Com «I Am Sam - A Força do Amor» Sean Penn tem aquilo a que se pode chamar a lotaria para chegar aos Óscares: o papel de um autista que tem de lutar nos tribunais pela tutela da filha, que lhe foi parar aos braços depois da mãe, uma sem abrigo, fugir de Sam. A interpretação de Sean Penn está irrepreensível, sem nada a apontar, mas o filme acaba por cair nos clichés deste tipo de fitas, sempre a puxar pela lágrima, fazendo o espectador ter pena de Sam. Valeu-lhe a nomeação para os galardões, mas quem levou a estatueta para casa foi Denzel Washington, por «Dia de Treino».
Ao lado de Sean Penn na segunda obra de Jessie Nelson, que desde este filme não voltou a realizar, encontramos Michelle Pfeiffer (a advogada Rita Williams) e Dakota Fanning (a filha de Sam, Lucy), ambas bastante bem. O grande problema em «I Am Sam», que não deixa de ser um bom drama familiar, é o pouco espaço que as restantes personagens têm. Por exemplo, a advogada de Michelle Pfeiffer tem diversos problemas, sobretudo com o marido, que são mal explorados. E Laura Dern, que interpreta a mãe adoptiva de Lucy está quase ridícula, mais valia não ter participado. O próprio fim é ambíguo, pois de facto não ficamos a saber quem fica com Lucy. Ao menos tem um plano muito belo: Sam com a filha ao colo perseguido por uma legião de miúdos.
Por fim, a assinalar a banda sonora, que na altura em que filme saiu foi bastante falada. Ao longo de «I Am Sam» vamos ouvindo diversas covers dos Beatles cantadas por diversos artistas. Estas músicas surgem devido ao amor que Sam tem pelos Fab Four e o resultado, apesar de original, nem sempre alcança os melhores resultados. Se Jessie Nelson quisesse arriscar um bocadinho mais, poderia ter aqui um grande filme.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
A Linha da Extinção
Há 6 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário