Mais um tesouro que descobri na Cinemateca, que está a organizar um ciclo dedicado a Monte Hellman, um realizador da escola Roger Corman que não conhecia. Talvez este seja um dos nomes menos conhecidos da vaga do mítico realizador, que apadrinhou, entre outros, Francis Ford Coppola, Martin Scorcese ou Jack Nicholson, só para referir os mais populares. Pelo que indicaram no programa deste mês, o ciclo é bastante pequeno, tem apenas nove obras, mas se todas forem como «Cockfighter», compensa dar uma olhadela.
«Cockfighter» é considerado uma das obras primas de Monte Hellman e conta a história de um treinador de galos de luta (Warren Oates), que não fala (apenas ouvimos a sua voz em off e num flashback onde se explica a razão da sua mudez) e tenta singrar no universo violento das lutas de galos. E violento é o filme. Desde o ambiente deste submundo do Sul dos EUA, onde há truques para todos os gostos feitios e torneios que se realizam em quartos de hotel para não dar tanto nas vistas, às próprias lutas de galos.
Quem for contra a violência entre animais, tem de ir de pé atrás antes de ver o filme, pois as cenas de lutas são bastante gráficas. O que não impede de estarem bastante bem filmadas, algumas até em câmara lenta, o que me fez lembrar os filmes de kung fu e artes marciais que via há uns anos, interpretados por Jean Claude Van Damme ou Bruce Lee. A juntar a isto temos personagens bastante pitorescas, não só o 'herói' se assim se pode chamar ao treinador de galos tem muita pinta, mas o próprio ambiente sulista, cheio de rednecks com jardineiras está bem representado. Como exemplo deste ambiente, temos o jovem que perde uma luta porque enfiou o dedo no rabo de um dos seus galos, o que levou a organização a desclassificá-lo e a proibir a sua participação nos campeonatos.
Há ainda a notar a presença de Harry Dean Stanton, aqui no papel do rival do treinador. Não sei como será o resto da obra de Monte Hellman, mas com este aperitivo, vou tentar ver mais algumas obras dele.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Cockfighter, de Monte Hellman (1974)
Etiquetas:
Crítica,
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