sábado, 14 de janeiro de 2012

A Toupeira, de Tomas Alfredson (2011)


Esqueçam James Bond. Apesar de «A Toupeira» ser um filme de espiões, este não será o filme mais indicado para os fãs de 007. Adaptado a partir de um livro de John le Carré, a estreia de Tomas Alfredson (realizador do fabuloso filme de vampiros sueco «Deixa-me Entrar») nos EUA é um filme muito mais calmo do que as aventuras protagonizadas pelo espião favorito de sua majestade. E que grande filme, talvez mesmo um dos melhores estreados no final do ano passado.

Protagonizado por um Gary Oldman em excelente forma, longe das suas personagens mais neuróticas, mas sempre muito bem, a trama centra-se nos serviços secretos britânicos, em plena Guerra Fria, quando surgem suspeitas de que alguém na cúpula do organismo poderá estar ao serviço de Moscovo. A suspeita já era do anterior chefe dos espiões Control (John Hurt), que morre no início do filme, e uma investigação interna é encomendada a Smilley (Gary Oldman), um espião reformado que foi um dos homens mais próximos de Control. Tal como já referi, não há aqui grandes cenas de acção ao estilo de Bond. Talvez uma das sequências iniciais, passada na Hungria, se possa encaixar nesse estilo, mas mesmo assim será um pouco forçado ir por aí. «A Toupeira» é um filme sóbrio, como se quer quando o objectivo é representar um universo cheio de cortinas de fumo e onde ninguém quer dar nas vistas.

Este é um filme onde a história vale por tudo o resto, não fosse o original ter sido escrito por um dos mestres da literatura de espionagem. Apesar de poder ser fácil a Tomas Alfredson perder-se em tantas lutas e tricas internas, o filme consegue ser bastante coeso. Tem excelentes interpretações, feitas por um elenco de luxo (quase que parece um dream team encabeçado por Oldman, tal a qualidade de grandes actores que encontramos em papéis secundários: Toby Jones, Colin Firth, Benedict Cumberbatch - o Sherlock da TV -, Mark Strong, entre outros) e uma recriação da época muito boa. Se continuar assim, Tomas Alfredson tem tudo para se tornar um grande nome no Cinema.

Nota: 5/5

Site do filme no IMDB

Site oficial do filme

4 comentários:

  1. Gostei muito do tom, da atmosfera, da realização e gostei muito dos actores. Mas tive pena de andar demasiado perdido quanto à história e isso diminui o meu agrado pelo filme.

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  2. A história é de facto um bocado complicada de seguir, mas penso que até se percebe bem o essencial. E no fundo, um meio como o que é retratado tem sempre de manter alguns segredos. Agora no resto, o filme está impecável.

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  3. Aqui no Brasil o filme foi lançado como O espião que sabia demais, o mesmo título da tradução brasileira do livro. Parece uma adaptação séria de le Carré, sempre difícil de adaptar... Na verdade, não consegui ler o livro, tamanha é a complexidade da trama. Mas assim que o filme chegar à minha cidade vou assisti-lo, com ceteza - e aí dou minha humilde opinião... Hoje vou ver o novo Sherlock Holmes. Vamos ver o que salva do pobre Conan Doyle...

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    Respostas
    1. A trama é bastante complexa, mas o filme está muito bem conseguido. Penso que vale a pena ver. Infelizmente também não consegui ler o livro, mas a vontade é muita. Já agora, não o referi no texto, mas esta obra já foi adaptada à televisão no final dos anos 1970 início dos anos 1980 pela BBC e pelo que li também era muito boa.

      Em relação ao novo Sherlock, como pode ver mais abaixo, a minha opinião não foi a melhor. Penso que o primeiro filme da série era diferente quando surgiu e trouxe alguma frescura à personagem. Este novo parece-me um pouco mais do mesmo, mas com um resultado pior.

      Boas sessões

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