Quem é (ou foi) Leonard Zelig? É esta a pergunta que Woody Allen nos faz em «Zelig». Protagonizado pelo próprio cineasta, como é habitual na maior parte das suas obras, este é um falso documentário sobre uma figura bastante peculiar: um estranho homem que tem a capacidade de se transformar consoante as pessoas com quem está. Ou seja, se Leonard estiver ao lado de um grupo de índios, transforma-se aos poucos em índio, se estiver num grupo de pessoas gordas, sucede o mesmo. No fundo é apenas uma forma de Zelig se adaptar ao ambiente onde se encontra.O filme de Woody Allen tenta descobrir um pouco mais sobre esta personagem misteriosa, aparentemente descoberta por Scott Fitzgerald, um dos primeiros a encontrá-lo numa festa de alta sociedade nos idos anos 1920, através de filmagens de arquivo que traçam a sua história. E esta inclui não só a sua história familiar como uma investigação científica desenvolvida pela psiquiatra Eudora Nesbitt Fletcher (Mia Farrow), que tenta descobrir porque razão Zelig tem o problema que tem.
Não sendo o primeiro falso documentário realizador por Allen, território que já tinha sido abordado pelo realizador no início da carreira em «O Inimigo Público», esta não é contudo uma das melhores obras do nova-iorquino, apesar de conter alguns bons achados humorísticos, sobretudo nas poucas cenas em que há diálogos, como é o caso das sessões entre Zelig e Eudora, ou na recriação de um suposto filme sobre a vida de Leonard Zelig. «Zelig» apenas falha na parte narrada, que apesar de contar bem a história da personagem peca por ser demasiado abreviada e em partes parece que o argumento está um pouco desequilibrado. O que acaba por prejudicar a obra de um cineasta cujos filmes vivem sobretudo do argumento.
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB

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