terça-feira, 29 de março de 2011

Biblioteca cinematográfica: O Nome da Rosa, de Umberto Eco

O Livro : Publicado em 1980, «O Nome da Rosa» foi o primeiro romance do italiano Umberto Eco, um dos maiores especialistas em semiótica. O livro é um romance histórico com tonalidades de policial (sem polícias e ladrões ou detectives), protagonizado por William of Baskerville (nome que remete para a personagem de Sherlock Holmes), um frade franciscano, e o seu discípulo Adso of Melk. Os dois são chamados a um mosteiro situado no Norte de Itália devido a uma questão teológica, mas acabam por se deparar com uma série de estranhas mortes.

Além de ser um excelente retrato da Idade Média, nomeadamente da vida e do poder do clero naquele período histórico, «O Nome da Rosa» acaba por ser uma reflexão sobre a literatura e a forma como alguns livros eram vistos pela Inquisição, pois mais tarde vemos que é a leitura de um determinado livro é responsável pela morte de quem os lê. E tal como não podia deixar de ser, e isso é muito comum na restante obra de Umberto Eco, o escritor recorre à sua sabedoria nesta matéria para apresentar alguns dos termos que lhe são caros, como os sinais e os seus significados que vão sendo analisados sob um ponto de vista empírico de William. Já o aprendiz Adso serve de ponte com o leitor, pois também este vai aprendendo com as ideias do seu mentor.

O Filme: «O Nome da Rosa» é um dos filmes que mais terá passado na televisão portuguesa durante os anos 1990. Realizado pelo francês Jean-Jacques Annaud, o filme chegou às salas de cinema em 1986, fruto de uma co-produção da Alemanha, França e Itália. Nos papéis principais encontramos o ex-James Bond Sean Connery, que interpretou William of Baskerville e chegou quase a estar fora da produção, e o praticamente estreante Christian Slater, como Adso of Melk.

Bastante fiel ao livro em que se baseia, a adaptação é um dos grandes filmes dos anos 1980 e explora bastante bem os cenários do mosteiro onde decorre a acção, sobretudo as cenas que decorrem na biblioteca. De realçar que este mosteiro não existe, foi recriado numa colina nos arredores de Roma e reza a lenda que foi um dos maiores cenários de exterior criados na Europa desde a rodagem de «Cleopatra». Apenas algumas das cenas interiores foram filmadas na Abadia de Eberbach, na Alemanha. O esforço de Jean-Jacques Annaud, que levou cerca de quatro anos a preparar o projecto, renderam ao filme vários prémios, com destaque para o César de Melhor Filme Estrangeiro e dois Baftas: Melhor Actor Principal e Melhor Maquilhagem.



5 comentários:

  1. O Filme é um espanto, o atmosfera, as personagens. E com crítica ferozes à Igreja Católica. Muito bom

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  2. O filme tem inúmeros sentidos e o livro também. É como se fosse um labirinto como o que encontramos no final dentro da biblioteca. É essa a grande vantagem do Umberto Eco, que é um dos grandes escritores contemporâneos.

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  3. Não li o livro mas o filme é espetacular!
    =1

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  4. Fiquei com vontade de rever isto, já lá vão uns anos.

    Abraço

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  5. Bem-vinda Ligadona. O livro vale tanto a pena como o filme. É até mais completo e profundo.

    Loot, curiosamente fiquei com a mesma vontade. Este é daqueles que vale sempre a pena voltar a ver.

    Cumprimentos aos dois.

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