(Crítica com spoilers)
Há filmes que nos levam para territórios do fantástico e «Ondine», a mais recente longa metragem de Neil Jordan a chegar às salas portuguesas, é um deles. Apesar de não ser bem um filme fantástico, como nos apercebemos com o desenrolar do filme. Com uma belíssima fotografia em tons esverdeados, quase parece que estamos na ilha esmeralda que é a Irlanda, «Ondine» é a história de um pescador ex-alcoólico, Syracuse (Colin Farrell), que numa das suas noites no mar apanha uma rapariga (Alicja Bachleda) nas redes de pesca.
A estranha rapariga é então confundida por uma criatura da mitologia britânica, as mulheres foca Selkies, e para a filha de Syracuse tudo leva a crer que Ondine é mesmo uma dessas criaturas que veio ajudar o pai. Esta personagem da criança (Alison Barry) faz deste «Ondine» um belo filme infantil, apesar de alguns dos temas abordados não o serem tão acessíveis para os mais novos.
Neil Jordan consegue assinar uma obra simples e simpática, que na minha opinião apenas falha na última parte, quando o final do filme avança demasiado rápido e tudo acaba por se precipitar um pouco. Mas vale a pena ver o regresso do realizador ao fantástico mais puro, algo que já quase não se via desde «A Companhia dos Lobos», em 1984, ou «Entrevista com o Vampiro», de 1994. E Colin Farrell parece estar em estado de graça, depois de umas escolhas menos felizes, desde «Em Brugges» que o actor tem vindo a alcançar boas interpretações. Syracuse é mais uma.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
A Linha da Extinção
Há 5 horas
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