Ao segundo dia de FESTin mais uma sessão de curtas. Desta vez a colheita veio de Timor-Leste (2) e Brasil (4) e foi das três sessões visionadas a mais fraca. Vamos então às mini-críticas.
A abrir a primeira curta oriunda de Timor-Leste. «Letter To My Mom», de Francisca Maia, é como o próprio nome indica, uma carta enviada para uma mãe timorense, escrita por uma rapariga que está longe aquando os tumultos que deixaram o país a ferro e fogo no Verão de 2006. A preocupação da jovem em saber notícias da sua família é o tema da carta. Em fundo vemos não só a rapariga, mas também fotografias e sons dos acontecimentos. Com poucos meios é feita uma simples curta, a única ficção desta sessão. Nota: 3/5
As restantes curtas são quase todas pequenos documentários. A primeira chama-se «Retratos» e foi realizada pela dupla Leo Tabosa e Rafael Negrão. Aqui travamos conhecimento com um grupo de seis travestis brasileiros, longe dos estereótipos da prostituição, que nos contam como vivem com os seus problemas e lidam com a discriminação de quem não os aceita como são. Seis exemplos de como se pode ultrapassar as dificuldades de vida, fazendo o que se gosta. Nota: 3/5
Também do Brasil veio «SMS». Realizada por Pablo Escajedo, tem o mesmo problema de «Por Uma Noite Apenas»: o som faz com que não se perceba o que os protagonistas dizem. E estes protagonistas são os jovens de uma escola secundária que relatam as suas vivências e problemas, assim como a utilização dos telemóveis para comunicarem. Demasiado barulho de fundo, nomeadamente nas cenas passadas dentro das salas de aula, prejudicam a compreensão do que os jovens dizem. É pena, pois é sempre curioso ver como os adolescentes vêem a vida, e aqui perdemos uma oportunidade. Nota: 2/5
Seguimos para mais uma curta oriunda do Brasil, mas com os olhos postos bem longe. Em «Vidas Deslocadas» João Marcelo Gomes acompanha um casal de palestinianos, Faez Abbas e Salha Nasser, com vida estabelecida no Iraque de Saddam Hussein, o único país que reconhecia a Palestina como Estado, que acabou por se exilar em território brasileiro. A vida destes autênticos sem-terra é o centro do documentário, que podia ter ido mais longe para mostrar como o casal tenta refazer a vida. Nota: 3/5
«Timor: Unfinished Journeys», de Rui Nunes, foi a melhor curta da sessão. Neste filme o realizador entrevista três sobreviventes da ocupação de Timor-Leste por parte das forças militares da Indonésia. Um tema difícil de abordar, num país tão jovem, mas as três testemunhas daquele longo período dão-nos uma imagem bastante forte do que se passou, os traumas que persistem e como tentaram ultrapassar o sucedido. Os testemunhos são acompanhados por imagens de arquivo bastante fortes das fugas para a montanha e de sessões de tortura. Um excelente documentário sobre perdão, para mostrar que mesmo nas piores alturas, há que ultrapassar as maiores dificuldades olhando em frente. Nota: 4/5
Para finalizar a sessão «Áurea», de Zeca Ferreira. O centro desta curta não é a jovem cantora portuguesa, mas uma cantora brasileira com o mesmo nome e bastante mais velha. Nesta curta acompanhamos a cantora num concerto feito no bar e as suas relações com os mais próximos. A empregada e os músicos mostram uma Áurea alegre, mas tudo muda quando regressa a casa depois de mais uma noite. Com boa música, o melhor da curta, esta ficção deixa muito por dizer nas entrelinhas. Nota: 3/5
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