Ontem apresentei a lista com os principais vencedores dos Globos de Ouro, mas não tive tempo de fazer um comentário, apesar de ter comentado os prémios vários blogues sobre o assunto. Por isso aí vai a minha opinião sobre a 67ª edição dos Globos de Ouro.
Há muito tempo que deixei de ligar a este tipo de cerimónias, que cada vez mais me parecem ser um pouco distantes do que de melhor se faz no cinema. Mas estes prémios têm o valor que têm e às vezes acabam por ser decisivos para alguns filmes mais fracos chegarem às salas e outros com alguma qualidade irem directamente para DVD.
Por isso considero que a vitória de «Avatar» nas categorias de Melhor Filme Dramático e Melhor Realizador é um pouco bluff. E só falando em dois dos três nomeados que vi («Estado de Guerra» e «Sacanas Sem Lei»), o filme de James Cameron é claramente o mais fraco. E ainda falta estrear «Nas Nuvens», que tem vindo com grandes criticas e está a ser bem recebido um pouco por toda a parte. Se fosse para premiar um filme com grandes características técnicas, mais valia criarem uma categoria para tal e seria justo.
No que diz respeito às interpretações dramáticas, faltam-me ver todos os filmes, mas custou-me um bocado ver Sandra Bullock ganhar, pois não é das actrizes que mais aprecio. Mas o naipe de nomeadas também não era o melhor. Quanto aos actores, gostei do prémio atribuído a Jeff Bridges, um grande nome da sua geração que ainda continua a dar cartas. Ainda para mais quando tinha concorrentes de peso na categoria que venceu. Dizem que a interpretação de George Clooney em «Nas Nuvens» está muito boa.
Também nas escolhas para interpretações em comédia ou musical, se a vitória de Meryl Streep não surpreendeu (afinal, ano em que a senhora não ganhe um Óscar ou Globo de Ouro começa a soar estranho). Mas o caso muda de figura quando se fala na melhor interpretação masculina. Se Robert Downey Jr. merece ser considerado um dos melhores actores da actualidade, não o contesto. Mas o seu Sherlock Holmes nem sequer chega aos calcanhares de Matt Damon com o seu Mark Whitacre de «Delator», uma das grandes personagens do ano passado, que me choca um bocado ver nomeado na categoria de Comédia ou Musical. No caso do prémio para a interpretação secundária de Christoph Waltz, pelo seu papel em «Sacanas Sem Lei», é justíssimo e penso que este também sairá vitorioso dos Óscares.
Por fim, uma nota para três outras categorias: penso que Tarantino foi um pouco injustiçado no prémio para Melhor Argumento, mas com as criticas positivas de «Nas Nuvens», prefiro esperar para ver antes de dizer algo que me arrependa; Melhor Filme Estrangeiro, também já estava praticamente atribuído a «O Laço Branco», de Michael Haneke, mas não seria de todo mal pensado dar o prémio a «Um Profeta», que tem uma excelente dupla de actores (Tahar Rahim e Niels Arestrup); «Up - Altamente» foi mais uma prova de que a Pixar continua a dominar no campo da animação. Só tenho pena que os distribuidores portugueses tenham remetido «O Fantástico Senhor Raposo» para DVD.
Conclusão: ainda não foi desta que me redimi dos prémios de cinema e tudo leva a crer que James Cameron e o seu «Avatar», que anda a ser visto e promovido como o salvador da indústria, irá dominar a cerimónia dos Óscares. Muito sinceramente, espero que não, pois com um ano de 2009 relativamente bom a nível cinematográfico, era uma pena coroar a odisseia espacial do criador do Exterminador Implacável. A ver vamos que surpresas nos traz o dia 7 de Março.
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