António-Pedro Vasconcelos tem sido um dos realizadores portugueses que mais tem investido num cinema dito comercial e o que tem alcançado melhores resultados, do ponto de vista da qualidade. Em 2003 apresentou «Os Imortais», um filme passado nos anos 1980 sobre um grupo de antigos comandos que estiveram na Guerra Colonial e se juntam para fazer um assalto. Mas o plano corre mal quando um deles, Roberto Alua (Joaquim de Almeida), que tem de levar uma mulher ao encontro, se cruza com a misteriosa Madeleine (Emmanuelle Seigner) e resolve levá-la.
À medida que a história se desenrola ficamos a saber que esta francesa é casada com um 'empresário' com ligações perigosas ligadas a África, inclusive com um dos Imortais, assim se chama o grupo. Em paralelo o investigador da Polícia Judiciária Malarranha (Nicolau Breyner) prestes a reformar-se resolve investigar fora do horário de trabalho uma agressão levada a cabo por Roberto Alua e acaba por descobrir o plano do assalto.
«Os Imortais» é um retrato da geração que foi para a Guerra Colonial e a sua inadaptação ao regresso, pois como uma das personagens diz, na guerra têm liberdade e na sociedade não a conseguem alcançar. Não sendo um grande filme, é das melhores obras que tem surgido no panorama nacional nos últimos anos. Pena o final ser um pouco fraco demais, a cena em que a filha de Malarranha fala com o único Imortal que resta, bem podia ter ficado na sala de montagem.
Esse é um dos exemplos de um argumento que podia ser melhor, pois tem algumas falhas, mas as interpretações, com excepção talvez da de Emmanuelle Seigner que parece um pouco metida a martelo e não parece estar muito à vontade no papel, estão bem conseguidas e acabam por salvar a honra do convento. Mesmo o Roberto Alua de Joaquim de Almeida, actor que não é dos meus preferidos, está bem interpretado. Destaque ainda para Nicolau Breyner, que também tem um papel ao seu melhor estilo, e para uma surpresa. Trata-se da prestação de Rui Unas, mais conhecido pela sua carreira de apresentador de televisão, estreou-se neste filme em cinema e é uma estreia em grande, sem falhas, e quiçá o que melhor fica no retrato, sem desprimor pelo restante elenco.
Nota: 3/5
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Há 4 horas
Um dos meus filmes portugueses preferidos de sempre! Ainda hoje tenho na cabeça algumas das "quotes" e pérolas ditas por algumas personagens. "Eu faço tudo à mão..."
ResponderEliminarTem algumas cenas boas, essa é uma delas, e a personagem de Nicolau Breyner é de antologia. Mas falta qualquer coisinha para ser melhor.
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