Quem for ver «Copacabana» a pensar que vai ver um filme passado no Brasil e com as belas praias do Rio de Janeiro como cenário, desengane-se. Aqui há praias, mas ficam na Bélgica, onde decorre parte da acção. O Brasil apenas está presente nos sonhos da personagem principal e na excelente banda sonora, ponteada de momentos de samba e sobretudo MPB.
O mais recente filme de Marc Fitoussi é uma comédia dramática que conta a história de Babou (Isabelle Huppert), uma mulher de meia idade que faz o que dá na real gana até se aperceber, quando a filha Esméralda (Lolita Chammah) lhe diz que não a quer presente no casamento para não a envergonhar, que algo vai mal. Até aqui a (aparentemente) irresponsável Babou resolve ir à procura de trabalho e acaba por encontrá-lo a vender apartamentos na cidade belga de Ostende. Se num primeiro momento o filme parecia ser sobre a relação mãe-filha numa fase mais negativa (a propósito, as duas actrizes são mãe e filha na vida real), quando Babou segue para Ostende e acaba por se ir descobrindo aos poucos. O final feliz acaba por tornar o filme num feel good movie.
«Copacabana» é um filme que se vê bem, mas nunca consegue passar para o terreno de um bom filme. Vale sobretudo pela personagem de Babou, que consegue fazer a sua vida contra tudo e contra todos (não é o que todos queríamos), e pela interpretação de Isabelle Huppert, uma vez mais excepcional. Talvez o problema seja mesmo o filme estar tão centrado em Babou e dar pouco tempo para o resto do elenco. A própria relação com a filha, e tanto se tem falado do facto de as duas actrizes serem mãe e filha na vida real, apenas está bem conseguida na cena final.
Nota: 3/5
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