Ao contrário do que pode parecer pelo título em português «Veneno de Cobra» («We're No Angels» no original) não é um filme sobre espécies animais exóticas. Exótico só mesmo o cenário desta comédia de Natal com um humor negro q.b. realizada por Michael Curtiz e que nos faz pensar que as comédias mais simples por vezes são as melhores.
Ambientado na célebre Ilha do Diabo, uma colónia penal de França que seria mais tarde o cenário de «Papillon», de Franklin J. Schaffner, «Veneno de Cobra» segue as desventuras de três criminosos e uma cobra que se evadiram da prisão na véspera de Natal e tentam regressar à pátria amada depois do exílio forçado. O problema é quando por acaso roubam uma carta que tem de ser entregue a um comerciante da colónia e começam a magicar um plano para obter algo em troca.
Esta tripla, interpretada por três grandes actores (Aldo Ray, Peter Ustinov e Humphrey Bogart, este último num registo a que estamos pouco habituados a ver), acaba por se deparar com uma família em apuros a braços com a chegada iminente de um primo, que lhes deu a oportunidade de gerirem o negócio na colónia. E quando o primo descobrir que nem tudo corre bem, temem o pior.
Mas antes da chegada do familiar, há tempo para uma ceia de Natal digna das melhores refeições natalícias, preparada pelos três criminosos e com muitas artimanhas à mistura. Até ao final de «Veneno de Cobra», vamos assistindo às artimanhas dos três criminosos aparentemente arrependidos com muitos diálogos com vários sentidos, o que faz brilhar esta comédia com espírito de Natal.
E recorrendo praticamente a um só cenário, a loja/casa da família Ducotel, esta comédia cumpre o seu papel, com boa disposição garantida, em grande parte pela conjugação da presença de três grandes actores que estão no centro do argumento, escrito por Ranald MacDougall com base numa peça de teatro original de Albert Husson.
Mais tarde em 1989 esta história foi revisitada outra vez por Neil Jordan, no filme «Ninguém é Santo», protagonizado por Robert De Niro, Sean Penn e Demi Moore.
Nota: 4/5
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