Quem gosta de filmes de espionagem e conspirações a sério deve ter saudades de alguns filmes feitos na década de 1970. Dentro deste género John Frankenheimer realizou em 1977 «Domingo Negro», baseado no livro homónimo de Thomas Harris, escritor que mais tarde iria criar o célebre Hannibal Lecter em «O Dragão Vermelho». Curiosamente, Harris apenas tem no currículo este «Domingo Negro» e quatro livros relacionados com o canibal mais conhecido da Sétima Arte: «Silêncio dos Inocentes», «Hannibal» e «Hannibal - O Início», todos levados ao grande ecrã, com melhor ou pior resultado.
Mas este «Domingo Sangrento» nada tem a ver com serial killers, pelo menos no sentido mais tradicional. Aqui a história é a do agente israelita Kabakov (Robert Shaw) que persegue Dahlia (Marthe Keller), uma mulher que pertence ao grupo terrorista Setembro Negro e que está a preparar um ataque durante a final do Superbowl com a ajuda de Lander (Bruce Dern), um veterano do Vietname com problemas psicológicos que é piloto de um dirigível utilizado para filmar o evento.
Apesar dos efeitos especiais que hoje nos parecem demasiado rudimentares (não nos podemos esquecer que se trata de uma fita de 1977) este filme de Frankenheimer tem todos os ingredientes dos filmes de espionagem tão comuns à época: perseguições, as relações de bastidores entre os diversos governos com agentes e personagens que nunca dão a cara e tensão latente em algumas cenas. A sequência final é um desses exemplos, quando Kabakov num helicóptero tenta evitar a tragédia. A partitura de John Williams ajuda bastante a criar este ambiente.
No capítulo da interpretação, o grande destaque vai para Bruce Dern (pai de Laura Dern, uma das actrizes fetiche de David Lynch), no papel do piloto norte-americano que acaba por ter um papel fulcral na conspiração. Ver este «Domingo Negro» faz-nos sentir saudades da década de 1970 e dos seus filmes de acção, tanto na vertente de espionagem como na vertente policial. O trailer, que se pode ver abaixo, é delicioso.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
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