(crítica com spoilers para quem não viu os primeiros episódios da série)
Dizem que o último filme da trilogia é o mais fraco dos três. E na verdade é, mas não é tão mau como se diz. Apenas é um filme mediano quando comparado com as duas obras primas que lançaram as bases da saga da família Corloene. Mas mesmo assim é um bom filme. Passaram 11 anos entre a estreia dos dois últimos filmes da trilogia, mais do que a diferença que ocorreu entre os dois primeiros. Durante este período Coppola, e a sua geração de companheiros realizadores, os movie brats, passou de bestial a besta, destruindo os estúdios pelo caminho com projectos megalómanos.
É neste contexto que o realizador regressa à saga que o tornou conhecido, para filmar os últimos dias de Michael Corleone (Al Pacino) e a passagem de testemunho para a nova geração, personificada por Vincent Mancini (Andy Garcia), filho de Sonny e sobrinho de Michael. Durante este terceiro capítulo Michael, passado no final dos anos 1970 (também cerca de uma década depois dos eventos do filme anterior), está prestes a concretizar o sonho de afastar a família dos negócios ilegítimos e tenta ligar-se à Igreja Católica. Mas, uma vez mais, nem todos vêem com bons olhos esta mudança e uma nova guerra de famílias surge no horizonte, que será travada primeiro nas ruas de Nova Iorque e depois em Roma e na Sicília, onde decorre boa parte da acção final do filme.
Um dos problemas de «O Padrinho: Parte III» era um dos trunfos dois filmes anteriores: o elenco. Apesar de Coppola ter encontrado bons nomes para interpretar o último episódio da série, desta vez o resultado não foi o melhor. Certo que é complicado ombrear com os actores dos primeiros filmes, mas nomes como Andy Garcia, Eli Wallach ou Joe Mantegna podiam ter feito bem melhor. E depois houve um claro erro de casting na escolha de Sofia Coppola para o papel de Mary. Felizmente que a filha de Coppola se afastou desta carreira para começar a realizar. Safa-se uma vez mais Pacino, que mesmo assim está uns furos abaixo dos dois primeiros filmes, mas interpreta magistralmente o Don Corleone caído em desgraça e a contas com o passado.
A própria música, que tão bem funcionou nos dois primeiros filmes, desta vez também parece não estar à altura da série. Talvez a falha resida no facto de a música de Nino Rota ter sido relegada para segundo plano, em detrimento de uma composição de Carmine Coppola. Mas mesmo assim, «O Padrinho: Parte III» não deixa de ser um bom filme e, como alguém me dizia há pouco, é «um filme bastante aparte dos outros dois, que são na prática um só filme, e realmente um bocado inferior». A cena final, na ópera, é um bom exemplo de como quem sabe, não esquece. Mas ao longo do filme há muito mais para ver como termina a saga dos Corleone. E vale bem a pena ver qualquer um dos três filmes, três grandes obras do Cinema.
Nota: 4/5
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Há 14 horas
O pior da trilogia, e ainda assim é um belissimo filme. Encerrou muito bem esta inesquecível saga.
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