domingo, 14 de agosto de 2011

As Férias do Sr. Hulot, de Jacques Tati (1953)

Foi em 1953 que nasceu o Senhor Hulot, a mais célebre personagem criada pela mente de Jacques Tati, realizador que com apenas cinco longas metragens marcou para sempre a comédia francesa. Nesta primeira aventura é Verão e o Senhor Hulot, como muito boa gente, vai de férias para a praia, passar uns dias num calmo hotel à beira-mar. Mas o espaço só é calmo até à chegada de Hulot, que encontramos a conduzir um carro que consegue fazer mais barulho do que os comboios que aparecem na primeira cena. E só nesta cena, em que nem aparece a personagem principal, já nos deixa a rir às gargalhadas. Depois uma porta abre-se e o caos chega ao pequeno hotel, onde nunca mais ninguém vai conseguir dormir até ao final das férias.

Tal como acontecia em «Há Festa Na Aldeia», este filme é um retrato de um pequeno microcosmos, onde todos têm o seu papel específico e as suas características são caricaturadas ao máximo. Desde o empregado de mesa com mau humor ao homem que vai de férias mas está sempre a ser chamado ao telefone para controlar os resultados da bolsa, ninguém escapa ao olhar irónico de Tati, que no meio deste cenário passa com o Senhor Hulot como se nada fosse com ele.

Filme bem disposto, perfeito para ver nesta altura do ano pois é adequado à estação, «As Férias do Sr. Hulot» volta a apostar na comédia visual, com poucos gags nos diálogos, que quase desaparecem. Desta vez Tati apenas fala para dizer o nome da personagem. Depois deste filme a personagem de Tati viria para ficar, qual Chaplin dos anos 1950 e 1960, e apenas podemos lamentar que tenha tido regressado em apenas mais três filmes, pois o estilo que impôs ficaria para sempre.

Nota: 4/5

Site do filme no IMDB

2 comentários:

  1. Tati é um realizador pelo qual nutro muita curiosidade, infelizmente ainda vi pouca coisa do mesmo. Esta crítica só serviu para despertar mais a minha curiosidade.

    cumprimentos,
    http://cinemaschallenge.blogspot.com/

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  2. Tati é espectacular. Fez pouca coisa, mas fê-lo muito bem e vale a pena descobrir. A obra dele está quase toda editada por cá em DVD, é fácil encontrar. Alguns chegaram mesmo a sair com jornais a um preço bastante acessível.

    Cumprimentos

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