Já aqui referi a estreia de «Inquietos», a mais recente longa-metragem de Gus van Sant, a propósito de «50/50». O tema é semelhante, mas a forma como é tratado nos dois casos não podia ser mais distante. Se o último é uma comédia dramática, sobre um jovem que enfrenta o cancro como uma luta, tentando ser positivo com a ajuda dos que lhe são próximos, «Inquietos» é o completo oposto, apesar de mesmo assim as personagens não verem o cancro como uma fatalidade, mas algo que infelizmente acontece. Como se se resignassem ao facto de uma das personagens poder morrer devido à doença e não ter muito a fazer se não aguardar a morte.
E é um grande filme. Arriscaria mesmo dizer que a história de amor entre Enoch (Henry Hopper, filho de Dennis Hopper, a quem este filme é dedicado) e Annabel (Mia Wasikowska, cada vez mais um talento em crescendo) captada por Gus van Sant é um dos mais belos filmes do ano. Ambos os protagonistas são jovens que vivem uma fase complicada da vida e o encontro entre os dois vai dar-lhes uma oportunidade para ultrapassarem os seus problemas juntos. Mesmo sabendo que alguns são inultrapassáveis. Enoch tenta afastar o luto pela morte dos pais e Annabel a doença que sabe ser fatal. Durante aqueles poucos meses em que ambos se apaixonam e vivem uma relação intensa tudo parece ser possível.
Com uma bela fotografia e uma bem conseguida banda sonora assinada por Danny Elfman, «Inquietos» não é um dos filmes mais experimentalistas de Van Sant, como «Elephant», «Gerry» ou «Last Days», mas antes um filme mais simples quando comparado com algumas obras recentes do cineasta. No campo da interpretação, é bom ver que Dennis Hopper deixou descendência à altura, apesar de se notar que Henry ainda precisa de evoluir mais. Mas neste primeiro papel já fez lembrar um pouco o pai quando era mais novo. Quanto a Mia Wasikowska, nada a apontar, a não ser que esta é uma das melhores jovens actrizes que tem surgido nos últimos anos. A versatilidade das suas interpretações volta a ser posta à prova neste filme onde, uma vez mais, consegue brilhar.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
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Há 17 horas
Definitivamente surpreendente. O filme agradou-me imenso, e a visão de Gus Van Sant está incrivelmente bem traduzida nas imagens da obra.
ResponderEliminarParabéns pelo blog, deixo o link para o meu, para, quando puder/quiser, visitá-lo:
http://por-detras-da-minha-camara.blogspot.com/
Cumprimentos,
Beatriz.
Bem-vinda e obrigado pelo comentário. O filme é absolutamente belíssimo.
ResponderEliminarNão conhecia o seu blogue, mas vou acrescentá-lo ao blogroll.
Cumprimentos e volte sempre