«A Parada de Monstros» é um dos mais célebres e estranhos filmes da década de 1930. Realizado por Tod Browning, um cineasta com um certo gosto pelo bizarro como já tinha provado anteriormente com «Unholly Trinity», «A Parada de Monstros» («Freaks» no original e talvez o nome pelo qual é mais conhecido) esta é uma história de vingança passada num circo de seres humanos ditos anormais (anões, mulheres com barba, gagos ou homens sem braços e sem pernas).
É no meio destas 'criaturas' bizarras e monstros, como são chamados, que uma das artistas 'normais' resolve enganar e roubar um anão que se apaixonou por ela. Tudo começa quando a trapezista Cleópatra (os nomes também são bastante artísticos) se apercebe que um dos seus companheiros circenses, um anão, lhe faz bastantes favores e assim que descobre que ele tem uma fortuna decide casar-se com ele para o matar de seguida para receber a herança. O plano corre bem, apesar dos avisos à vítima da burla, até que a marosca é descoberta e é desencadeada a vingança que acaba por transformar Cleópatra num dos monstros de circo.
Com «A Parada de Monstros» Tod Browning resolve humanizar estes seres humanos que por razões da natureza não tiveram a sorte das pessoas normais. E consegue cumprir o objectivo, criando uma história onde sentimos compaixão pelas personagens. Se de início nos parecem seres medonhos, aos poucos vamos engraçando com as suas piadas e a maneira como interagem mesmo com as suas dificuldades.
Ao contrário do já citado «Unholly Trinity», em que três seres bizarros são representados como criminosos, as personagens deste filme têm bom coração, apenas mostrando o seu lado sombrio quando são desafiados ou maltratados. Que é o que acontece à artista que tenta enganar um deles. E o resultado é a sua transformação em atracção de circo, depois de ter sido considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Mas essa beleza não estava dentro de Cleópatra e acabou por tomar o seu veneno.
Nota: 4/5
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