Uma história bela e simples é o que podemos contar com Andando, do japonês Hirokazu Koreeda. E talvez um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Andando é o segundo filme deste cineasta da terra do Sol Nascente a merecer estreia em Portugal, depois de Ninguém Sabe, de 2006. Não vi este, logo não posso comparar.
Mas depois de ver Andando, fiquei com vontade de o ver. Temia que fosse um filme demasiado parado, daqueles que passamos a sessão a olhar para o relógio. Felizmente enganei-me. A história desta família que se junta 12 anos depois da morte do filho mais velho é, como referi, simples e bela e prova que não é preciso muito para contar uma grande história.
E ainda por cima, consegue ser actual e mexer connosco. As personagens estão muito bem conseguidas, desde a relação entre os pais (um casal de idosos 'rezingões' que sentem a perda de um filho) às relações entre os dois irmãos que ficaram. Há cenas à flor da pele, com grandes discussões que acabam sanadas (ou não), e momentos divertidos e nostálgicos, como quando as crianças brincam. E a câmara de Koreeda consegue em alguns planos fixos imagens belíssimas.
No final, um pouco agridoce, não chegamos a perceber se tudo acaba bem ou não. Cumprem-se sonhos e objectivos, mas nada é perfeito. Nem mesmo as grandes histórias.
Nota: 4/5
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