sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Deus da Carnificina, de Roman Polanski (2011)

«O Deus da Carnificina» é um daqueles exemplos perfeitos de que não vale a pena complicar muito para fazer um grande filme. Em cena apenas quatro actores (e um grupo de garotos) que em menos de hora e meia (79 minutos, para ser mais preciso, é esse o tempo do filme) nos mostram como um grupo de pessoas vai de um estado dito civilizado à mais pura discussão, provando que as aparências iludem. E de que maneira.

Tudo começa quando Zachary se chateia com o colega Ethan, porque este não o quer no grupo de amigos, pega num pau e parte dois dentes de Ethan. O que começa como uma briga de dois miúdos com pouco mais de 10 anos, numa sequência genial que nem sequer precisa de som para nos mostrar o que se passou (quase que poderíamos dizer que parece saída de um filme mudo), transforma-se na cena seguinte num potencial cenário mais pacífico, quando os pais das crianças tentar resolver a questão amigavelmente. Mas aos poucos as discussões começam por ninharias. Primeiro entre os dois casais e às tantas já os membros dos próprios casais estão às turras, vindo ao de cima os podres de problemas que todos julgavam não existir.

Baseado numa peça de teatro (daí a escassez de meios) escrita por Yasmina Reza e com interpretações de luxo dos quatro actores principais (Jodie Foster, John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz), qual deles o melhor, «O Deus da Carnificina» conseguiu ser (mais) um dos grandes filmes estreados no final do ano passado. Mesmo tendo sido realizado por um Roman Polanski em modo de retiro forçado, devido a questões legais, o resultado está à altura da obra do polémico realizador polaco e é um dos filmes que vale mesmo a pena ver por estes dias.

Nota: 5/5

Site do filme no IMDB

Site oficial do filme

4 comentários:

  1. fui vê-lo ontem eheh. Bestial e o leque de actores 5 estrelas

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  2. Parece instigante esse filme; tomara que chegue logo ao Brasil. Não vejo um Polanski desde O Pianista (de que não gostei muito), mas quero ver, urgentemente, O Escritor Fantasma.

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  3. Este filme ainda não chegou por aqui e me parece muito bom, principalmente pelo seu texto.

    É sempre bom ver o polêmico Roman Polanski trabalhando.

    Abraço

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  4. Loot, o filme é tão simples como genial. Do lote de actores não sei qual é que está melhor, estão todos fenomenais.

    Ravel, eu por acaso gosto do Polanksi, por isso sou suspeito. Gostei bastante do Pianista e do Escritor Fantasma, recomendo o último. Mas este «O Deus da Carnificina» é um pouco diferente dos seus filmes habituais.

    Hugo, obrigado. É muito bom mesmo, Polanksi está em grande forma num filme um bocado diferente do que nos habituou. Espero que estreie por aí depressa para ver os vossos textos.

    Cumprimentos a todos

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