadas a fantasmas do passado, passando por excelentes interpretações e personagens bastante vincadas no seu modo de ver as coisas, nada falta. E o confronto entre Ingrid e Liv não podia ser uma grande despedida na carreira da primeira, que apenas iria regressar num derradeiro papel num filme para televisão em 1982, onde interpretou o papel de Golda Meir.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

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