Temo que esta crítica provoque alguma polémica, mas julgo que isso é o que traz piada a estas coisas. Tudo porque para ser sincero não achei o filme «Marie Antoinette», de Sofia Coppola, nada de especial. Isto apesar de praticamente toda a gente que conheço o considerar um bom filme.
Só hoje é que tive oportunidade de o ver depois de várias tentativas falhadas. «Marie Antoinette» relata a vida de Maria Antonieta (Kirsten Dunst, num dos seus grandes papéis), personalidade que ficaria para a História como a última rainha de França por ser casada com Luís XVI (Jason Schwartzman). O filme centra-se apenas na estadia de Maria Antonieta na corte de Versalhes, um sítio estupidamente luxuoso para a situação em que se vivia no país à época e que culminou na Revolução Francesa.
Foi precisamente no verdadeiro palácio de Versalhes que grande parte do filme foi filmado (e bem, note-se) por Sofia Coppola, que resolveu tornar a história bastante original, acrescentando alguns toques de modernidade, com especial destaque na banda sonora por onde passam nomes como os New Order ou The Strokes. Também por lá se vê de fugida um par de All Stars (é preciso estar muito atento e quem não souber que ele está lá não o vê), mas essa cena a mim parece-me mais uma provocação.
Toda esta originalidade cai bem e a representação dos rituais da corte francesa, que Maria Antonieta a certa altura define mesmo como ridículos deixando as damas bastante chocadas, está muito bem conseguida. Desde à roupa, passando pela caracterização e os próprios cenários, tudo parece estar no sítio certo.
Mas fora isso, este «Marie Antoinette» parece um filme normal, na minha opinião sem contextualizar muito bem a situação histórica (apesar de esse talvez não ser o objectivo principal do filme). Confesso que também não sei como é que o filme poderia ser melhor. Talvez a vida de Maria Antonieta na corte de Versalhes não tivesse muito por onde pegar, a não ser mostrar como é chato para uma jovem vinda da Áustria com a missão de salvar dois reinos viver aprisionada no gigantesco palácio de Versalhes. Como às tantas questiona Luís XVI, para quê ir a Paris (onde as coisas não seriam tão cor de rosa) quando se tem tudo em Versalhes. A verdade é que ambas as cabeças acabaram por cair precisamente na cidade luz.
Para os fãs do filme, recomendo vivamente o site, está muito bem conseguido.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
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Há 18 horas
Caro Projeccionista,
ResponderEliminarpenso que a sua crítica não vai causar qualquer polémica e, inclusive, alimentará o "ego" de quem considerava MARIE ANTOINETTE um bom filme. Encontro neste texto muitos elogios e não consigo detectar as origens do seu veredicto mediano...
Cumps cinéfilos.
É verdade, de facto faço grandes elogios ao filme. Mas penso que o filme precisaria de mais alguma coisa para ser melhor. Talvez o problema fosse estar com grandes expectativas em relação a um filme que muita gente fala tão bem.
ResponderEliminarMesmo assim não lhe posso tirar o mérito em alguns aspectos, que estão referidos no texto, em primeiro lugar a originalidade.
Na minha opinião no conjunto da obra de Sofia Coppola este «Marie Antoinette» está uns pontos abaixo dos anteriores «Lost in Translation» (um grande filme e muito simples) e «As Virgens Suicidas».