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Drácula é uma daquelas personagens que já chegou ao cinema através de inúmeros olhares. Dos mais clássicos «Nosferatu» ou «Drácula», realizados por F. W. Murnau e Tod Browning, respectivamente, aos mais recentes «Drácula 2000» (Patrick Lussier) ou «Lust for Dracula» (Tony Marsiglia). Em 1992 foi a vez de Francis Ford Coppola pegar na obra de Bram Stoker e filmar a história do vampiro, interpretado magistralmente por Gary Oldman, um dos melhores actores a interpretar vilões (o que neste caso até pode ser discutível). Os acontecimentos do filme centram-se na ida de Drácula a Inglaterra para ir ao encontro de Mina (Winona Ryder), a noiva do advogado Jonathan Harker (Keanu Reeves), que foi à Transilvânia levar um contrato de compra de propriedades em Londres a Drácula. As semelhanças de Mina com a esposa do conde, cujo trágico destino ficamos a conhecer no início do filme e que fez com que Drácula se torna-se no que é, levam o vampiro a seguir para Londres para a tentar conquistar. O resto é conhecido, com a perseguição levada a cabo por Van Helsing (Anthony Hopkins) para apanhar o seu inimigo.
Um dos grandes pontos fortes desta adaptação do romance de Bram Stoker é a recriação da época e do ambiente gótico, que se nota em inúmeros pormenores: desde o castelo de Drácula às ruas de Londres, passando pelo hospício onde está internado o louco Reinfeld (Tom Waits), servo de Drácula, e até na caracterização dos actores. O que acaba por desiludir são alguns efeitos especiais, que apesar de não serem maus, ficaram datados e ofuscam um bocado os pormenores góticos tão bem conseguidos. E a própria forma de filmar é um pouco distante do melhor Coppola, que no início dos anos 1990 era um realizador um pouco à deriva. Mesmo assim este é capaz de ser um dos seus melhores filmes, senão mesmo o melhor, desta fase.
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB