Há uns anos atrás, quando Guy Ritchie foi anunciado como realizador de mais uma adaptação de Sherlock Holmes ao Cinema, muitos terão pensado que o resultado final não seria o melhor. Apesar de essa primeira adaptação do universo da personagem criada por Sir Arthur Conan Doyle poder ser considerada pouco convencional para quem estava à espera de um regresso ao final do século XIX, o primeiro «Sherlock Holmes» não foi mau de todo. O resultado acabou por nos dar um novo olhar sobre uma personagem que talvez já tivesse demasiado agarrada a um cliché. Tal como noutros casos, e assim de repente lembro-me da recente do Tintim de Steven Spielberg, penso que este filme de ser visto como um olhar pessoal de um realizador sobre uma obra que está bastante enraizada na cultura popular.
Dois anos depois, Guy Ritchie, Robert Downey Jr. (Sherlock Holmes) e Jude Law (John Watson) voltam (mais ou menos) ao mesmo cenário, mas desta vez o resultado não esteve à altura do original de 2009 e é mais fraco. A magnífica Londres do primeiro episódio é trocada por uma espécie de digressão europeia por várias cidades, que culmina numa batalha final entre Holmes e o seu arqui-inimigo Professor James Moriarty (Jared Harris) no mais previsível dos países. Uma vez mais a dupla de protagonistas volta a resultar bem e duvido que se trocassem o par conseguissem satisfazer os fãs do primeiro filme. Algumas cenas de acção estão também bem conseguidas, apenas um pouco mais exageradas quando comparamos com o primeiro «Sherlock Holmes».
O grande problema deste segundo episódio da série é o argumento, bastante fraquinho e sem ponta por onde se lhe pegue. Não quero aprofundar esta parte, para não fazer spoiler, mas quem vir terá de concordar que o desenrolar da trama e o centro da mesma, parece um pouco forçado. A isto juntam-se secundários que não estão à altura dos protagonistas. Mesmo Jared Harris, cujo Moriarty prometia tanto no filme anterior, parece que não entrou bem na personagem. Talvez o facto de no primeiro ser uma personagem mais misteriosa o tivesse prejudicado neste segundo capítulo.
Para primeiro blockbuster do ano, parece-me que «Sherlock Holmes: Jogo de Sombras» foi um tiro em falso e muito provavelmente os resultados de bilheteira irão ditar a continuação ou o fim da série, que tinha tudo para vingar (uma dupla de grandes actores que funciona bem, boas histórias, um vilão genial, um imaginário bem conseguido, etc.), mas acabou por se espalhar ao comprido neste segundo episódio. Será que Ritchie falhou nesta sequela, tal como muitas bandas falham no momento de gravar o mítico segundo álbum?
Nota: 2/5
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Há 17 horas
Não é o melhor filme do mundo, mas cumpre os seus propósito, que neste caso é, entreter. Pelo menos o primeiro.
ResponderEliminarcumprimentos,
cinemaschallenge.blogspot.com
Sim, o primeiro cumpre esses requisitos bastante bem. Esta sequela não.
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