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Para o papel principal de Malik, o profeta do título, Jacques Audiard conseguiu escolher um desconhecido Tahar Rahim que se continuar assim será um nome a reter no futuro. Como contraponto temos um repetente na obra do realizador, Niels Arestrup, que depois de interpretar o pai de Roman Duris em «De Tanto Bater o Meu Coração Bateu» uma vez mais apresenta uma figura patriarcal, ao ser o mentor de Malik.
Estes dois actores conseguem interpretações de luxo num filme de prisão que não conta uma fuga, como é mais comum neste tipo de filmes, mas antes a vida de um prisioneiro que aproveita os contactos que faz para progredir na sua 'carreira', se assim se pode dizer. E consegue-o primeiro a fazer favores aos corsos dentro da cadeia, depois fora da prisão e por fim aproveitando as ideias de um companheiro para criar contactos e uma rede que trabalha para si enquanto cumpre pena. Sempre com a vantagem de se conseguir movimentar com as pessoas certas na altura certa e sair do barco quando este começa a meter água.
Tal como no anterior «De Tanto Bater...» Jacques Audiard filma um ambiente bastante sombrio, com as relações entre personagens marginais que procuram uma chance de redenção. A de Malik vai acontecendo com a presença do fantasma do homem que assassinou, que vai aparecendo ao longo do filme para falar com ele, e culmina no fim do filme, quando um dos seus companheiros morre e ele fica encarregue de tomar conta da sua família. Mesmo que para isso continue com 'más companhias' ao lado. O final fica um bocado em aberto, pois não se sabe se os criminosos que o esperam quando sai da prisão estão ali para o proteger ou para o matar.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
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