Para finalizar o primeiro dia de IndieLisboa 2011 a primeira surpresa: «América», a primeira longa-metragem de João Nuno Pinto, realizador oriundo do universo da publicidade. A estreia de João Nuno Pinto baseia-se num conto de Luísa Costa Gomes, «Criação do Mundo», e é uma excelente comédia dramática que aborda a questão da imigração ilegal em Portugal. O nome do filme remete para uma espécie de sonho americano que os imigrantes dos mais diversos pontos do mundo procuram encontrar em Portugal, mas acabam por nunca encontram.
No centro da narrativa está Victor (Fernando Luís), um português que ganha a vida com esquemas, alguns deles envolvendo imigrantes, e Liza (Chulpan Khamatova), uma imigrante de Leste que é a segunda esposa de Victor e está longe de ser feliz no país onde procurou fugir da sua origem. O resto das personagens fazem parte de um universo que inclui os companheiros de esquemas de Victor, cada um de um país estrangeiro, e os imigrantes que procuram ajuda para legalizarem a sua situação. Além de ter uma boa história, apesar de em alguns momentos se tornar previsível e perder o gás, arrisco dizer que «América» poderá vir a ser um dos melhores filmes portugueses dos últimos tempos.
Tecnicamente está muito bem feito. Tem planos bem filmados, um som excelente, uma bela fotografia e interpretações bem conseguidas. Neste campo destaque para Fernando Luís, que tem um grande papel e está à altura, provando que é um dos melhores actores de cinema que temos visto em Portugal. Basta ver os papéis que tem desempenhado nos filmes de João Canijo. Destaque ainda para um bom punhado de secundários, com Raul Solnado à cabeça, naquele que seria a sua última presença no grande ecrã.
O facto de o filme ter sido produzido com alguns meios (o que pode levar a questionar-nos sobre uma das características do Indie: cinema independente) e com fundos de vários países (além de financiamento português, «América» contou com dinheiro do Brasil, Espanha e Rússia) talvez tenha ajudado ao resultado final, bem acima da média do cinema mais comercial que se tem feito nos últimos anos neste canto da Europa. E caso seja bem promovido, tem estreia prevista para o próximo dia 26 de Maio, poderá vir a ter uma boa carreira nas salas. E é uma boa surpresa para quem pensa que o cinema português só tem obras para o umbigo.
Nota: 4/5
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Há 16 horas
Boas,
ResponderEliminarAdicione o Visão de Mercado
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à sua lista de "Multiplex", e venha ao nosso projecto pedir para fazer o mesmo, que teremos todo o gosto em retribuir a atenção.
Cumprimentos
Estou de acordo com esta crítica, poderá vir a ser um dos melhores filmes em Portugal dos últimos tempos. Pelo menos marca uma etapa, onde encontramos uma narrativa bem consolidada, uma perspectiva altruísta, personagens fortes, e o todo empacotado por imagens lindas. É um filme para ver e sentir.
ResponderEliminarNão repete?
ResponderEliminarNão :( Mas tem estreia marcada para o próximo dia 26 e como penso que é distribuído pela Zon é capaz de chegar umas quantas salas. Se não chegar é pena.
ResponderEliminargostaria apenas de dizer que os fundos não têm a noruega mas sim espanha. os restantes estão ok.
ResponderEliminarTem razão, peço desculpa pelo erro. Já está corrigido. Não sei onde é que fui buscar a Noruega...
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