«Somewhere» tinha quase tudo para ser um bom filme. Mas, infelizmente, não é. No quarto filme de Sofia Coppola travamos conhecimento com Johnny Marco (Stephen Dorff) um actor com uma certa popularidade com uma vida vazia (logo na primeira cena ficamos a saber isso, quando o vemos a andar em círculos no seu Ferrari) a viver no mítico hotel Chateau Marmont. Mas a chegada da sua filha Cleo (Elle Fanning, irmã mais nova de Dakota Fanning) leva-o a repensar a vida que leva e qual o seu papel no mundo.
O argumento, da autoria da própria Sofia Coppola, é bom e a forma como retrata o vazio que é a vida de Johnny e o universo da fama, com todas as suas personagens à volta, está bem conseguido. A cena da conferência de imprensa é genial. O problema é que o filme não consegue levantar voo e fica-se sempre pelos pequenos episódios da vida aborrecida de uma estrela, que parece que nunca tem nada que fazer. No fundo o filme consegue transmitir bem a vacuidade da personagem, que é o que pretende, mas isso acaba por se tornar demasiado chato. Nem se chega a perceber se a falha está na escolha de Stephen Dorff, que não é um grande actor, na minha opinião. Já Elle Fanning prova que é tão boa actriz como a irmã. Apesar de menos conhecida, já participou em mais de 30 filmes, entre os quais «Babel» ou «O Estranho Caso de Benjamin Button», por exemplo.
É pena que Johnny Marco precise de uma hora e meia para perceber aquilo que nos vamos apercebendo nos primeiros minutos de filme. Com tanto tempo, acaba por ser penoso aguentar o filme, apesar de compensar, pois a história é de facto boa. E vale sempre a pena ouvir a «I'll Try Anything Once», uma bela música dos The Strokes. Mas merecia mais.
Nota: 3/5
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