sábado, 27 de agosto de 2011

A Lista de Schindler, de Steven Spielberg (1993)

Durante um dos episódios mais negros da Humanidade (e será possível falar em Humanidade quando se fala em algo como o Holocausto?) um membro do partido Nacional Socialista, o empresário Oskar Schindler (Liam Neeson), conseguiu salvar mais de um milhar de judeus da morte certa, gastando tudo o que tinha ao dispor. Foi esta história que levou Steven Spielberg a realizar um filme em homenagem aos mais de 6 milhões de judeus que morreram nos campos de concentração idealizados pelo regime liderado por Adolf Hitler.

Filmado a preto e branco «A Lista de Schindler» centra-se na vida de Schindler durante a II Guerra Mundial. Começa com a chegada do empresário Schindler à cidade de Cracóvia onde pretende fazer negócio com uma fábrica de panelas. Para fazer fortuna e investir pouco começa por ganhar influência junto dos oficiais nazis e depois pede ajuda a investidores judeus, na altura já presos num gueto, e mão de obra também judaica, pois custava-lhe menos do que a mão de obra polaca.

O seu espírito de empresário, inicialmente é o de um homem de negócios que apenas quer fazer dinheiro, muda quando se apercebe do destino de milhares de pessoas. Quando a morte é mais que certa para os seus funcionários, tenta salvá-los com todo o dinheiro que tem. Mais tivesse, mais teria gasto, como fica patente numa das cenas finais, quando se questiona quantas pessoas poderiam ter sido salvas se vendesse o seu carro. Apesar de o filme ter muitas cenas violentas, nomeadamente as que se passam nos campos de concentração, esta é talvez uma das mais expressivas. Estamos perante alguém que se apercebe da sua impotência perante um acontecimento terrível, que mesmo podendo fazer mais, dificilmente conseguiria fazer mais do que já tinha conseguido fazer, ajudando a salvar cerca de 1.100 pessoas.

Esta cena é o culminar de uma excelente interpretação de Liam Nesson, que lhe valeria uma nomeação ao Óscar de Melhor Actor. Quem também alcança uma interpretação genial é Ralph Fiennes (nomeação para Óscar de Melhor Actor Secundário), ao interpretar o sádico Amon Goeth, comandante de um dos campos de concentração nazis situados na Polónia, que espelha bem o Mal e uma ideologia para quem uma vida considerada inferior não tem valor.

Com «A Lista de Schindler» Steven Spielberg regressou à II Guerra Mundial (época histórica que já estava presente nos filmes da trilogia «Indiana Jones» e em «1941 - Ano Louco em Hollywood» e «Império do Sol») para nos dar um dos seus melhores filmes, que lhe valeu muito justamente o seu primeiro Óscar para Melhor Filme. Além de contar bem uma história que deve ser contada, para que pequenos episódios bons no meio de acontecimentos de má memória não sejam esquecidos no tempo, um dos grandes trunfos do filme é o recurso ao preto e branco. Uma excelente opção a meu ver, pois penso que colorir um filme destes não daria tanta força às imagens que representa.

Nota: 5/5

Site oficial do filme

5 comentários:

  1. O melhor filme sobre o Holocausto já feito. Puramente lindo e verdadeiro, é a obra-prima máxima de Steven Spielberg.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  2. O melhor filme sobre o Holocausto, na minha opinião. A banda sonora está tao bem conseguida e cruza-se extremamente bem com as cenas.


    Parabens pelo blogue.



    silenciosquefalam.blogspot.com

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  3. Obrigado e bem-vindo Miguel.

    Concordo com os dois, apesar de haver muitos filmes sobre o tema que me falta ver. Mas este é sem sombra de dúvidas um dos melhores. E tem a vantagem de não cair num lado lamechas, que seria o mais fácil num filme deste tipo.

    Cumprimentos aos dois

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  4. Spielberg tinha o objetivo de mostrar ser um cineasta que poderia ir além dos filmes pipoca e conseguiu com louvor.

    Filmaço valorizado ainda pelos grandes desempenhos Liam Neesom, Ben Kinglesy e um assustador Ralph Fiennes.

    Abraço

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  5. Sem dúvida. Quantos mais vejo e revejo os filmes dele mais me apercebo da sua genialidade.

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