Durante os primeiros dez anos deste século se houve alguém que conseguiu levar o cinema fantástico às massas esse nome foi Peter Jackson, autor da brilhante adaptação da trilogia «O Senhor dos Anéis» ao grande ecrã. Mas dentro deste género houve um outro nome, talvez não tão conhecido, mas que também pode ser considerado um mestre nesta área, chamado Guillermo del Toro, que nos trouxe uma grande obra. Trata-se de «O Labirinto do Fauno» e é um filme extraordinário que mistura o fantástico, alguns pozinhos de horror e até traços de filme de época, pois a acção decorre durante a Guerra Civil de Espanha. Cenário que já tinha sido palco de outro excelente filme do mexicano, este um pouco mais de terror, mas também com alguns aspectos do género fantástico, chamado «Nas Costas do Diabo».
Mas centremo-nos em «O Labirinto do Fauno», filme que conta a história de Ofelia (Ivana Baquero), uma criança órfã de pai que vai com a mãe Carmen (Ariadna Gil), grávida em estado avançado, viver com o padrasto, o capitão Vidal (Sergi López) do exército franquista que foi destacado para uma região montanhosa para derrotar os rebeldes comunistas. Quando o filme arranca parece que estamos perante um drama de guerra, mas o livro que Ofelia leva consigo, onde ela lê uma estranha lenda, e o surgimento de um estranho insecto que a rapariga confunde com uma fada vai ser o ponto de partida para que uma outra lenda comece a ganhar forma e Ofelia se veja envolvida num conjunto de missões para fazer cumprir essa mesma lenda.
Não sendo um filme que possa agradar a todos, sobretudo os que não gostam de muita fantasia, «O Labirinto do Fauno» é sem dúvida uma das obras mais peculiares dos primeiros anos deste século. Não só a nível do próprio fantástico, que está bem presente numa grande história com ambientes e criaturas bastante bem conseguidas, que ainda hoje continuam a deliciar como há cinco anos (não foi à toa que o filme ganhou três Óscares em categorias técnicas nesse ano), mas também pela própria prestação dos actores. Aqui, o destaque vai para o capitão Vidal, um personagem bastante sádico interpretado de forma magistral por Sergi López, e também para Maribel Verdú, que interpreta uma das criadas do capitão que ajuda os rebeldes e se torna das poucas amigas de Ofelia num ambiente hostil para a criança, que vê na história do fauno um escape para a realidade. E com Guillermo del Toro vamos com Ofelia em busca de um mundo melhor.
Nota: 5/5
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Há 17 horas
É um grande filme e foi um fresco recuperar do "fairy tale" mais clássico, da princesa e dos monstros, com uma incrivelmente original mescla com a trama política e o terror.
ResponderEliminarUm dos filmes que me surpreendeu imenso pela positiva. Guillermo Del Toro mesclou muito bem os elementos de fantasia com os elementos da Guerra Civil Espanhola, num filme de belo recorte (e curiosamente com alguma violência à mistura).
ResponderEliminarSem dúvida, Diogo. Penso que o grande 'segredo' deste filme foi precisamente conseguir juntar a dose certa desses ingredientes. O resultado foi perfeito.
ResponderEliminarAníbal, idem. A violência faz um pouco parte do género e neste caso o Del Toro conseguiu repetir (e até melhorar) o que de bom tinha feito com o «Nas Costas do Diabo». Não sei se já o conhecem, mas é também um filme bastante recomendável.
Cumprimentos aos dois e obrigado pelos comentários
também adoro este juntamente com o nas costas do diabo já mencionado. Del Toro aqui dá cartas :D
ResponderEliminarAcho que funcionam bem como uma dupla. Nem sei até que ponto não terão sido feitos com essa intenção. Tenho de rever o «Nas Costas do Diabo» um dia destes. Mas mesmo os dois Hellboy dele são porreiros. Falta-me ainda o «Cronos», tenho uma certa curiosidade
ResponderEliminarTal e qual. Gosto muito dos Hellboy's e gosto no 2 da mistura do mundo Del Toro com o mundo Mignola.
ResponderEliminarO Cronos também me falta
Eu não conheço muito a BD, mas os filmes gostei. Até porque versam sobre um tema que me agrada
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