domingo, 13 de novembro de 2011

O Fantástico Senhor Raposo, de Wes Anderson (2009)

Declaração de interesses: o autor deste blogue é um grande fã da obra de Wes Anderson. Há mistérios na distribuição em Portugal que não se percebem. Um dos maiores dos últimos tempos foi como é que este filme não teve direito a chegar às salas de cinema. Isto apesar de ter sido realizado por um dos grandes cineastas norte-americanos da actualidade, na sua estreia no mundo da animação, de ter sido nomeado para o Óscar de Melhor Filme de Animação (o que nos dias que correm até nem é grande justificação, mas sempre podia ser um chamariz para as bilheteiras), de contar com um elenco de luxo encabeçado por George Clooney e Meryl Streep e, finalmente, por ser um grande filme, que, como a maior parte dos filmes de animação recentes, tanto atrai um público infantil como um público mais adulto.

«O Fantástico Senhor Raposo» é, até à data, o último filme de Wes Anderson, cineasta que foi homenageado pelo Estoril & Lisbon Film Festival deste ano com uma retrospectiva integral da sua obra. O realizador só não esteve presente no evento, apesar de ter feito pequenos vídeos de apresentação para cada um dos seus filmes projectados, por estar a finalizar a sua próxima longa-metragem. Baseado num livro de Roald Dahl, «O Fantástico Senhor Raposo» foi o primeiro filme de Anderson em animação, feito na técnica de stop motion. Nele assistimos à história do Senhor Raposo (George Clooney), uma raposa que acede ao pedido da sua companheira (Meryl Streep) de deixar uma carreira de sucesso como ladrão de galinheiros para se dedicar à família, numa altura em que a sua parceira anuncia estar grávida.

Alguns anos mais tarde, o senhor Raposo, farto da monotonia do seu trabalho de cronista num jornal local, resolve regressar ao activo para um último golpe: roubar três quintas, cada uma especializada em produtos diferentes. Depois de convencer o seu amigo Kylie (Wallace Wolodarsky), um dos personagens mais deliciosos do filme, ambos partem para novas aventuras, que acabam mal, com a retaliação dos donos das quintas que põe em causa toda a vida animal da região.

Além desta história, que mistura alguma acção, há também a relação do senhor Raposo com o filho e a família e com a restante comunidade de animais, cada um com as suas características próprias e com as vozes de actores que habitualmente encontramos nos filmes de Wes Anderson, que vem dar alguma moral ao filme. E findo o filme, ficamos agarrados e cativados por estas estranhas criaturas, que no fundo apenas querem sobreviver e se comportam como humanos. E continuamos sem perceber, como é que este filme não chegou às salas.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

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