Último filme de uma trilogia dedicada à vingança, cujo ponto alto foi o segundo tomo, o genial «Old Boy - Velho Amigo», «Vingança Planeada» («Sympathy For Lady Vengeance», no título inglês) encerra com chave de ouro o conjunto dos três filmes. Apesar de ser um pouco inferior ao segundo episódio, não deixa de ser um grande filme e uma boa experiência, pois não desagrada de todo a quem gostou de «Oldboy». Quanto mais não seja porque, uma vez mais, está bem filmado e consegue ligar as várias histórias sem se perder no caminho.
Tal como no filme anterior, esta é a história de alguém que esteve preso durante vários anos e de repente se vê em liberdade, condição que a leva a pôr em prática um plano de vingança contra o responsável pelo período de reclusão. Ficam por aqui as semelhanças, pois a protagonista de «Vingança Planeada» é uma mulher que esteve presa por um crime que cometeu há alguns anos, enquanto que em «Oldboy» era um homem que esteve preso num quarto sem saber muito bem porquê até ao assombroso desenlace final, que é um daqueles murros no estômago que demora muito tempo a aguentar.
Voltemos então a «Vingança Planeada». Aqui encontramos Geum-ja Lee (Yeong-ae Lee) à saída da prisão e quando pensamos que está regenerada, com a ajuda de uma pessoa que a visitou durante anos e a viu como alguém divino com poder para ajudar os outros, os constantes flashbacks, que também servem para contar as histórias das suas companheiras de prisão, vão-nos mostrando que não é bem assim e mal sabemos o que virá da sua cabeça. Um dos pontos que poderia ter dado em falhanço total, esta fragmentação de histórias, acaba por não o ser, pois Chan-wook Park consegue ligar todos os pontos sem se perder, o que poderia ser fácil e é bastante comum neste tipo de filmes, onde várias narrativas se cruzam. Ao mesmo tempo, este acaba por ser um dos aspectos que coloca o filme uns furinhos abaixo do seu antecessor.
Menos violento e sádico do que «Oldboy», mas visualmente ao mesmo nível, outro dos pontos fracos de «Vingança Planeada» é o facto de não ter tantas surpresas (uma vez mais sublinho que o final do segundo episódio é difícil de igualar) e ser um pouco mais previsível. Mas, quando os filmes são bem feitos, como é este o caso, o resultado tem tudo para ser bom e é mesmo. Com a vantagem de não ser necessário ter um estômago tão forte para o ver como no caso de «Oldboy».
Nota: 4/5
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Há 17 horas
Gosto muito. Como tinha dito noutro dia é uma trilogia que tenho de revisitar. E na verdade assusta-me que considerem fazer um remake de um filme que já está tão próximo da perfeição. (Oldboy)
ResponderEliminarSim, depois de ver este também fiquei com vontade de rever o Oldboy, apesar de da primeira vez ter dito que precisava de alguns anos para o fazer. É muito mais violento do que este. Mas acho que já passou tempo suficiente :) O remake, ainda por cima feito pelo Spike Lee, realizador que por acaso até admiro, também me mete medo. Mas o truque é esquecer o original e vê-lo como se fosse um novo filme. É difícil, mas com jeitinho consegue-se.
EliminarE claro, agora tenho de ver o primeiro da trilogia.