Longe vão os dias de ouro da carreira de William Friedkin, autor de dois grandes clássicos dos anos 1970: «Os Incorruptíveis Contra a Droga» e «O Exorcista», este um filme que apesar de ter influenciado bastante cineastas da área do terror acabou por ficar datado. A última vez que um filme de Friedkin chegou ao cinema foi em 2006, com o estranho «Bug». Este ano regressou com «Killer Joe», que, tal como o anterior, é baseado numa peça de teatro da autoria de Tracy Letts. Mas desta vez o resultado final é mais acessível.
O filme conta a história de uma família do Texas que vive num parque de roulotes e cujo filho Chris (Emile Hirsch) convence o pai Ansel (Thomas Haden Church) a matar a sua mãe, que não vive com eles, para assim conseguirem ter direito a um seguro de vida que será entregue à filha mais nova do casal Dottie (Juno Temple). Para tratarem do assunto contratam Joe Cooper (Matthew McConaughey), também conhecido como Killer Joe, um polícia corrupto e com poucos escrúpulos que tem uma carreira de assassino profissional nas horas vagas. Mas, como seria de esperar, nem tudo corre como previsto e a falta de dinheiro para pagar o contrato coloca a jovem Dottie no meio da trama, como caução. A relação entre Dottie e Joe acaba por espoletar o resto do filme, que oscila entre a comédia e o drama para contar a história das relações bastante peculiares de uma família e um grupo de pessoas que não tem onde cair morta e faz tudo por dinheiro.
Sendo baseado numa peça de teatro, nota-se também alguma teatralidade em «Killer Joe», o filme, sobretudo quando se tratam de cenas passadas na casa da família. A principal diferença em relação a «Bug» é a presença de um maior número de personagens em cena. E, tal como no anterior filme de Friedkin, as interpretações são o ponto forte, com grande destaque para Matthew McConaughey, muito, mas mesmo muito longe daquilo que estamos habituados a ver, e Thomas Haden Church, num daqueles papéis que irá ficar para sempre na memória de quem vir «Killer Joe». Não será um dos melhores filmes de sempre, mas é muito provavelmente o melhor filme de William Friedkin, cineasta que está a ser alvo de uma homenagem na edição deste ano do Estoril & Lisbon Film Festival, em muitos anos.
Nota: 4/5
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Há 17 horas
Não sabia que o filme era da direção de Friedkin. Muito bom saber. Não vi muitos filmes de sua filmografia, mas é um bom diretor e muito bom saber que ele ainda está na ativa. Já tinha lido algo a respeito deste filme e estou curioso para ver.
ResponderEliminarÉ o novo dele. Passou no Festival de Veneza e aqui em Lisboa, no âmbito de um festival de cinema que está a decorrer e onde o Friedkin está a ser homenageado. Por cá estreia no início de 2012, por isso deve estar a chegar aí também em breve.
ResponderEliminarCumprimentos