
Mas vamos ao que interessa e falar de Warren Schmidt, uma daquelas personagens que sozinhas fazem um filme inteiro. E quando são interpretadas por actores como Jack Nicholson, como só eles o sabem fazer (e foi este o caso), o resultado só pode ser bom. Warren Schmidt é um homem de 66 anos que acaba de se reformar, depois de uma vida inteira a trabalhar numa seguradora. Poucos dias depois da reforma e sem grandes planos para fazer, a sua esposa morre. Com uma filha prestes a casar, com um noivo que não é bem visto pelo futuro sogro, e com ainda menos planos, Schmidt faz-se à estrada e começa a questionar-se e a ver a vida sob outro prisma, ao mesmo tempo que troca correspondência com um órfão africano, que acaba por ser o seu confidente à distância.
O que poderia ser um filme lamechas, e tem tantas oportunidades para seguir por aí, acaba por ser um dos grandes filmes dos últimos anos. E continua a ser, num segundo visionamento. A personagem de Nicholson é sarcástica ao expoente máximo e isso nota-se na forma como reage aos outros. Mas as voltas que o destino dá em vez de o deitarem a baixo apenas servem de alento para ele rever a sua vida e olhar em frente. E aquele final não podia ser melhor para alguém que tem pouca esperança de que daí para a frente nada vai ser como dantes.
Jack Nicholson está simplesmente brilhante, num filme em que praticamente está presente em todas as cenas. Destaque ainda para duas boas secundárias: Hope Davis e Kathy Bates, esta última com direito a nomeação ao Óscar de Melhor Actriz Secundária, apesar de pouco estar presente no filme. Alexander Payne consegue aqui uma excelente comédia dramática, com uma belíssima banda sonora, que iria abrir caminho e dar já um cheirinho para o seu filme seguinte: «Sideways».
Nota:5/5
Site oficial do filme
Sem comentários:
Enviar um comentário