O realizador Spike Jonze gosta de filmar histórias que nos remetem para universos paralelos, sem nunca sair do real. Foi assim em «Quem Quer Ser John Malkovich» e em «Inadaptado». Em «O Sítio das Coisas Selvagens» também somos levados para um universo paralelo, mas desta vez é um universo mais virado para o fantástico. Isto porque se trata de uma adaptação de um livro infantil publicado Maurice Sendak em 1963 que conta a história de Max (Max Records), um miúdo que se chateia com a mãe (Catherine Keener)e foge de casa para se encontrar no tal sítio das coisas selvagens.
Este é um mundo povoado por sete monstros (com vozes de actores como Chris Cooper, Forest Whitaker ou James Gandolfini), cada um com as suas características, que primeiro tentam comer o pequeno Max, mas este consegue convencê-los de que é o seu rei e acaba por se tornar amigo deles. À margem desta relação entre o rapaz e os monstros, que são fruto da sua imaginação e espelham muitos dos medos e experiências que tem na sua vida real, Max vai aprendendo a ter responsabilidades e a saber como lidar com os outros. O que é magnifico nesta história é que o rapaz consegue uma relação bastante forte com os monstros e estes reagem à sua presença primeiro estranhando e com medo, depois já como se fosse mesmo um deles.
A sensação que dá é que Spike Jonze fez com «O Sitio das Coisas Selvagens» um filme para agradar a um público mais independente, puxando pelo seu lado mais infantil e fantástico. E este factor está bem patente na excelente banda sonora, criada por Karen O, a vocalista dos Yeah Yeah Yeahs, e pelo compositor Carter Burwell, que em breve vamos poder ouvir na banda sonora do próximo filme dos irmãos Coen.
Mas o que falha é a utilização excessiva da câmara à mão, pois o movimento é tanto que às vezes quase ficamos tontos com a turbulência em demasia. E a história precisava de um pouco mais de espessura, apesar de a adaptação da obra original, cujo argumento é do próprio Jonze e de Dave Eggers, por si só dever ser bastante complexa. É que o livro de Maurice Sendak apenas tem oito frases e tirar de lá 101 minutos deve ter sido muito complicado. Um filme para quem gosta de universos fantásticos.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
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