O regresso de Mathieu (Yvan Attal) à sua terra natal para assistir aos últimos dias da mãe, que está hospitalizada, leva-o a recordar fantasmas passados. Depois de ver uma antiga namorada de infância (Valeria Bruni Tedeschi) que abandonou no passado, os dois voltam a relacionar-se.
E é sobre esta paixão avassaladora que incide o décimo filme de Cédric Kahn. O amor de Mathieu e Maya, que se reencontram muitos anos depois do último encontro, onde ela chegou duas horas atrasada e ele acabou por desaparecer sem deixar rasto. Apesar de ambos terem terminado tudo na altura, o certo é que a chama entre os dois não desapareceu, como se vê no primeiro encontro do par. A partir daí ambos entram numa espiral que não conseguem controlar, por muito que queiram, pois o amor não morreu.
Com uma boa interpretação por parte da dupla protagonista, falta a este «Arrependimentos» um argumento um pouco mais forte. A presença das personagens secundárias quase não se faz notar, mesmo tendo em conta que se trata de um filme muito centrado no par Mathieu e Maya. Faltava a Cédric Khan, que também é responsável pelo argumento, dar um pouco mais de espaço a outras personagens sobretudo à esposa de Mathieu e ao companheiro de Maya. A primeira reage de forma algo estranha em algumas situações, questionando pouco os actos de Mathieu. No caso do namorado de Maya, não se percebe como é que numa das cenas ele se lembra de tentar matar Mathieu com uma serra eléctrica, quando antes aparentava ter um comportamento mais pacífico.
Por outro lado a banda sonora, a cargo de Philip Glass, está muito boa, pois consegue criar o ambiente perfeito para a narrativa, sobretudo nas cenas de ligação em que as personagens vão de carro para os encontros.
Nota: 3/5
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sábado, 16 de outubro de 2010
Arrependimentos, de Cédric Kahn (2009)
Etiquetas:
Cédric Kahn,
Em Cartaz,
Philip Glass,
Valeria Bruni Tedeschi,
Yvan Attal
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Subscrevo inteiramente esta apreciação do filme. De facto, falta a este filme alguma história mais, capaz de conferir não só as personagens secundárias, como mesmo aos protagonistas, mais verosimilhança e coerência.A personagem de Mathieu é por vezes de uma contraditoriedade gratuita, já que fica sem se perceber como pode um homem tão pragmático e egoísta, ser por outro lado, tomado de acessos românticos tão apaixonados e sinceros.
ResponderEliminarA banda sonora é fantástica e a versão de "Sinnerman" da Nina Simone consegue realmente colocar o espectador na velocidade e espírito certos para as referidas cenas de ligação de carro.
Ana Santos
É verdade, não cheguei a referir essa maravilhosa versão. É impressão minha ou também aparece no «Um Profeta»? Andei tanto tempo para descobrir que música era até a voltar a encontrar aqui.
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