Tal como o próprio nome indicia, este é um filme com uma sensibilidade especial. «Poesia», o quinto filme do realizador sul-coreano Lee Chang-Dong retrata os dias de Mija (Jeong-hie Yun), uma senhora de 65 anos que começa a perder a memória por estar na fase inicial da doença de Alzheimer. É também nessa altura que começa a ter aulas de poesia e ao mesmo tempo descobre que o neto, que vive com ela depois do divórcio da mãe, faz parte de um grupo que cometeu um crime que resultou no suicídio de uma jovem. Para resolverem a questão os pais dos rapazes envolvidos querem juntar dinheiro para pagar uma indemnização à mãe da rapariga.
O filme é praticamente todo de Jeong-hie Yun, que tem uma interpretação muito boa. Ao seguirmos a anciã vamos acompanhando não só a sua perda de memória, mas também os seus dilemas e preocupações ligados ao comportamento do neto e com os pais dos colegas dele, que tudo fazem para que ela arranje o dinheiro, mesmo sabendo que ela não o tem. No fundo a poesia acaba por ser o único escape de Mija e as cenas em que a vemos reflectir sobre os poemas dos outros e a sua busca para conseguir escrever um poema são muito belos. No fim, apesar de todas as dificuldades, acaba por ser ela a única da turma a conseguir escrever um poema. E Lee Chang-Dong apresenta um belo filme, que lhe rendeu o prémio para melhor argumento na última edição do Festival de Cannes.
Nota: 4/5
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Há 17 horas
Parabéns pela resenha e pela escolha do filme!
ResponderEliminarFilme maravilhoso!
Assisti ontem no cinema, e ainda estou bastante impactada!
Um abraço,
neli
Bem-vinda e obrigado. Por acaso também o vi ontem no cinema. É fantástico, um filme tão simples e ao mesmo tempo tão belo.
ResponderEliminarCumprimentos e volte sempre,
O Projeccionista